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Pesquisa aponta preço médio da refeição fora do lar. Restaurantes trabalham para se adaptar ao cenário pós-pandemia e evitar repasses da inflação ao consumidor
Destaques
- Pesquisa é feita em estabelecimentos comerciais que aceitam o benefício-refeição como forma de pagamento e mostra o preço médio da refeição considerada ideal pelo Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).
- Região Sudeste lidera o ranking com preço médio de R$ 42,83.
- Inflação da alimentação fora do lar foi menor que o da alimentação dentro do lar nos últimos 12 meses, segundo o IPCA-IBGE.
- Mesmo assim, sem o benefício-refeição, o trabalhador gastaria um terço do salário para almoçar fora.
O trabalhador brasileiro gasta, em média, R$ 40,64 para almoçar fora de casa. É o que aponta a pesquisa “Preço Médio da Refeição Fora do Lar” da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). O estudo foi realizado em 51 cidades brasileiras, mais o Distrito Federal, entre fevereiro e abril de 2022.
O valor desembolsado, nacionalmente, ficou 17,4% maior do que o apurado em 2019, no período pré-pandemia. Feita em estabelecimentos que aceitam o benefício-refeição como forma de pagamento, a pesquisa volta a ser realizada após dois anos de interrupção por conta das restrições impostas pela pandemia de covid-19. O cálculo prioriza o que o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) considera como refeição ideal: prato, bebida (refrigerante, água ou suco), sobremesa e café.
“Apesar do aumento, os restaurantes estão se adaptando à nova realidade de mercado trazida pela pandemia de covid-19 e evitando repassar o aumento dos custos aos trabalhadores”, afirma Jessica Srour, diretora–executiva da ABBT. Prova disso é que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) apurado pelo IBGE, nos últimos 12 meses, mostra que a inflação dos preços da alimentação fora do lar ficou em 6,6%. Já a evolução dos preços da alimentação no domicílio foi de 16,1%. Entretanto, algumas cidades sofrem mais o impacto da inflação, como é o caso de São Paulo. De abril para maio, o custo da cesta básica na cidade, apurado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), superou o valor do salário-mínimo nacional e ficou em R$ 1.226,10.
“Sem o benefício-refeição, o trabalhador gastaria um terço do seu salário com o almoço fora de casa”, destaca a diretora-executiva da ABBT. O salário médio do trabalhador brasileiro, de acordo com o IBGE, é de R$ 2.548,00. Levando em conta a média nacional do almoço, o desembolso mensal seria de R$ 894,08.
“Por isso a Pesquisa Preço Médio é um importante termômetro para as empresas concederem o benefício adequado às necessidades de seus funcionários”, explica Jessica. “A evolução dos preços dos alimentos reforça a importância do benefício-refeição para que o trabalhador brasileiro tenha acesso a refeições de qualidade, nutritivas e equilibradas”, acrescenta Jessica.
O benefício é concedido pelas empresas aos seus colaboradores graças ao Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), criado por lei há 46 anos.
Preços variam de cidade para cidade — A inflação não foi homogênea nos municípios brasileiros. Por isso, a variação de preços da alimentação fora do lar reflete a realidade econômica de cada região. Custos como gás e da energia elétrica, sazonalidade dos produtos e valores do frete do transporte dos alimentos in natura, por exemplo, impactaram o preço final da refeição de maneira diferente em cada cidade pesquisada.
“Não podemos esquecer que o setor de bares e restaurantes foi um dos mais afetados pela pandemia. O fechamento de estabelecimentos e o consequente desemprego podem ter afetado os valores apurados. A retomada econômica está acontecendo aos poucos. A pesquisa demonstra que apesar de os restaurantes estarem ainda recebendo menos pessoas no salão em relação ao período pré-pandemia, o gasto médio tem crescido gradualmente pelo uso do delivery”, diz Jessica.
A pesquisa aponta os preços médios da refeição nas cinco regiões brasileiras e foi realizada pelo Mosaiclab, empresa de pesquisa que faz parte do grupo Gouvêa Ecosystem, para a ABBT. A região mais cara é a Sudeste, com preço médio de R$ 42,83. E a mais barata é a Centro Oeste: R$ 34,20. “Em abril, a média da inflação fora do lar no Brasil foi de 0,62%.
Valores por regiões do país – Algumas capitais apresentaram deflação, como Brasília (em abril, mês dentro do período de apuração da pesquisa da ABBT, o IPCA registrado no Distrito Federal foi de -0,58%). Mas acreditamos que o cenário de preços apontados na pesquisa seja pontual. Muitos restaurantes fizeram promoções ou trocas no cardápio para não repassar os custos para os clientes. Com a retomada das atividades presenciais, os preços devem se acomodar aos patamares pré-pandemia”, avalia Jessica. Veja as médias por região:
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Veja o preço médio por capitais:
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Metodologia da pesquisa — A pesquisa avaliou os valores praticados pelos restaurantes, lanchonetes e padarias que aceitam o benefício-refeição como forma de pagamento e foram divididos em quatro categorias: comercial (estabelecimentos com serviço mais simples e que serve o popular “prato feito”), autosserviço (sistema self-service por quilo ou buffet a preço fixo), executivo (oferece opção de prato do dia com desconto em relação aos demais apresentados no menu) e a la carte (ambiente mais sofisticado onde o consumidor escolhe o prato que será preparado na hora). Para os restaurantes por quilo foi considerado o valor de 500g da refeição e 200g da sobremesa.
Em uma refeição completa comercial, o trabalhador brasileiro gasta um pouco menos do que R$ 31,00. Se a opção for pelo prato a la carte, o valor é mais que o dobro, R$ 64,83. Veja abaixo as diferenças de preço por categoria pesquisada:
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