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- A Vinci Partners fechou a compra da operação do Outback Brasil por R$ 2,057 bilhões, adquirindo 67% da marca, enquanto a Bloomin Brands mantém 33% da operação
- Com planos de duplicar o número de unidades, a Vinci Partners quer ampliar o Outback Brasil, que atualmente conta com 200 lojas, em um movimento semelhante ao realizado com o Burger King Brasil
- A venda do Outback Brasil faz parte da reestruturação da Bloomin Brands, que busca focar na melhoria de suas operações nos EUA
- A transação foi retomada após pressão de investidores e agora está direcionada a impulsionar o crescimento da marca no Brasil
A Vinci Partners anunciou a aquisição da operação do Outback Brasil por R$ 2,057 bilhões, consolidando uma das maiores transações no setor de alimentação no país em 2024. A negociação, que teve início no começo do ano, atraiu grandes players de private equity. Ainda, com destaque para o Mubadala Capital (controlador da Zamp) e a Advent, ambos com forte presença no mercado varejista.
A operação foi avaliada com um múltiplo de 6,5 vezes o EBITDA da empresa. O que representa um prêmio considerável em relação à média de mercado, que é de cerca de 5x para empresas de varejo listadas na Bolsa.
A Vinci Partners agora detém 67% do capital do Outback Brasil, enquanto a Bloomin Brands, controladora do Outback globalmente, mantém 33%. No entanto, como parte do acordo, a Bloomin recebeu uma opção de venda (put) que permite a venda da participação remanescente à Vinci em 2028, a um múltiplo não divulgado. Essa transação envolve principalmente a compra de participação secundária, mas também inclui um componente primário, com a Vinci injetando novos recursos para continuar o crescimento da marca no Brasil.
Processo de venda e contexto estratégico
O processo de venda do Outback Brasil passou por diversas idas e vindas. Inicialmente, a Bloomin Brands havia decidido vender a operação brasileira em 2019, contratando o Bank of America para assessorar a transação. A pandemia de Covid-19 interrompeu o processo, mas, mais recentemente, o fundo ativista Starboard, ao adquirir 15% da Bloomin Brands, pressionou a empresa a retomar a venda.
A decisão de vender o Outback Brasil está ligada ao desempenho abaixo do esperado da rede nos Estados Unidos, onde a Bloomin Brands enfrenta desafios operacionais. Com os recursos obtidos com a venda da operação brasileira, a empresa pretende focar em sua expansão e recuperação nos mercados americanos. Apesar da venda, a Bloomin continua a operar 33% da operação no Brasil, o que a mantém ativamente envolvida no futuro da marca no país.
Desempenho do Outback Brasil e planos de expansão
Em 2023, o Outback Brasil registrou receita superior a R$ 3 bilhões, com um EBITDA de cerca de R$ 300 milhões. A operação brasileira, que conta com 200 lojas (todas próprias), representa aproximadamente 15% da receita global da Bloomin Brands. Além do Outback, a operação no Brasil inclui 17 unidades do restaurante Abraccio e duas do Aussie Grill. No ano passado, a empresa inaugurou 18 novas lojas, o que demonstra a capacidade de expansão da marca no mercado brasileiro.
A Vinci Partners, que já possui investimentos significativos no setor de alimentação, como a Domino’s Brasil e a rede Camarão Camarada, tem planos ambiciosos para o Outback. A gestora, portanto, pretende replicar o sucesso que obteve ao adquirir o Burger King Brasil em 2011. Assim, o que resultou em um IPO bem-sucedido seis anos depois. A Vinci projeta expandir o Outback Brasil para mais de 300 unidades nos próximos anos, dobrando o tamanho da operação atual.
Assessoria e próximos passos
A transação foi assessorada pelo Bank of America e pelo escritório Lefosse Advogados para a Bloomin Brands. Enquanto a Vinci Partners contou com a assessoria do Itaú BBA e do escritório Mayer Brown. A aquisição, contudo, marca uma nova fase para o Outback no Brasil, com a Vinci se comprometendo a investir pesadamente na expansão. E no fortalecimento da marca no competitivo mercado de alimentação brasileiro.
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