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A análise sobre o desempenho das principais varejistas da Bolsa brasileira no terceiro trimestre de 2023 revela que as ações da Casas Bahia (BHIA3), Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) estão enfrentando desafios significativos, seja devido ao cenário macroeconômico desafiador ou a problemas internos, o que levanta questionamentos sobre seus resultados e potencial valorização.
Desde 2021, empresas mais ligadas ao cenário macroeconômico têm enfrentado pressões, incluindo desaceleração da demanda, aumento das despesas financeiras, pressões nos lucros e outros desafios. No entanto, mesmo com perspectivas macroeconômicas mais favoráveis à frente, setores como o varejo, que são altamente dependentes do consumo, estão tendo dificuldades para normalizar suas operações e, consequentemente, seus resultados e ações.
A desaceleração nos cortes da taxa Selic pelo Banco Central, em meio a uma atividade americana resiliente e uma desinflação global mais lenta, também está limitando a queda das taxas de juros no Brasil. Além disso, as varejistas domésticas enfrentam uma concorrência intensa, tanto interna quanto externa, com empresas chinesas se beneficiando da isenção de impostos sobre compras internacionais, o que pode estar próximo de ser encerrado.
Casas Bahia (BHIA3)
A Casas Bahia, anteriormente conhecida como Via, é apontada como um dos destaques negativos no cenário atual. Além dos impactos do cenário macroeconômico, a empresa enfrenta problemas internos que têm diluído seus resultados trimestrais. Após uma série de desafios de gestão, a Casas Bahia está passando por uma transformação e tentando recuperar sua saúde financeira e a confiança do mercado.
Para o terceiro trimestre de 2023, a expectativa é que a varejista entregue alguma estabilidade em sua receita em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, é esperado um novo declínio em seu Ebitda e a possibilidade de mais um prejuízo líquido. Mesmo com um múltiplo EV/Ebitda relativamente baixo, as preocupações com seu alto nível de endividamento e incertezas quanto ao futuro tornam desaconselhável qualquer recomendação de investimento em BHIA3 neste momento.
Magazine Luiza (MGLU3)
Outra varejista que deve sentir a pressão do cenário de juros é o Magazine Luiza. Assim como a Casas Bahia, o MGLU3 provavelmente apresentará números neutros em sua receita no trimestre, com as vendas digitais compensando parte das quedas nas lojas físicas. No entanto, o terceiro trimestre de 2023 deve registrar mais um prejuízo líquido para a empresa, que já acumula quase R$ 900 milhões em perdas nos últimos 12 meses.
Com dificuldades para enfrentar o atual momento econômico do país, o MGLU3 também é considerado uma opção desfavorável para investimento.
Americanas (AMER3)
A Americanas é outra importante empresa do varejo que enfrentará resultados negativos no terceiro trimestre de 2023. A empresa passa por um dos momentos mais desafiadores de sua história, após a descoberta de um rombo em suas contas no início do ano, o que desencadeou diversos problemas operacionais e financeiros.
Mesmo em negociação com seus principais credores, o alto endividamento da Americanas continuará sendo um grande obstáculo para seus resultados nos próximos trimestres. Além disso, o fechamento contínuo de suas operações físicas deve resultar em novas quedas nos resultados. Portanto, AMER3 também não é recomendada como opção de compra.
O cenário atual do varejo brasileiro, marcado por desafios macroeconômicos e problemas internos, coloca empresas como Casas Bahia, Magazine Luiza e Americanas em uma situação difícil. Investidores devem estar cientes desses desafios e considerar cuidadosamente suas opções de investimento, levando em consideração a estabilidade financeira e a perspectiva de valorização das ações dessas empresas.
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