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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evita responder sobre a meta fiscal de 2024 e deixa entrevista a jornalistas irritado.
Na segunda-feira, 30 de outubro de 2023, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se retirou de uma entrevista a jornalistas sem responder a uma pergunta sobre a meta fiscal para 2024. Ele foi questionado repetidamente sobre o assunto. Ao ser indagado sobre a possibilidade de o governo do presidente Lula alterar a meta de deficit primário zero para o próximo ano, Haddad evitou dar uma resposta direta. A situação se tornou tensa quando uma repórter acusou Haddad de “tergiversar”. Após essa interação, o ministro se levantou e deixou a entrevista antes que a jornalista pudesse concluir sua pergunta.
Ministro da Fazenda se irrita e evita perguntas sobre meta fiscal durante entrevista
Em uma recente entrevista a jornalistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mostrou-se visivelmente irritado ao ser questionado sobre a meta fiscal para 2024. A entrevista ocorreu após uma reunião de Haddad com o presidente Lula no Palácio do Planalto. Durante a conversa com os jornalistas, Haddad foi questionado várias vezes sobre a manutenção da meta fiscal, mas evitou abordar o tema diretamente.
Quando questionado sobre a possibilidade de mudança na meta de deficit primário zero para o próximo ano, Haddad respondeu de forma evasiva, mencionando medidas que o Ministério da Fazenda planeja levar ao governo.
A tensão aumentou quando uma repórter acusou o ministro de “tergiversar” e tentou questioná-lo sobre o Banco Central. Antes que ela pudesse terminar sua pergunta, Haddad se levantou e deixou a entrevista.
Além disso, Haddad reagiu fortemente a uma pergunta sobre uma empresa que adotou estratégias para reduzir seus impostos, instruindo a repórter a fazer sua pesquisa. Ele também enfatizou que não há falta de compromisso do governo com as contas públicas.
Apesar das declarações controversas do presidente Lula sobre a meta fiscal, Haddad minimizou as palavras do chefe do Executivo, afirmando que Lula estava se referindo a benefícios tributários. O ministro também mencionou medidas adotadas pelo Congresso e pelo STF que impactaram a receita federal, como a Lei Complementar 160 de 2017.
Haddad finalizou dizendo que 2023 seria o último ano de uma brecha que permite às empresas deduzir incentivos fiscais de sua base de cálculo.
Dificilmente chegaremos a meta de déficit zero em 2024, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira (27), que “dificilmente” o governo cumprirá a meta de zerar o déficit primário (resultado das contas do governo sem os juros da dívida pública) em 2024. Durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula disse que não quer fazer corte em investimentos em obras.
“Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal a gente vai cumprir. O que eu posso dizer é que ela não precisa ser zero, o país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para esse país. Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida”, disse o presidente.
“E se o Brasil tiver déficit de 0,5%, de 0,25%, o que é? Nada”, acrescentou Lula.
O novo arcabouço fiscal a provado pelo Congresso Nacional em agosto estabelece uma meta de resultado primário zero para o próximo ano, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual, podendo chegar a um superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) ou déficit na mesma magnitude.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já admitiu que zerar o déficit será um desafio e que, para isso, o governo precisa da parceria com o Congresso Nacional. Nos últimos meses, o Poder Executivo enviou uma série de medidas provisórias e projetos de lei que visam reduzir ou extinguir benefícios fiscais concedidos nos últimos anos e aumentar a arrecadação do governo, que precisará de R$ 128 bilhões no próximo ano para cumprir a meta.
O projeto do Orçamento de 2024 prevê um pequeno superávit primário de R$ 2,84 bilhões em 2024, equivalente a 0% do PIB.
O presidente Lula afirmou que está otimista com a economia e espera um crescimento do PIB em 3% ou mais em 2023. Para 2024, segundo ele, apesar de ser um “ano difícil” para economia mundial, o governo está trabalhando para que os problemas não se proliferem internamente.
“Nós sabemos que o ano que vem se apresenta como um ano difícil por conta da queda do investimento da China, a queda do crescimento da China, do aumento da taxa de juros americana”, disse. “Não vamos ficar parados esperando que notícias ruins aconteçam, vamos trabalhar para as coisas melhorarem”, acrescentou.
Para Lula, o Brasil vive um momento excepcional em relação às potencialidades da energia verde e pode atrair investimentos para gerar empregos e dinamizar a economia. Além disso, ele delegou ao vice-presidente Geraldo Alckmin, que é ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, a tarefa de “vender” os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Brasil e no exterior. “O Brasil é um novo berçário de investimento”, afirmou.
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