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2023 será o ano da Renda Fixa? Confira as apostas dos analistas

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Chegamos ao fim de mais um ano, e o mercado aproveita o encerramento de ciclos para calcular a rentabilidade no período. Neste ponto, os bons gestores realizam seus lucros, e os que tiveram dificuldades no trajeto, aproveitam para “recalcular a rota”.

Renda fixa x Renda Variável

Primeiramente, é importante entender o comportamento da economia e como os ciclos se apresentam nos investimentos nos últimos anos. Afinal, se vamos retornar a renda fixa, precisamos de motivos para isso não é mesmo?

Assim, o primeiro comportamento que você precisa entender, é o da curva de juros nos últimos anos. Para os mais leigos do mercado financeiro, vou deixar bastante claro dois pontos: quando estamos falando de investimentos, as principais classes são: a Renda Fixa, e a Renda Variável.

Suponho que você, como leitor do Guia do Investidor, já está bastante familiarizado com ambos os termos, mas é sempre bom relembrar.

A Renda Variável, como o próprio nome indica, representa a categoria de investimentos suscetível a variações. O maior e mais claro exemplo disso é a bolsa de valores e suas ações, que se modificam diariamente. Por outro lado, temos também a Renda Fixa, que apresenta rentabilidade constante e pré-fixada.

Desse modo, fica claro a particularidade de cada uma das modalidades de investimentos. E é claro que cada investimento se enquadra melhor nos diferentes perfis de investidores.

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No entanto, a diferença das modalidades de investimentos são bastante voláteis. Por isso, é errado dizer que a renda fixa é melhor que a variável, e vice-versa. Afinal, tudo isso depende do momento, e em como você faz a leitura da economia para alocar seus investimentos.

A Renda Fixa e a Selic

Quando estamos falando de momento, estamos falando do comportamento atual da economia. E bem, somente isso deixa bem claro que as variações acontecem.

Desse modo, antes de entrar na Renda Fixa, é importante compreender o movimento dos “momentos” da economia nos últimos anos. No entanto, para a nossa sorte, quando estamos falando de Renda fixa x Renda variável, existe uma ótima e clara explicação que expõe as principais movimentações dos investidores, a taxa Selic.

Afinal, os títulos de renda fixa, precisam ser pré-fixados com antecedência não é mesmo? Se não, não seriam de renda fixa. Desse modo, a “régua” geral dos títulos de renda-fixa, é a taxa Selic.

A taxa Selic, resumidamente, é a taxa básica de juros da economia. Ou seja, é a taxa de referência para os principais modelos de financiamento e rentabilidade da economia brasileira.

A Selic é o principal mecanismo para apontar a vencedora da disputa de Renda Variável x Renda Fixa. Afinal, a maior parte dos títulos de renda fixa, são pré-fixados nesta taxa. (Além de outros mecanismos de proteção, como a inflação).

Uma alta da Selic indica que a economia precisa de correção. E se o mercado está arisco, nada melhor do que se refugiar na renda fixa.

2023 será o ano da incerteza

Com a confirmação de Haddad no ministério da Fazenda, mudança na lei das estatais, e indicação de Mercadante para o BNDES, o premio de risco da renda fixa se elevou muito, com a perspectiva de uma politica fiscal mais desordenada.

Desta forma, os retornos dos ativos foram bastante negativos no período, com destaque para o índice IMAB5+, que representa os títulos indexados ao IPCA com vencimento acima de 5 anos, com queda de 2,37%. Já o CDI segue sendo um porto seguro, fechando com alta de 1,12%.

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Fujam para as colinas

Olhando para a inflação, o IPCA avançou bem menos em novembro do que em outubro, 0,41% ante 0,59%. Esse resultado veio bem no piso das expectativas do mercado (mediana de 0,54% e teto de 0,65%, Broadcast). Nos últimos 12 meses, o IPCA passou de 6,47% para 5,90% e acumula alta de 5,13% no ano.

Já a atividade econômica continua dando sinais de arrefecimento, com o IBC-Br, proxy da atividade mensurada pelo Banco Central, teve queda de 0,05% ante o mês anterior.

Porém, o fator mais relevante no mercado local é a questão fiscal após as escolhas ministeriais do candidato eleito, e as primeiras indicações não são nada animadoras.

A equipe de transição já enviou ao Congresso uma proposta de PEC que eleva os gastos acima do teto (na forma como é atualmente definido) em R$ 145 bilhões, para os próximos 2 anos, e foi aprovado por maioria no Senado.

Se tal proposta for aprovada na câmara integralmente, em 2023 a relação dívida/PIB aumentará em 5 pontos porcentuais, e deverá atingir perto de 90% do PIB em 2026.

Estes gastos muito acima do teto elevariam consideravelmente a relação dívida/PIB. Em primeiro lugar, teremos um aumento do risco fiscal, o que significa um aumento da taxa de juros por eles demandada para financiar a dívida pública.

Neste cenário de desvalorização cambial, uma pressão adicional ocorre na taxa de inflação, que vai aumentar, como pudemos observar nas ultimas semanas, com a inflação implícita nos títulos subindo fortemente.

As melhores opções para a renda Fixa

Neste contexto, os analistas da Genial Investimentos revelam ao mercado suas opções favoritas em renda fixa para comprar em Dezembro e direcionar seus investimentos em 2023.

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Indexados ao CDI

Os títulos indexados ao CDI continuam garantindo tranquilidade para absorver os choques no curto prazo, com possibilidade de aproveitar taxas ainda mais atrativas caso a percepção se deteriore.

Por ora, as projeções apresentadas indicam que essa classe se manterá atrativa também no ano de 2023, com uma inflação projetada pelo mercado na casa dos 5%, isso gera um ganho real de quase 9%, o que é extremamente relevante.

Títulos pré-fixados

Segundo os analistas o que permeia uma decisão de alocação nos títulos pré-fixados, é avaliar se a inflação que o mercado está projetando nos títulos públicos para os próximos anos, será mais baixa do que está precificado atualmente.

Além disso, é necessária alguma previsibilidade com relação a dinâmica de atividade e inflação. Com a grande piora na perspectiva na dinâmica de gastos públicos que serão adotados pelo próximo governo, alocar em títulos pré fixados perde atratividade, com isso, reduzimos a exposição a eles neste momento.

Indexados a inflação

Mantivemos nossa exposição em indexados a inflação, reflexo da melhora do cenário de carrego de IPCA e das taxas ainda elevadas como ponto de entrada. Como consequência da instabilidade com relação a politica econômica, mantivemos as durations até no máximo a NTN-B com vencimento em 2030.


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