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A dívida da Americanas (AMER3) com debenturistas é de cerca de R$ 4,99 bilhões, segundo dados divulgados pela própria varejista à Justiça. Os valores correspondem ao que é devido a três agendes fiduciários, que fazem a intermediação entre a companhia e os investidores que possuem das debêntures. O maior deles, de R$ 2,04 bilhões, é devido à Vortx, agente da 18ª emissão da empresa, realizada em outubro de 2022.
O papel é negociado com o código LAMEA8. A seguir, aparece o Pentágono, com R$ 1,86 bilhão a receber. O agente fiduciário concentra seis emissões – LAMEA2, LAMEA3, LAMEA4, LAMEA5, LAMEA6 E BTOW15. A Oliveira Trust, que atuou na 17ª emissão, tem a receber R$ 1,08 bilhão. A Americanas tem também dois bônus emitidos no exterior, com intermediação do Deutsche Bank, cujo valor é de R$ 6,68 bilhões.
Uma debênture, de forma resumida, é um título de dívida. Ou seja, investimento em debêntures nada mais é que um empréstimo para empresas que não sejam uma instituição financeira ou uma instituição de crédito imobiliário. No entanto, ao invés de recorrer aos bancos e suas altas taxas para estes empréstimos, a companhia recorre aos investidores do mercado de capitais.
Em outras palavras, funciona da seguinte forma: uma empresa necessita de uma quantidade de dinheiro para fazer algum investimento de expansão dos negócios ou, até mesmo, pagar débitos. Dessa forma, em vez de procurar um empréstimo no banco (que costuma ter custos mais altos), ela lança debêntures no mercado para captar recursos.
Cabo de guerra: BTG entra com recurso na justiça contra a Americanas
O BTG (BPAC11) entrou com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a Americanas SA (AMER3) depois de ter recebido ordem para liberar os recursos que havia retido da conta da varejista com o objetivo de liquidar dívidas da companhia.
O recurso foi impetrado na noite de terça-feira, depois de o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ter derrubado a liminar que permitia ao banco manter o dinheiro bloqueado. A liminar que o banco havia obtido permitia a retenção dos recursos até que o mandado de segurança pedido pelo próprio BTG fosse julgado pela Justiça do Rio. A decisão que permitiu a recuperação judicial da empresa determinou o desbloqueio dos recursos que outros bancos haviam congelado, mas excluía o BTG. De acordo com a lista divulgada pela Americanas, o BTG tem R$ 3,5 bilhões a receber da varejista.
Americanas conseguiu uma “importante vitória” em seu processo de recuperação judicial, e confirmou decisão do TJRJ que determinou devolução de R$ 1,2 bilhão pelo BTG Pactual.
A Americanas SA (AMER3) confirmou, há pouco, que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro suspendeu o bloqueio de R$ 1,2 bilhão que estava retido em contas da empresa no BTG (BPAC11). Dessa forma, o montante deve ser liberado à empresa para que seja utilizado somente para atividade fim da varejista, sob direta gestão do administrador judicial até o julgamento do mérito do Mandado de Segurança impetrado pelo BTG. Com a decisão, o dinheiro bloqueado que vier a ser “arrestado ou sequestrado” voltará a ser de propriedade da companhia, mas deverá ser mantido em depósito judicial.
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