
Um carro elétrico da BYD pegou fogo no último domingo (19), em Santa Maria (RS), e causou forte repercussão nas redes sociais. O modelo envolvido foi o BYD Dolphin, um dos elétricos mais vendidos do país. Segundo o Corpo de Bombeiros, o veículo estava sendo carregado por uma extensão doméstica quando as chamas começaram a se espalhar pela cabine.
Apesar da gravidade, a bateria não foi atingida, permanecendo intacta — o que indica que o foco do incêndio não estava no sistema elétrico principal do carro, mas sim em uma conexão irregular de energia. Nenhuma pessoa ficou ferida no incidente.
A cena do incêndio viralizou na internet e reacendeu o debate sobre segurança na recarga de veículos elétricos, especialmente em locais sem infraestrutura adequada.
Improviso e risco: o que realmente aconteceu
De acordo com informações do portal Motor1, o veículo estava estacionado e conectado a um carregador portátil, ligado a uma extensão elétrica vinda do segundo andar de uma casa. O improviso fez com que a fiação superaquecesse e provocasse o início das chamas dentro do veículo.
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) reforçou que o caso não representa falha do produto, mas erro humano na forma de recarga. Segundo a entidade, o uso de extensões, adaptadores ou cabos inadequados pode causar curtos-circuitos e incêndios, mesmo com veículos de alta tecnologia.
Especialistas lembram que os carros elétricos possuem sistemas de segurança avançados e baterias altamente protegidas, como as do tipo Blade Battery LFP usadas pela BYD, conhecidas por sua resistência a calor e impactos.
Bateria ilesa, mas o alerta é real
O caso mostrou o que muitos ignoram: o risco maior não está na bateria, mas na improvisação. O uso de extensões comuns, tomadas antigas e recargas sem supervisão técnica pode colocar vidas em perigo.
Mesmo com toda a tecnologia embarcada, a segurança depende da instalação elétrica correta e do uso de carregadores certificados. A ABVE recomenda sempre wallbox dedicadas e tomadas específicas para veículos elétricos, de acordo com normas técnicas.
Curiosamente, o episódio reforçou a confiança na tecnologia da BYD: mesmo sob fogo intenso, a bateria não entrou em combustão — algo raro em casos semelhantes com outras montadoras.
Cuidado com a “gambiarra elétrica”
O incêndio do BYD Dolphin serve como um alerta importante para o crescimento acelerado do mercado de carros elétricos no Brasil. A busca por economia e sustentabilidade precisa andar junto com segurança e infraestrutura adequada.
Os carros elétricos possuem sistemas de alta tensão, capazes de gerar até 400 a 800 volts — energia suficiente para causar choques graves ou iniciar incêndios se houver falhas de isolamento. Mesmo com tecnologias avançadas, o perigo aumenta quando instalações domésticas não são preparadas para essa demanda.
Principais pontos
- Bateria da BYD resistiu ao fogo, comprovando a segurança da tecnologia Blade Battery.
- Recarga improvisada causou o incêndio, segundo investigações preliminares.
- ABVE reforça necessidade de infraestrutura adequada para evitar novos acidentes.