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- Após o presidente Nicolás Maduro decretar o fechamento da embaixada argentina e ordenar a expulsão dos diplomatas do país, o Brasil assumiu a representação diplomática da Argentina na Venezuela
- Nesta quinta-feira (1), testemunhas relataram o hasteamento da bandeira brasileira na residência do embaixador
- Com essa mudança, o Brasil, no entanto, será responsável por proteger os direitos dos cidadãos e empresas argentinas na Venezuela
Após o presidente Nicolás Maduro decretar o fechamento da embaixada argentina e ordenar a expulsão dos diplomatas do país, o Brasil assumiu a representação diplomática da Argentina na Venezuela. Nesta quinta-feira (1), testemunhas relataram o hasteamento da bandeira brasileira na residência do embaixador. Isto, conforme informado pela Reuters.
Com essa mudança, o Brasil será responsável por proteger os direitos dos cidadãos e empresas argentinas na Venezuela. Dessa forma, na ausência de um embaixador argentino. Além disso, o governo de Lula da Silva terá a oportunidade de mediar e facilitar negociações entre Nicolás Maduro e Javier Milei. Assim, ajudando a preencher o vazio deixado pela interrupção dos canais de diálogo.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, e o presidente argentino, Javier Milei, receberam bem a decisão do Brasil e expressaram seu apoio nas redes sociais. A medida também alivia a preocupação sobre o destino dos opositores do regime de Maduro que estavam abrigados na embaixada argentina há meses.
“Agradecemos ao governo do Brasil pela disposição em assumir a representação diplomática e consular da República Argentina na Venezuela, e a proteção de sua sede e residência, bem como a integridade física de nossos colegas asilados na referida residência”, publicou María Corina em perfil no X.
María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, e Javier Milei, presidente da Argentina, demonstraram seu apoio à decisão do Brasil nas redes sociais.
Milei, publicou em letras maiúsculas: “OBRIGADO AO BRASIL”. “Aprecio muito a disposição do Brasil em assumir a custódia da Embaixada da Argentina na Venezuela. Agradecemos também a representação momentânea dos interesses da República Argentina e dos seus cidadãos ali”, afirma.
Diplomáticos argentinos
Ele também mencionou que os diplomatas argentinos foram obrigados a deixar a Venezuela nesta quinta-feira. Isto, como retaliação de “Maduro, o ditador, pela nossa condenação da fraude ocorrida no domingo passado”.
“Não tenho dúvidas de que em breve reabriremos a nossa Embaixada numa Venezuela livre e democrática. Os laços de amizade que unem a Argentina ao Brasil são muito fortes e históricos. A Venezuela respeitará, portanto, as disposições da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e da Convenção de Viena sobre Relações Consulares.”
O jornal argentino Ámbito Financiero destacou que esta não é a primeira vez que o Brasil desempenha um papel de apoio na representação diplomática da Argentina. Durante a Guerra das Malvinas, em 1982, fecharam-se as embaixadas em Londres e Buenos Aires.
Para manter o atendimento às necessidades políticas, sociais e econômicas, a Argentina estabeleceu uma seção de interesses na embaixada brasileira em Londres, enquanto o Reino Unido representou seus interesses na embaixada da Suíça em Buenos Aires.
Maduro é reeleito na Venezuela e resultado enfrenta controvérsias
Neste domingo (28), o presidente Nicolás Maduro foi reeleito para um novo mandato de seis anos na Venezuela. Isto, conforme anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). De acordo com a declaração oficial, Maduro recebeu 51,20% dos votos. Enquanto seu opositor Edmundo González Urrutia obteve 44,2%. A divulgação do resultado ocorreu com 80% dos votos já contabilizados.
Entretanto, a Plataforma Democrática Unitária (PUD), coligação de oposição, havia previamente denunciado que o CNE havia interrompido a transmissão dos resultados. Ainda, em uma “quantidade significativa” dos 15.767 centros de votação. Na segunda-feira, diversos países, incluindo Estados Unidos, Argentina, Chile, Peru, Guatemala e Costa Rica, emitiram declarações rejeitando o resultado. E, assim, solicitando maior transparência na apuração.
Manifestação de preocupação
Em Tóquio, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manifestou sua “séria preocupação” com a validade dos resultados divulgados pelo CNE e questionou a legitimidade do processo eleitoral e a representação da “vontade” dos eleitores.
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, pediu que a vontade democrática da Venezuela seja respeitada por meio da apresentação das atas de todas as seções eleitorais, a fim de garantir resultados completamente verificáveis.
“É importante que todos possam ter acesso tabela por tabela a todos os dados. E espere para ter garantias mínimas. O que conhecemos são dados globais”, comentou. “Ao longo do dia”, confidenciou, “esperamos ter informações mais claras e democráticas”.
“A Espanha está trabalhando”, ainda insistiu. “Para um cenário em que a calma, a tranquilidade e o senso democrático que prevaleceram ontem durante o dia das eleições sejam mantidos. É por isso que a Espanha vai trabalhar e é por isso que estamos conversando com nossos países irmãos da região e com o Alto Representante (da UE para os Negócios Estrangeiros). É isso que nos guia e o que nos guiará”, enfatizou.
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