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A Braskem, representada pelo código BRKM5, comunicou ao mercado a realização de conversas com investidores para uma possível captação de bonds, cujo montante pode atingir a expressiva marca de US$ 1 bilhão, conforme relatado por fontes ao Broadcast. A data prevista para a precificação desses bonds é amanhã, e o valor a ser anunciado estará dentro da faixa benchmark, que varia entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão.
A Braskem é a terceira empresa a anunciar uma captação por meio da emissão de bonds no mercado internacional nesta semana, evidenciando o apetite dos investidores por títulos de empresas brasileiras.
A agência de classificação de risco Fitch atribuiu à emissão da Braskem um rating BBB-, destacando a qualidade da operação. Os recursos captados com essa emissão estão destinados a serem utilizados para pré-pagar dívidas e para fins gerais relacionados aos negócios da empresa.
Essa iniciativa da Braskem de buscar financiamento no mercado internacional por meio da emissão de bonds demonstra sua confiança na capacidade de gerar retorno e honrar suas obrigações financeiras. Além disso, a captação de recursos permitirá à empresa otimizar sua estrutura de capital e fortalecer sua posição financeira.
Os investidores terão a oportunidade de participar dessa emissão de bonds da Braskem, contribuindo para o financiamento de uma das maiores empresas petroquímicas da América Latina e potencialmente obtendo retornos atrativos em um mercado global de renda fixa. O desenrolar dessa operação será acompanhado de perto pelos interessados no mercado financeiro.
Não existe mais esperança? UBS BB recomenda a venda das ações da Braskem
A indústria petroquímica, que já enfrentava desafios significativos, está passando por uma nova fase de turbulência, impactando diretamente empresas do setor e levando a revisões de recomendações por parte de analistas financeiros. A mais recente ação nesse cenário é o rebaixamento da Braskem (BRKM5) para a recomendação de venda pelo UBS BB.
No início de 2023, havia uma esperança de que o setor tivesse atingido o fundo do poço no último trimestre do ano anterior. No entanto, essa perspectiva otimista se desvaneceu rapidamente, com o agravamento da situação desde o início de fevereiro. A Braskem, uma das empresas proeminentes no setor petroquímico, sentiu o impacto dessa deterioração significativa e a diminuição das projeções financeiras, abrindo espaço para possíveis revisões de baixa nos lucros consensuais.
Analistas financeiros, incluindo Luiz Carvalho, Tasso Vasconcellos e Matheus Enfeldt, levantaram pontos cruciais que contribuíram para a queda nas perspectivas da Braskem. Um desses pontos é a complexidade de um possível acordo envolvendo a empresa. Devido ao grande número de partes relacionadas com o negócio, o ciclo volátil do mercado e o passivo ambiental em Alagoas, os analistas consideram improvável que um acordo benéfico se concretize no curto prazo.
O banco UBS BB tomou medidas drásticas em resposta a essa situação desafiadora. O preço-alvo da Braskem foi cortado de R$ 26 para R$ 20, enquanto a recomendação de neutralidade foi rebaixada para venda. Essa decisão reflete a avaliação de que a deterioração prolongada no setor petroquímico está afetando a empresa mais do que se esperava inicialmente. O pessimismo em relação ao mercado petroquímico tem se estendido por um período mais longo, impactando diretamente a Braskem.
As perspectivas sombrias também se refletem nas previsões para o mercado de commodities. Embora a China tenha enfrentado desafios no setor imobiliário, que poderiam afetar o preço dos metais, os números do mercado de minério e metais sugerem um ambiente mais apertado do que a narrativa pessimista que tem circulado. O preço do minério de ferro permanece acima do custo marginal de produção, mesmo em meio ao cenário deflacionário no mercado imobiliário chinês.
No entanto, para a Braskem, os desafios parecem persistir. O banco UBS BB projeta que os spreads dos produtos petroquímicos estarão de 20% a 30% menores do que as projeções anteriores para o segundo semestre deste ano e também para 2024. Essa previsão sombria contribuiu para a revisão para baixo na recomendação da empresa.
Além disso, as negociações envolvendo a participação da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem parecem ter esfriado, o que intensifica a atenção do mercado sobre os fundamentos do setor. O rebaixamento da recomendação da Braskem não ocorre em isolamento, mas sim como parte de um cenário mais amplo de desafios e incertezas no mercado petroquímico global.
Em meio a esse cenário complexo, investidores e analistas monitoram de perto os desdobramentos do setor petroquímico e suas ramificações para empresas como a Braskem. O rebaixamento da recomendação da Braskem para venda pelo UBS BB é uma manifestação das preocupações crescentes e da análise cautelosa da situação. Resta observar como a empresa se adaptará a esses desafios e como o setor petroquímico enfrentará as pressões contínuas nos meses vindouros.
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