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As ações da Vale (VALE3) experimentaram um significativo avanço na quinta-feira (21), com um aumento de 3,33%, alcançando R$ 76,97. Este movimento positivo no mercado acionário está diretamente relacionado à notável recuperação dos preços do minério de ferro, influenciada por fatores como estoques limitados e expectativas de uma demanda robusta da China, apesar de um cenário global incerto.
No mercado futuro, a performance do minério de ferro foi particularmente notável. Na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), na China, o contrato de minério de ferro mais negociado para maio subiu expressivos 3,5%, fechando a 948,5 iuanes (aproximadamente US$ 132,77) por tonelada. Da mesma forma, na Bolsa de Cingapura, o contrato de referência para janeiro apresentou uma alta de 2,3%, atingindo US$ 133,91 a tonelada, interrompendo assim uma sequência de três dias de quedas.
Essa alta nos preços ocorre em um contexto onde várias siderúrgicas estão reduzindo a produção, principalmente devido à queda nas margens de lucro, ao aumento dos custos das matérias-primas e às incertezas quanto à demanda futura. Analistas do ING destacaram esse cenário em um relatório recente, enfatizando as dificuldades enfrentadas pelas usinas domésticas.
Outro fator impactante para o mercado de aço é a previsão de uma diminuição na demanda na Índia, o segundo maior produtor mundial de aço bruto. Espera-se que essa demanda reduza no próximo ano fiscal, que inicia em março, em parte devido ao atraso em projetos governamentais e gastos com infraestrutura em razão das eleições gerais.
Por outro lado, na China, espera-se um aumento temporário na demanda por aço. As usinas siderúrgicas no país estão buscando reabastecer suas matérias-primas, visando garantir uma produção sustentada durante o feriado do Ano Novo Lunar em fevereiro. Esse fator, junto com a notícia de que a incorporadora imobiliária chinesa Longfor Group quitou antecipadamente um empréstimo, contribuiu para melhorar o sentimento do mercado.
A combinação desses fatores criou um ambiente favorável para a valorização das ações da Vale, refletindo a interconexão entre os mercados de commodities e o setor de ações. A dinâmica do mercado de minério de ferro, especialmente em relação à China, continua a ser um componente crítico que influencia o desempenho das ações de empresas ligadas à mineração e à siderurgia. Como tal, investidores e analistas permanecem atentos às tendências do mercado de commodities, dada a sua relevância direta no desempenho das ações de grandes companhias como a Vale.
CSN sai na frente?:
A CSN Mineração (CMIN3) entrou recentemente no radar do Banco Safra, que iniciou a cobertura das ações da empresa com uma recomendação de “neutro” e um preço-alvo de R$ 7,70 para os próximos 12 meses. Este posicionamento surge após um rali expressivo de 82% nas ações da empresa desde o final de agosto, levando os analistas a considerarem o valuation atual não particularmente atrativo.
A CSN Mineração é vista pelos analistas do Safra como bem posicionada para expandir sua capacidade e melhorar a qualidade de seu mix de produtos. No entanto, a avaliação da empresa no mercado financeiro, segundo eles, não se apresenta como uma oportunidade de barganha. Apesar dessa visão, o Banco Safra reconhece um potencial de valorização das ações caso os preços do minério de ferro subam no primeiro trimestre de 2024, como é esperado.
Para o ano de 2024, o Safra projeta um preço médio para o minério de ferro em torno de US$ 126 por tonelada, valor este já considerado no valuation da empresa. Atualmente, a CSN Mineração negocia a 5,5 vezes e 8,1 vezes EV/Ebitda (Valor da Empresa/Ebitda) para 2024 e 2025, respectivamente. Esses valores estão acima da média de 3,6 vezes desde o IPO da empresa em fevereiro de 2021.
Em comparação com outras gigantes do setor, como a Vale e as mineradoras australianas, as ações da CSN Mineração estão sendo negociadas a um prêmio. Para 2024, o prêmio é de 1%, e para 2025, chega a 34%. Essa avaliação coloca a empresa em uma posição única no mercado, refletindo tanto suas potencialidades quanto seus desafios.
Um dos pontos de alerta para a CSN Mineração é a alta alavancagem operacional em relação aos preços do minério de ferro. Isso se deve à forte exposição de sua receita a este insumo e uma estrutura de custos relativamente maior em comparação com a Vale. Os analistas do Safra apontam que, embora as ações possam ser atrativas no curto prazo para capitalizar sobre os preços do minério de ferro no início de 2024, essa vantagem pode se reverter com a expectativa de queda nos preços a partir do segundo trimestre do mesmo ano.
Por outro lado, a CSN Mineração tem potencial para reverter o desconto de aproximadamente US$ 12 por tonelada entre o primeiro trimestre de 2022 e o terceiro de 2023, através da melhoria na qualidade de seu portfólio. Além disso, a empresa promete uma distribuição de dividendos sólida para os próximos anos, com um dividend yield esperado de cerca de 7,5% para 2024.
Quanto à Vale (VALE3), o Banco Safra também revisou seu preço-alvo, reduzindo-o ligeiramente para R$ 90,50 na B3, enquanto aumentou o ADR para US$ 18,10. A recomendação de “outperform” foi mantida, refletindo uma visão positiva sobre a empresa. O Safra espera preços resilientes para o minério de ferro e vê a ação da Vale negociada a múltiplos abaixo do nível justo para 2024.
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