Continua após o anúncio
Tanto a decisão quanto o teor do comunicado foi o mais dentro do esperado de tantos outros no passado.
Chegamos provavelmente a tão aguardada taxa terminal de juros no Brasil considerada cara e extremamente restritiva. Agora, começa outro debate que é o quanto tempo a economia precisará conviver com uma das maiores taxas de juros do mundo e o quanto isso impacta os cofres públicos e quanto precisaremos desacelerar a economia para vermos bons ventos à frente.
A incerteza agora ronda sobre nossa capacidade de pagar a conta da desoneração e dos benefícios amplamente difundidos neste ano eleitoral.
O Bacen confirmou as expectativas e manteve a Selic em 13,75%, mas deixou em aberto uma retomada do ciclo de alta se o processo deflacionário não se confirmar, enfatizando incertezas e balanços de riscos com variância acima do usual. A decisão não foi unânime, com dois membros votando por uma elevação de 0,25 ponto percentual.
Com todos os fatores de riscos apontados no comunicado, o Banco Central parece que optou por não apertar demais as condições monetárias, sob o risco de afetar a atividade econômica, visto que o ciclo de aperto aumentou a Selic por 12 vezes consecutivas, saindo de 2% para 13,75%.
A decisão do Copom foi de manutenção e 13,75% em linha com o consenso, dois membros votaram a favor de uma alta de 0,25, essa é a primeira vez que acontece uma decisão não consensual desde a época do Alexandre Tombini, pouquíssimas mudanças nas projeções de inflação, o período que eles têm olhado é dando mais ênfase ao primeiro trimestre de 2024, continua com uma inflação de 3,5%.
Algumas mudanças de balanços de risco, passaram a mencionar um risco mais forte de atividade e deixaram claro que a estratégia é manter a Selic em 13,75% pelo tempo que for suficiente.
Então, deixa alguma possibilidade de voltar a aumentar os juros caso o processo desinflação não transcorra como o esperado. O comunicado é bem compatível com o cenário base da Selic estável, pelo menos até o início do segundo semestre de 2023, que já presume uma inflação mais alta do que esperado pelo Copom.
No âmbito que o Copom está certo quanto a velocidade de desinflação que pode ocorrer, os cortes na Selic podem até ser antes de serem mais tarde, vamos analisar o que vai prevalecer nos próximos meses.
Follow @oguiainvestidor
DICA: Siga o nosso canal do Telegram para receber rapidamente notícias que impactam o mercado.