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O resultado é o segundo melhor para o período nos últimos cinco anos, ficando atrás apenas de 2021.
Os fundos de investimento registraram captação líquida acumulada positiva de R$ 105 bilhões no primeiro trimestre de 2024, segundo a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O resultado é o segundo melhor para o período nos últimos cinco anos, ficando atrás apenas de 2021, quando a indústria de fundos registrou captação recorde no ano de R$ 406,3 bilhões. Entre janeiro e março do ano passado, ocorreram resgates no total de R$ 73,4 bilhões. O patrimônio líquido dos fundos também cresceu neste primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, de R$ 7,5 trilhões para R$ 8,7 trilhões, um aumento de 15,5%.
A classe de renda fixa foi a principal responsável pela retomada da captação positiva, com entrada de R$ 131,7 bilhões no trimestre, ante os resgates líquidos de R$ 11,8 bilhões no mesmo período de 2023. Os dados por segmento de investidor mostram que o poder público foi o que mais contribuiu com o aumento da captação nos meses de janeiro e fevereiro, mas outros tipos de investidores, como as pessoas físicas, os institucionais, o corporate e o middle também aportaram mais recursos nos fundos do que realizaram resgates neste período.
“A renda fixa tem sido preponderante para a captação positiva da indústria de fundos em 2024. Dentro dessa classe, os fundos de crédito privado têm ajudado a puxar os aportes e já registram entradas de R$ 67,8 bilhões no ano até fevereiro”, afirma Pedro Rudge, vice-presidente da ANBIMA.
Os aportes chamam atenção principalmente entre os fundos de crédito privado que possuem concentração acima de 70% nesse tipo de ativo. A captação desses produtos foi de R$ 3,3 bilhões em janeiro, ante R$ 14,6 bilhões em fevereiro. Já o seu patrimônio líquido saltou de R$ 301,7 em fevereiro de 2023 para R$ 323,7 no mesmo mês deste ano.
Os fundos de renda fixa de infraestrutura também exibem resultados positivos, com um patrimônio líquido que passou de R$ 68,3 bilhões em janeiro para R$ 86,7 bilhões em março de 2024. Nesta mesma base de comparação, o número de fundos desta categoria subiu de 457 para 508 e o número de contas abertas de 291.546 para 416.727. Já a captação líquida acumulada foi de R$ 22,2 bilhões no primeiro trimestre.
“Com uma menor oferta de títulos isentos por causa das restrições impostas pelo CMN, é natural que o investidor avalie outras opções para diversificar seu portfólio. Neste contexto, os fundos de renda fixa de infraestrutura surgem com uma alternativa atraente, que também oferece isenção de IR para o investidor”, afirma Rudge.
Fora da classe de renda fixa, no entanto, os resgates líquidos ainda predominam, embora em menor volume. No caso dos fundos de ações, as saídas atingiram R$ 2,1 bilhões no primeiro trimestre, ante saques de R$ 22,2 bilhões no mesmo período do ano passado. Já os multimercados tiveram resgates de R$ 28,2 bilhões, frente a retiradas de R$ 33,7 bilhões entre janeiro e março de 2023.
Rentabilidade
Entre os fundos de renda fixa, o tipo que teve a maior rentabilidade no primeiro trimestre foi o renda fixa dívida externa, com um retorno de 3,64%. Já os fundos de renda fixa crédito livre apresentaram uma rentabilidade de 2,8% no período, acima da taxa DI (Depósito Interbancário), que alcançou 2,6%.
Na classe dos multimercados, os fundos do tipo estratégia específica (que adotam estratégia de investimento que implique riscos específicos, tais como commodities e futuro de índice) exibiram a melhor rentabilidade, de 4,3%.
Já entre os fundos de ações, os que investem no exterior foram os únicos que apresentaram retorno positivo, de 2,8%, na contramão do Ibovespa que caiu 4,5%.
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