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Pela primeira vez em 25 anos, o crescimento do comércio global ficará atrás do PIB global, aponta BCG

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Pela primeira vez em 25 anos, o comércio global na próxima década crescerá a um ritmo mais lento do que o produto interno bruto mundial, e os padrões de comércio com os quais estamos familiarizados mudarão, de acordo com um novo relatório divulgado pelo Boston Consulting Group.

O relatório, intitulado “Protectionism, Pandemic, War, and the Future of Trade”, prevê que o comércio mundial crescerá a uma taxa de apenas 2,3% ao ano até 2031 — menos do que os 2,5% projetados para o crescimento econômico global — aproximadamente 1.5 pontos percentuais de crescimento do comércio para cada ponto percentual do crescimento do PIB global de 1995 a 2008, e cerca de um para um de 2009 a 2019.

Embora o conflito na Ucrânia seja uma força primária na mudança dos padrões comerciais, outros fatores, incluindo a menor dependência das nações ocidentais do comércio com a China e o surgimento de blocos econômicos como a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), estão remodelando o comércio global.

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“O comércio global foi significativamente interrompido nos últimos três anos, primeiro pela pandemia e agora pelo conflito na Ucrânia e as crescentes tensões geopolíticas”, disse Nikolaus Lang, diretor executivo e sócio sênior, líder global da prática Global Advantage do BCG e coautor do relatório. “Depois de quase 30 anos de um ambiente comercial relativamente seguro, estamos no meio de uma nova dinâmica Oriente versus Ocidente, com uma comunidade liderada pelos EUA e EU, e uma contraparte China-Rússia, juntamente com o potencial surgimento de um terceiro grupo de nações não alinhadas a nenhum um dos mencionados anteriormente”.

“À medida que empresas, indústrias e países se ajustam às dinâmicas geopolíticas e econômicas em constante mudança, o resultado produzirá oportunidades para alguns e desafios para outros”, disse Marc Gilbert, diretor executivo e sócio sênior do BCG, líder da consultoria para assuntos de geopolítica e comércio, e coautor do relatório. “As mudanças previstas continuarão a diluir a globalização econômica e a abertura comercial que caracterizaram as três primeiras décadas do período pós-Guerra Fria, resultando em um mapa comercial redesenhado muito diferente do que era em 2021”.

O conflito na Ucrânia fez com que a União Europeia e a Rússia alterassem suas relações comerciais. Como resultado, nos próximos nove anos, a UE aumentará seu comércio com os EUA em US$ 338 bilhões — impulsionado em grande parte pelo aumento das exportações de energia dos EUA para a Europa — e expandirá seu comércio combinado com países da ASEAN, África, Oriente Médio e Índia. Enquanto isso, as transações entre os EUA e a China diminuirão em US$ 63 bilhões até 2031. O crescimento dos negócios entre a UE e a China também está esfriando, com previsão de crescimento do comércio bilateral em apenas US$ 72 bilhões, um aumento modesto em comparação com os anos anteriores. Já o comércio da Rússia com a China e a Índia crescerá US$ 110 bilhões, incluindo US$ 90 bilhões somente com a China.

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O Sudeste Asiático será o principal beneficiário desse mapa comercial redesenhado, com um valor estimado de US$ 1 trilhão em novo comércio — devido, em grande parte, aos novos negócios com a China, Japão, EUA e UE — até 2031. As transações da ASEAN com a China devem crescer em US$ 438 bilhões, o maior aumento inter-regional, de acordo com as perspectivas de 2031 do relatório do BCG.

“O novo comércio global está favorecendo a resiliência da cadeia de suprimentos e a diversificação global. As empresas devem priorizar as etapas para aumentar a resiliência, como a criação de reservas de estoques de commodities e componentes essenciais, e a pré-qualificação de fornecedores alternativos”, disse Michael McAdoo, sócio e diretor de comércio e investimento global do BCG, e coautor do relatório. “O ambiente comercial relativamente seguro, que permitiu às empresas desenvolver extensas redes mundiais de suprimentos, deu lugar a um cenário mais incerto que exige equilíbrio entre os objetivos de eficiência e custos mais baixos e uma maior conscientização dos riscos globais”.

O estudo completo está disponível, em inglês, no site do BCG.

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