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Ação da Cielo deixa de ser negociada na Bolsa

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A CVM deferiu a conversão do registro de companhia aberta da empresa da categoria “A” para categoria “B”.

Cielo informou que, na segunda-feira (26), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deferiu a conversão do registro de companhia aberta da empresa da categoria “A” para categoria “B”. Assim, as ações de emissão da Cielo deixam de ser negociadas na B3.

De acordo com comunicado, a Cielo diz que os acionistas remanescentes seguem podendo alienar suas ações mediante pedido apresentado ao escriturador das ações de emissão da companhia, conforme prazos e procedimentos detalhados no aviso aos acionistas divulgado em 14 de agosto de 2024.

A empresa ainda informou que serão adotadas as medidas necessárias para convocar oportunamente uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) a fim de deliberar sobre o resgate compulsório da totalidade das ações da companhia em circulação remanescentes, de forma que, caso o Resgate Compulsório seja aprovado.

Movimento

Esse movimento, no entanto, segue o exemplo de empresas como Stone e PagBank, que expandiram suas ofertas bancárias após consolidarem sua presença no segmento de maquininhas, e da Rede, que deixou a Bolsa em 2012 e tomou a liderança de mercado da Cielo no ano passado ao integrar suas operações com pequenas e médias empresas do Itaú Unibanco.

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No segundo trimestre deste ano, a participação de mercado da Cielo caiu para 19,9%, uma redução em relação aos 22,3% registrados no mesmo período do ano passado. A rival Rede, por sua vez, manteve a liderança com 22,8%, apesar de enfrentar competição crescente de rivais como Getnet e Stone. O PagBank ainda não divulgou seus números para o segundo trimestre.

“Não é segredo que a Cielo tem sofrido para proteger sua fatia de mercado no segmento de pequenas e médias empresas, que é o mais rentável”, afirmou o analista Eduardo Rosman, do BTG Pactual. 

“Apesar de ter expandido sua força de trabalho, o desempenho da companhia tem sido abaixo do esperado.”

Espaço no mercado

Quando a Cielo chegou à Bolsa em 2009, dividia o mercado com a Rede (então Redecard), com cada uma processando apenas cartões de sua bandeira específica. A partir de 2010, o Banco Central quebrou o duopólio, permitindo o processamento de múltiplas bandeiras. Com a entrada de novos concorrentes como PagSeguro (hoje PagBank), Getnet e Stone, a participação de mercado das líderes começou a cair.

Para manter sua posição, Cielo e Rede reduziram preços. Mas, a Cielo foi uma das primeiras a desistir dessa estratégia após a pandemia de covid-19 em 2021. Isto, quando a alta dos juros tornou a guerra de preços insustentável. Como resultado, a margem Ebitda da Cielo caiu de 67,6% em 2009 para 29,3% no segundo trimestre deste ano.

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Apesar de uma recuperação em 2022 e alta nas cotações da Bolsa, a Cielo perdeu terreno com o avanço das ofertas integradas de maquininha e banco pelos concorrentes. Isto, como a Rede, que assumiu a liderança de mercado. Analistas, no entanto, apontam que a Cielo listada não conseguiria se integrar bem aos bancos controladores. A mudança na presidência do Bradesco no início do ano, com Marcelo Noronha assumindo o cargo e alinhando-se com Tarciana Medeiros, do Banco do Brasil, resultou na decisão de tirar a empresa da B3 e manter a sociedade.

Foco

O foco da Cielo está agora nas pequenas e médias empresas, um segmento estratégico para o futuro da companhia. A empresa reforçou sua equipe comercial para atender a esse mercado, que é crucial tanto para a gestão do caixa quanto para o crédito das pequenas empresas. Assim, representando uma oportunidade rentável para os bancos controladores.

“Nós esperamos entrar em dinâmica melhor para Cielo e para os dois bancos”, disse Noronha na semana passada. No Bradesco, a retomada do crédito para as PMEs tem acontecido gradualmente, e a Cielo é vista como uma ferramenta importante.

“Com o leilão da Cielo, nós teremos uma oferta de maior valor para as micro, pequenas e médias empresas”, afirmou o vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB, Geovanne Tobias.

O leilão da oferta pública de aquisição da Cielo resultou na compra de 736.857.044 ações ordinárias, representando 27,1% do capital social da empresa, ao preço de R$ 5,82 por ação, totalizando R$ 4,29 bilhões. A liquidação ocorrerá em 16 de agosto, e as ofertantes passarão a controlar 93,4% do capital social da Cielo. Desde 15 de agosto, as ações da Cielo foram transferidas do Novo Mercado para o segmento “Básico” da B3. Os acionistas que não venderam suas ações durante o leilão ainda poderão negociá-las na B3 até 14 de novembro de 2024.

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