
A revolução da inteligência artificial já começa a cobrar um preço alto no mercado de trabalho — e não é apenas para profissionais com pouca qualificação. A nova onda de automação está empurrando recém-formados em engenharia para funções muito distantes daquelas para as quais passaram anos se preparando.
Segundo relatos recentes, até engenheiros que sonhavam em construir sistemas de ponta agora estão servindo hambúrgueres e fritando batatas em redes de fast-food. O fenômeno, antes impensável, expõe um cenário em que diplomas de alto nível não garantem mais emprego na área de formação.
IA toma espaço e muda regras do jogo
A adoção em massa de inteligência artificial por big techs reduziu drasticamente a demanda por mão de obra humana em diversas funções de engenharia. Processos que antes exigiam equipes inteiras agora são executados por algoritmos capazes de programar, testar e corrigir códigos em minutos.
Essa transformação acelerada reduziu vagas de entrada para jovens engenheiros, deixando um contingente crescente de profissionais altamente qualificados sem espaço nas grandes empresas de tecnologia.
Do laboratório ao balcão
Sem oportunidades na área, muitos recém-formados recorrem a trabalhos temporários e de baixa remuneração para sobreviver. Redes de fast-food, com alta rotatividade e contratação imediata, têm sido o destino de um número crescente desses profissionais.
O contraste é gritante: jovens que passaram anos dominando cálculos complexos agora medem porções de batata frita e seguem scripts de atendimento ao cliente.
O efeito dominó no mercado de trabalho
O fenômeno levanta um alerta sobre o futuro de carreiras tradicionalmente vistas como “seguras”. Se até engenheiros sofrem para encontrar emprego na área, outros setores podem ser ainda mais impactados pela automação. Especialistas alertam que, sem políticas de adaptação e requalificação, a inteligência artificial pode aprofundar desigualdades e criar uma geração de “profissionais deslocados”.
Um futuro incerto
Para quem está entrando no mercado agora, o cenário exige repensar estratégias. A valorização de habilidades que complementem a IA, e não que concorram com ela, pode ser a chave para evitar a fila do balcão de fast-food.
Enquanto isso, histórias de engenheiros servindo lanches se multiplicam — e servem como um sinal claro de que o futuro do trabalho chegou mais cedo do que imaginávamos.