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Bolsas em Nova York fecham em queda devido a ansiedade pelo discurso de Jerome Powell. Ibovespa também recua, influenciado por cautela externa.
Os mercados financeiros internacionais apresentaram quedas significativas, com as bolsas em Nova York fechando em baixa e o Ibovespa, principal índice da B3, acompanhando a tendência de cautela. O motivo central para a queda foi a ansiedade dos investidores em relação ao discurso muito aguardado de Jerome Powell, que ocorrerá no Simpósio de Jackson Hole.
Embora os analistas não esperem declarações catastróficas, há preocupações de que Powell possa adotar um tom mais agressivo, aumentando as expectativas de aperto monetário ainda neste ano.
Investidores aguardam discurso de Powell com apreensão; Mercados reagem negativamente
Os mercados financeiros enfrentaram um dia de queda em Nova York, refletindo a apreensão dos investidores em relação ao aguardado discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), no Simpósio de Jackson Hole. As bolsas fecharam em vermelho, enquanto o Ibovespa, índice de referência do mercado de ações brasileiro, seguiu a tendência negativa, fechando com uma retração significativa.
A expectativa em torno das palavras de Powell gerou incerteza nos mercados, levando a uma postura mais cautelosa por parte dos investidores. Embora analistas não prevejam declarações dramáticas, há uma preocupação subjacente de que Powell possa adotar um tom mais agressivo em relação à política monetária, sinalizando possíveis aumentos nas taxas de juros ainda neste ano. Essa perspectiva de aperto monetário fez com que os juros dos Treasuries, títulos do governo dos Estados Unidos, voltassem a subir.
As declarações de Patrick Harker, presidente do Fed da Filadélfia e membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), adicionaram complexidade à situação. Harker afirmou que o Fed já havia feito o suficiente no que diz respeito à escalada das taxas de juros, mas ponderou sobre a possibilidade de mais aumentos serem necessários. Essa divergência de opiniões entre os membros do Fed contribuiu para a incerteza nos mercados.
O fechamento das bolsas em Nova York apresentou quedas significativas: o Dow Jones recuou 1,09%, o S&P500 perdeu 1,35% e o Nasdaq registrou uma queda de 1,87%. A volatilidade também se refletiu nos retornos dos Treasuries, com o T-note de 10 anos ultrapassando 5%, e nos demais prazos.
No cenário brasileiro, o Ibovespa acompanhou a tendência externa de cautela e fechou com uma queda de 0,94%. Setores como commodities, turismo e varejo foram particularmente afetados, contribuindo para a performance negativa do índice.
Declarações de Harker e discurso de Powell movimentam mercado cambial
Nesta quinta-feira, o mercado cambial viu o dólar recuperar parte das perdas recentes, influenciado por declarações do presidente do Fed de Filadélfia, Patrick Harker, e pelas expectativas em torno do aguardado discurso de Jerome Powell no Simpósio de Jackson Hole.
As declarações de Harker chamaram a atenção dos investidores ao destacar a importância de manter políticas monetárias restritivas por “algum tempo”. Embora ele tenha indicado que o Fed já tenha feito avanços suficientes na escalada das taxas de juros, a ênfase na necessidade de manter o curso atual reverberou nos mercados. Isso gerou uma reversão temporária na trajetória de queda do dólar, uma vez que investidores interpretaram essas palavras como um sinal de que as taxas de juros podem permanecer elevadas por mais tempo.
Além disso, os números dos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA vieram abaixo das expectativas, sinalizando a resiliência contínua do mercado de trabalho. Esses fatores combinados geraram uma perspectiva de que a economia americana pode continuar forte, justificando assim uma política monetária mais restritiva.
No entanto, o foco central do mercado está agora voltado para o discurso de Jerome Powell no Simpósio de Jackson Hole, onde investidores aguardam por mais clareza sobre os planos futuros do Fed em relação às taxas de juros e à política monetária.
Essa incerteza em torno das perspectivas econômicas e das decisões do Fed refletiu-se no comportamento do dólar. O dólar à vista fechou em alta de 0,51%, sendo negociado a R$ 4,8802. Enquanto isso, o dólar futuro para setembro apresentava um aumento semelhante, cotado a R$ 4,8890.
No cenário internacional, o índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a outras moedas principais, registrou um avanço de 0,57%, atingindo 104,009 pontos. O euro, por sua vez, teve uma queda de 0,52%, sendo negociado a US$ 1,0806, e a libra esterlina recuou 1,00%, sendo cotada a US$ 1,2592.
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