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As ações do Grupo Coteminas (CTNM3) dispararam quase 300% nos últimos dias, impulsionadas pelo efeito “SHEIN”. A empresa chinesa, que recentemente anunciou a intenção de nacionalizar parte de sua produção voltada ao Brasil, assinou um memorando de entendimentos com a Coteminas. Embora não haja nenhum compromisso firme entre as partes, a possibilidade de uma parceria tem gerado otimismo entre os investidores.
No entanto, é importante destacar que a situação financeira da Coteminas e suas empresas subsidiárias, como a Springs Global Participações (SGPS3) e a Santanense (CTSA3, CTSA4), não é favorável. Nos últimos anos, a empresa tem enfrentado dificuldades na sustentação de volumes de vendas compatíveis com o tamanho de sua estrutura. Alguns fatores que contribuem para essa situação incluem a competição com produtos de menor valor agregado locais e importados, a menor disponibilidade de renda disponível nos anos pós-Dilma e a má gestão.
Portanto, os movimentos vistos nas ações CTMN3, CTMN4, CTSA3, CTSA4 e SGPS3 são puramente especulativos. Embora a eventual parceria com a Shein possa trazer benefícios para as empresas do Grupo Coteminas, ainda não há nada concreto. Aqueles que estão comprando as ações estão fazendo uma aposta cega, e é importante ter cuidado com as previsões de fóruns de investimento.
O analista financeiro Ricardo diz que prefere investir em empresas lucrativas e economicamente sustentáveis, que não dependem de milagres para crescer. Ele alerta que qualquer um que se proponha a fazer qualquer tipo de “previsão” a respeito do desfecho da situação está chutando sem base alguma.
Em resumo, embora a possibilidade de uma parceria com a Shein possa trazer benefícios para as empresas do Grupo Coteminas, os movimentos vistos nas ações são puramente especulativos. Investir conscientemente e em empresas lucrativas e sustentáveis é a melhor opção para os investidores.
Além disso, é importante destacar que a concorrência do setor têxtil brasileiro com produtos asiáticos tem sido um grande desafio para as empresas do ramo. Antigamente, o setor têxtil brasileiro tinha grande representatividade na Bolsa, com empresas altamente saudáveis e rentáveis. Porém, com a chegada de produtos asiáticos, especialmente chineses, a maioria das tecelagens que produziam visando alto giro enfrentaram dificuldades e muitas fecharam suas portas. Sobreviveram as empresas que se voltaram para produtos de maior valor agregado e investiram na verticalização da cadeia, como foi o caso da Hering.
A Coteminas também investiu na verticalização do segmento cama, mesa e banho por meio da Springs Global Participações, que detém uma ampla rede de lojas das marcas Artex, mmartan e Casa Moysés. No entanto, nos últimos anos, a empresa tem enfrentado dificuldades em manter os volumes de venda compatíveis com sua estrutura, o que tem afetado seus resultados econômicos e gerado prejuízos.
Apesar desse cenário, a possível parceria com a Shein traz esperança para o Grupo Coteminas. A empresa chinesa, que tem se destacado no mercado de varejo online com preços baixos e uma vasta seleção de produtos, tem a promessa de gerar 100 mil empregos no Brasil com a nacionalização de parte de sua produção. Se a parceria se concretizar, pode representar um impulso para as empresas do Grupo Coteminas, mas é importante ressaltar que ainda não há garantias.
Por fim, é importante que os investidores tenham cautela ao investir em ações de empresas que enfrentam dificuldades financeiras e dependem de um “milagre” para se recuperarem. A melhor estratégia é investir em empresas lucrativas, economicamente sustentáveis e com bom histórico financeiro, reduzindo os riscos e aumentando as chances de retorno a longo prazo.
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