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- O dólar disparou nesta sexta-feira frente ao real e atingiu mais de R$ 5,55
- Investidores estão avaliando o índice de preços de despesas pessoais (PCE), que se manteve estável em relação a abril
- Às 11h00, o dólar, no entanto, alcançou sua máxima, disparando para R$ 5,58
O dólar à vista está em alta frente ao real nesta sexta-feira (28), após uma abertura levemente negativa. Investidores estão avaliando o índice de preços de despesas pessoais (PCE), que se manteve estável em relação a abril, conforme previsto.
Em abril, o índice havia registrado uma alta de 0,3%. Em termos anuais, o PCE, portanto, acumulou 2,6% em maio, ligeiramente abaixo dos 2,7% de abril e em linha com as expectativas.
Os investidores estão atentos tanto à formação da taxa Ptax de fim de mês quanto às novas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Às 9h40, o dólar à vista estava em alta de 0,28%, sendo negociado a R$ 5,523 para compra e venda. Na B3, o contrato de dólar futuro para agosto (DOLc1), que se tornou o mais líquido nesta sexta-feira, registrava, contudo, um aumento de 0,35%, alcançando R$ 5,521.
Às 11h00, o dólar, no entanto, alcançou sua máxima, disparando para R$ 5,58.
A taxa Ptax, calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, serve como referência para a liquidação de contratos futuros. No final de cada mês, os agentes financeiros frequentemente tentam influenciar essa taxa para níveis mais favoráveis às suas posições, seja para compras (para aumentar as cotações) ou vendas de dólares (para reduzir as cotações).
O que aconteceu com o dólar hoje?
Os investidores estão focados na formação da taxa Ptax de fim de mês. Isto, enquanto digerem os dados do PCE e acompanham de perto as novas declarações do presidente Lula.
Lula afirmou nesta sexta-feira (28), que os recentes ganhos do dólar frente ao real são resultado de especulações com derivativos. Ainda, destacando que o Banco Central deve investigar essa situação.
Durante uma entrevista à rádio FM O Tempo, durante sua visita a Minas Gerais, o presidente também argumentou que a taxa Selic atual de 10,50% ao ano é “irreal”. Assim, defendendo que a inflação está sob controle.
Essas declarações, portanto, surgem em um momento em que os mercados estão atentos à política monetária e cambial, buscando entender as perspectivas econômicas e financeiras em meio às flutuações do mercado de câmbio e às políticas do Banco Central.
BC não deve intervir na alta do dólar
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou hoje que não há planos imediatos para intervir no mercado cambial para conter a crescente valorização do dólar. Esta posição foi reiterada em meio a preocupações crescentes sobre os impactos inflacionários da moeda norte-americana em alta.
Em declarações durante um evento, Campos Neto enfatizou a estratégia do Banco Central de separar a política de juros, utilizada para controlar a inflação, de outras medidas macroprudenciais, como intervenções diretas no câmbio.
“O câmbio é flutuante [a cotação varia de acordo com a demanda e a oferta pela moeda] e intervenção tem de ser por conta de disfuncionalidade pontual [como a ausência de moeda, em um momento em que as instituições a procuram]. Não fazemos intervenção visando algum tipo de nível [da taxa de câmbio]”Afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
A alta recente do dólar, que atingiu R$ 5,53 hoje, vem sendo associada à percepção de maior risco nos mercados financeiros locais. No entanto, o presidente do BC argumentou que uma intervenção pontual teria “pouca efetividade” diante desse cenário mais amplo.
O Banco Central possui diferentes ferramentas à disposição para intervir no mercado cambial, incluindo contratos de swaps cambiais, leilões de linha e vendas diretas de dólares. Cada um desses instrumentos tem, contudo, o objetivo de estabilizar o mercado e mitigar os impactos econômicos da volatilidade cambial.
Campos Neto também destacou a importância de preservar as reservas internacionais do país. Reiterando, assim, que o Banco Central evita intervenções que possam comprometer significativamente esses recursos essenciais para a estabilidade econômica.
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