
A gigante chinesa BYD volta a enfrentar questionamentos graves. Depois da polêmica sobre trabalho análogo à escravidão na Bahia, agora a marca é acusada de guardar mais de 1.600 carros ilegalmente em uma área pertencente a um parque de diversões na Austrália. As autoridades locais abriram investigação e emitiram notificações formais.
De acordo com o Notícias Automotivas, os veículos — entre eles o Shark 6 e o Sealion 7 — foram flagrados ocupando todo o estacionamento e áreas de transbordo do Jamberoo Action Park, no sul de Sydney. O uso do espaço foi considerado irregular pelo Conselho Municipal de Kiama, que negou autorização e exigiu explicações sobre o caso. A BYD tentou se esquivar, alegando que a operação é feita por uma empresa terceirizada de logística.
O episódio acontece poucos meses após a empresa ser autuada no Brasil por manter 163 trabalhadores chineses em condições degradantes na obra de sua fábrica em Camaçari (BA). Auditorias do Ministério do Trabalho relataram jornadas exaustivas, alojamentos precários e falta de saneamento, configurando condições análogas à escravidão. A situação gerou forte reação pública e investigações por tráfico internacional de pessoas.
As duas denúncias expõem um padrão de falta de controle e transparência nas operações da montadora, que tenta expandir globalmente sua imagem de sustentabilidade e inovação. Entre armazenamento irregular de veículos e abusos trabalhistas, a BYD acumula crises que desafiam sua reputação e levantam dúvidas sobre suas práticas éticas fora da China.
Principais pontos — BYD enfrenta múltiplas crises com:
- Armazenamento ilegal de 1.600 veículos na Austrália em terreno de parque de diversões.
- Trabalhadores chineses em situação análoga à escravidão na Bahia, segundo o MTE.
- Risco reputacional global e investigações que podem atrasar seus projetos internacionais.