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Um aumento de 4,7% sobre o 1T23, com evolução dos prêmios ganhos e melhora da sinistralidade em seguros.
Em balanço divulgado na manhã desta segunda-feira (06), o BB Seguridade (BBSE3) registrou um lucro líquido de R$ 1,843 bilhão no 1T24, um aumento de 4,7% sobre o 1T23.
O resultado financeiro consolidado da BB Seguridade e de suas investidas atingiu R$ 220,9 milhões, um recuo de 34,7% em relação ao mesmo período de 2023. Já o resultado das participações totalizaram R$ 1,836 bilhão no 1T24, uma elevação de 4,1% na comparação com igual etapa de 2022.
Os prêmios emitidos tiveram um aumento de 15,3% no comparativo, impulsionados por todas as linhas de seguros, mas com especial destaque para prestamista (+35,2%), penhor rural (+54,1%) e vida produtor rural (+28%). A arrecadação com títulos de capitalização apresentou alta de 16,4%, movimento atribuído ao maior ticket médio dos títulos.
“A evolução do operacional mais do que compensou a retração do resultado financeiro causada pelo descasamento temporal de índices de inflação que corrigem os planos de previdência de benefício definido, pela marcação a mercado negativa nas posições em títulos de renda fixa e pela queda da taxa Selic”, disse a companhia.
CEO do BB Seguridade renuncia ao cargo
O CEO da BB Seguridade, Ulisses Assis, surpreendeu o mercado ao renunciar ao seu cargo executivo e à sua posição no conselho da empresa. Ele anunciou sua saída, afirmando que buscará novos desafios na iniciativa privada, aceitando uma proposta para se tornar executivo e sócio de um grande banco privado após uma quarentena de seis meses. Essa mudança de liderança ocorre em um contexto de alterações recentes no conselho da empresa e levanta questões sobre o futuro da BB Seguridade, que é controlada pelo Banco do Brasil.
Desde o início do governo de Lula, o Banco do Brasil já realizou três mudanças no conselho da BB Seguridade, incluindo a substituição do presidente do conselho. A União, por meio do Banco do Brasil, detém 66% do capital da BB Seguridade, o que a torna uma empresa de interesse público. A decisão de Ulisses de renunciar pegou de surpresa o mercado, que estava acompanhando sua gestão na corretora de seguros.
Inicialmente, Ulisses havia indicado o CFO da BB Seguridade, Rafael Sperendio, como seu sucessor, mas o governo optou por seguir uma direção diferente. O controlador indicou André Haui, um funcionário de carreira do Banco do Brasil, que também teve experiência no Ministério da Fazenda durante o governo de Dilma Rousseff, entre 2012 e 2019. Haui trabalha há mais de duas décadas no Banco do Brasil e ocupou cargos importantes na instituição, incluindo o de CEO da BB Securities, a operação do banco nos Estados Unidos.
A saída de Ulisses marca a quarta troca no comando da BB Seguridade em um período de quatro anos. Essa movimentação ocorre em um momento positivo para a empresa, que vem registrando crescimento significativo em seu lucro líquido. No acumulado do ano até setembro, o lucro líquido da BB Seguridade aumentou 32% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 5,8 bilhões.
No entanto, a mudança na liderança levanta preocupações no mercado sobre uma possível interferência do governo na gestão da empresa. Além disso, existe o risco relacionado ao término do contrato para operar o balcão do Banco do Brasil, que está previsto para encerrar em 2032. A empresa ainda precisa confirmar a indicação de André Haui como CEO, enquanto Rafael Sperendio assumirá interinamente o cargo de CEO.
O mercado agora acompanhará de perto os desdobramentos na BB Seguridade, à medida que a empresa passa por mais uma transição de liderança e enfrenta desafios em relação à sua relação com o governo e aos contratos estratégicos que moldam seu futuro.
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