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Taxas de juros continuam em alta, apesar da queda dos juros dos Treasuries e do dólar, trazendo preocupações sobre a inflação.
Mais um dia de alta nas taxas de juros foi registrado no mercado brasileiro, mesmo com a forte queda dos juros dos Treasuries e a desvalorização do dólar tanto no cenário interno quanto externo. Essa tendência tem surpreendido os analistas, que destacam a dificuldade do mercado em romper o patamar de 10% após a recente descompressão nas últimas semanas.
Embora o IPCA de junho, divulgado recentemente, tenha apresentado uma deflação conforme o esperado, persistem preocupações com a inflação de serviços. A expectativa agora se volta para a divulgação do IPCA-15 de julho, prevista para o final do mês, para obter uma visão mais clara sobre os movimentos de preços.
No cenário internacional, os juros dos Treasuries sofreram uma forte queda após a divulgação do PPI (Índice de Preços ao Produtor) de junho nos EUA, que mostrou uma desaceleração significativa em comparação ao ano anterior. Esse dado reforçou a aposta de que o Federal Reserve (Fed) encerrará o ciclo de aperto monetário nos EUA após um novo aumento de 0,25 pontos-base em julho.
No fechamento do mercado brasileiro, as taxas de juros DI apresentaram alta. O DI Jan24 subiu para 12,840%, o Jan25 avançou para 10,855%, o DI para jan/26 avançou para 10,225%, o Jan/27 chegou a 10,215%, o Jan/29 atingiu 10,510%, e o Jan/31 fechou em 10,660%. Esses movimentos refletem a persistência das preocupações com a trajetória futura da política monetária e da inflação no Brasil.
Dólar cai em relação ao real devido a expectativas de apenas uma alta de juros pelo Fed
O dólar à vista apresentou uma queda em relação ao real nesta quinta-feira, seguindo a tendência de desvalorização da moeda no exterior. Essa queda foi impulsionada pelo dado de inflação ao produtor (PPI) nos Estados Unidos, que veio abaixo das expectativas, reforçando a tendência de desaceleração dos preços já apontada pelo CPI.
Os números divulgados levaram o mercado a revisar suas projeções em relação ao Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, que deverá elevar as taxas de juros em 25 pontos-base em julho e, provavelmente, encerrar o ciclo de aperto monetário. Essa expectativa de uma única alta de juros pelo Fed neste ano contribuiu para a queda do dólar em relação ao real.
Além disso, o fluxo de investidores estrangeiros para a bolsa brasileira também exerceu pressão sobre a moeda norte-americana. Segundo dados da B3, os estrangeiros aplicaram R$ 2,99 bilhões em ações brasileiras no pregão de terça-feira, representando a maior entrada de capital gringo em um único pregão neste ano. Essa entrada recorde de recursos estrangeiros fortaleceu o movimento de queda do dólar em relação ao real.
No cenário internacional, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de moedas, atingiu o nível de 99,751 pontos, registrando uma queda de 0,77%. Enquanto isso, o euro apresentou uma valorização de 0,87%, sendo cotado a US$ 1,1225, e a libra esterlina ganhou 1,10%, chegando a US$ 1,3131.
Ibovespa se mantém acima dos 119 mil pontos
No Brasil, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, apresentou um desempenho positivo e se manteve acima dos 119 mil pontos. O índice fechou o dia com alta de 1,36%, atingindo os 119.263,89 pontos. O volume financeiro negociado na bolsa somou R$ 20,7 bilhões.
O cenário favorável em Wall Street refletiu o bom humor dos investidores, que viram os dados de inflação ao produtor corroborarem a desaceleração dos preços, já apontada pelo índice de inflação ao consumidor (CPI). No entanto, o mercado também está atento ao mercado de trabalho, uma vez que os números semanais de pedidos de auxílio-desemprego ficaram abaixo das expectativas, indicando um mercado de trabalho ainda apertado.
A expectativa é que o Federal Reserve mantenha seu plano de aumentar as taxas de juros em julho, mas os investidores também estarão voltando sua atenção para os balanços corporativos, à medida que a temporada de resultados se inicia. O ambiente permanece favorável para a continuidade dos ganhos nas bolsas de valores, impulsionado pelos dados econômicos e pelo otimismo em relação à recuperação da economia global.
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