Ainda não é hora de se depilar e apostar na EspaçoLaser (ESPA3)

O Itaú BBA retomou a cobertura da Espaçolaser (ESPA3) com uma recomendação neutra e um preço-alvo de R$ 1,60 por ação, o que representa um potencial de valorização de 10% para o papel. A analista Clara Lustosa expressa uma perspectiva positiva em relação ao potencial de crescimento a longo prazo do mercado de depilação a laser no Brasil e acredita que a Espaçolaser está bem posicionada para se tornar a empresa líder nesse setor por meio de consolidação. No entanto, devido ao fato de a empresa ainda estar em um processo de reestruturação, ela adota uma abordagem mais cautelosa em relação à ação.

Ademais, Clara Lustosa menciona que a cultura da depilação é forte no Brasil, mas a adoção de métodos de depilação permanente, como o laser, ainda é limitada. Segundo dados apresentados pela Espaçolaser em seu IPO (embora possam estar desatualizados), a depilação a laser representava apenas 5% do mercado de depilação em 2019. A analista observa que o aumento da concorrência é um risco a ser monitorado de perto, mas destaca o reconhecimento sólido da marca Espaçolaser, a tecnologia avançada, o treinamento competente da equipe e a qualidade superior dos serviços como fatores que sustentam a posição da empresa como líder do mercado.

O Itaú BBA aponta que a Espaçolaser tem conseguido cobrar preços até 20% acima dos concorrentes, especialmente devido à qualidade dos serviços prestados. No entanto, o banco considera que ainda não está claro se a fase desafiadora que a empresa enfrentou após o IPO está completamente superada. Embora o processo de reestruturação já esteja gerando resultados positivos, ele ainda está em estágio inicial. O banco também destaca que o mercado de depilação a laser parece ser mais sensível às condições macroeconômicas do que inicialmente previsto pela empresa.

Além disso, o Itaú BBA aponta que a estrutura de capital atual da Espaçolaser ainda não está completamente equilibrada, apesar de ter apresentado melhorias. A alavancagem financeira aumentou consideravelmente devido à aquisição de franquias em um momento de fraqueza operacional da empresa e custos de capital elevados. A companhia passou por uma reestruturação financeira e uma injeção de capital em 2022.

Atualmente, a Espaçolaser possui um valor de mercado de R$ 525 milhões e projeta um EBITDA de aproximadamente R$ 200 milhões para este ano. O Itaú BBA estima que o papel esteja sendo negociado a 32 vezes o lucro estimado para 2024 e a 11 vezes o lucro estimado para 2025.