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O mercado de ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) tem apresentado uma retomada gradual em todo o mundo, com destaque para os Estados Unidos, que lideram o ranking de emissões neste ano. No entanto, o Brasil tem ficado para trás nesse processo, com poucas empresas abrindo capital na bolsa brasileira.
De acordo com dados da consultoria Renaissance Capital, até o final de março, foram realizados 356 IPOs em todo o mundo, com um volume total de US$ 95,8 bilhões. Os Estados Unidos lideram a lista, com 104 emissões e um volume total de US$ 27,9 bilhões. Na sequência, aparecem a China, com 85 IPOs e US$ 22,3 bilhões em volume, e a Índia, com 27 IPOs e US$ 4,4 bilhões em volume.
Já no Brasil, o número de IPOs tem sido bastante reduzido. Até o momento, apenas uma empresa abriu capital na B3 em 2023, a startup de tecnologia Cogna Educação. Além disso, outras empresas têm adiado seus planos de abrir capital, em meio à volatilidade do mercado e à incerteza política e econômica no país.
Segundo especialistas, a baixa demanda por IPOs no Brasil reflete a desconfiança dos investidores em relação ao cenário político e econômico do país, bem como as dificuldades enfrentadas pelas empresas em termos de regulamentação e burocracia. Além disso, a competição com os mercados internacionais também tem sido um fator importante.
“O mercado de IPOs no Brasil tem sido muito difícil nos últimos anos, devido à volatilidade econômica e política do país, bem como à competição com os mercados internacionais, que têm atraído um grande volume de investimentos”, afirma Marcelo Alves, sócio da consultoria financeira KPMG.
No entanto, apesar das dificuldades, alguns especialistas acreditam que o mercado de IPOs no Brasil pode se recuperar nos próximos meses, à medida que a economia do país apresentar uma recuperação mais consistente e a confiança dos investidores se fortalecer. “Acredito que o mercado de IPOs no Brasil pode se recuperar, desde que haja uma retomada mais consistente da economia e um ambiente político mais favorável aos negócios”, afirma Alves.
Algumas empresas brasileiras têm planos de abrir capital em breve, como é o caso da fintech Nubank e da empresa de tecnologia VTEX, que anunciaram suas intenções de IPO recentemente. Além disso, outras empresas também estão avaliando a possibilidade de abrir capital, como a fabricante de cosméticos Natura & Co e a rede de laboratórios Dasa.
No entanto, a incerteza política e econômica no Brasil ainda é um obstáculo para as empresas que desejam abrir capital, o que pode levar a um adiamento dos planos de IPO. “As empresas estão avaliando cuidadosamente o momento certo para abrir capital, levando em conta o cenário político e econômico do país, bem como as condições de mercado”, afirma Alves.
Além disso, a competição com os mercados internacionais também tem sido um desafio para as empresas brasileiras. Com a retomada gradual dos IPOs em todo o mundo, as empresas brasileiras precisam competir com outras empresas que buscam o mesmo objetivo, o que pode levar a uma maior seletividade dos investidores.
Apesar dos desafios, alguns especialistas acreditam que o mercado de IPOs no Brasil tem potencial para crescer nos próximos anos, impulsionado pela melhora da economia do país e pelas reformas políticas e regulatórias que estão em andamento. No entanto, para que isso aconteça, é necessário que as empresas e o governo trabalhem juntos para criar um ambiente mais favorável aos negócios e aos investimentos.
“Acredito que o mercado de IPOs no Brasil tem um grande potencial de crescimento, desde que as empresas e o governo trabalhem juntos para criar um ambiente mais favorável aos negócios e aos investimentos. Com a retomada gradual da economia do país, esperamos ver um maior número de empresas abrindo capital na B3 nos próximos anos”, afirma Alves.
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