Guia do Investidor
apostas esportivas
Notícias

Empresas de apostas online sem licença terão operações suspensas a partir desta terça

Nos siga no Google News

Continua após o anúncio

  • A partir de 1º de outubro, o governo suspenderá as atividades de todas as empresas de apostas que não solicitaram autorização para operar no país
  • A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda vai implementar a suspensão, que só será revertida após as plataformas solicitarem formalmente a autorização
  • Até o dia 11 de outubro, os sites não autorizados permanecerão acessíveis, mas após essa data, a Anatel vai retirar do ar
  • Haddad informou nesta segunda-feira (30) que o governo vai bloquear aproximadamente 600 sites e aplicativos
  • O Ministério também deu um prazo de dez dias para que os apostadores resgatem seus saldos nos sites não regularizados
  • O Ministério informou que as empresas que continuarem operando sem autorização estarão sujeitas a multas de até R$ 2 bilhões por infração

A partir desta terça-feira (1), o governo vai suspender as operações de todas as empresas de apostas online que não solicitaram autorização para atuar no país. A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda vai implementar a medida. E, só reverterá a suspensão quando as plataformas formalizarem seus pedidos e obtiverem a devida permissão.

Esses sites continuarão acessíveis até o dia 11 de outubro, quando a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) retirará do ar as páginas que ainda operam sem a devida licença. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta segunda-feira (30) que o governo vai bloquear aproximadamente 600 sites e aplicativos.

“Se você tem algum dinheiro em casa de aposta peça a restituição já, porque você tem o direito de ter seu valor restituído. Já estamos avisando todo mundo”, afirmou Haddad.

O Ministério também deu um prazo de dez dias para que os apostadores resgatem seus saldos nos sites não regularizados, garantindo que seus fundos não fiquem retidos após o bloqueio.

Leia mais  Eco Invest Brasil: Governo lança programa de investimentos verdes

Pedidos de autorização

Os interessados podem acessar a lista das empresas que já pediram autorização na página do Sistema de Gestão de Apostas do Ministério da Fazenda (Sigap). Até o final do dia 30 de setembro, o sistema já registrava 162 solicitações de 158 empresas. Somente na última semana, 27 companhias submeteram seus pedidos de regularização.

O Ministério informou que as empresas que continuarem operando sem autorização a partir de janeiro estarão sujeitas a multas de até R$ 2 bilhões por infração.

Entre outubro e dezembro, apenas os sites que já atuavam e que receberam a autorização continuarão funcionando. Empresas que forem suspensas poderão solicitar a regularização a qualquer momento. Mas, terão que aguardar no “fim da fila”, um processo que pode levar meses para ser concluído. A expectativa do governo, no entanto, é finalizar a análise dos pedidos já feitos até dezembro deste ano.

Após a aprovação, cada empresa terá que pagar R$ 30 milhões como outorga para operar legalmente até três marcas pelo período de cinco anos. Conforme as diretrizes da Lei 14.790/2023, que regulamentou as apostas eletrônicas no Brasil.

CNC solicita ao STF a declaração de inconstitucionalidade da lei sobre apostas esportivas

  • A CNC protocolou uma ação no STF pedindo a declaração de inconstitucionalidade da lei que regulamenta as apostas esportivas online, visando contestar seus impactos sociais
  • A CNC argumenta que a legislação tem contribuído para o endividamento das famílias, especialmente nas classes C, D e E, que estão redirecionando sua renda para jogos de apostas online em vez de estimular a economia local
  • A ação, que está sob a relatoria do ministro Luiz Fux, deve ouvir a posição da Advocacia-Geral da União e da Procuradoria-Geral da República antes de prosseguir, refletindo a importância e a complexidade do tema

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (24), solicitando que a Corte declare a inconstitucionalidade da lei que regulamenta as apostas esportivas online, comumente conhecidas como “bets”. A ação direta de inconstitucionalidade, que está sob a relatoria do ministro Luiz Fux, destaca preocupações significativas em relação ao impacto da legislação na sociedade.

Leia mais  Superávit fiscal enfrenta desafios

Antes de analisar o pedido, o ministro Fux deverá ouvir a posição da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da República (PGR). Além disso, o STF poderá convocar a Câmara dos Deputados e o Senado Federal para se manifestarem sobre a questão, considerando a relevância do tema.

O Congresso Nacional aprovou a lei que regulamenta as apostas esportivas, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a sancionou em dezembro de 2023. Essa legislação é resultado de uma mobilização governamental e foi precedida por uma medida provisória que Lula editou em julho do ano passado, estabelecendo as diretrizes para o setor. Na ocasião, o governo havia estimado que, em um mercado totalmente regulado e em operação plena, a arrecadação anual poderia variar entre R$ 6 bilhões e R$ 12 bilhões.

A aprovação da lei

No entanto, a CNC argumenta que a aprovação da lei não apenas ampliou a disponibilidade de apostas esportivas no Brasil, mas também levou a um aumento proporcional no endividamento das famílias brasileiras. A entidade expressa preocupações sobre as consequências sociais e financeiras dessa expansão, enfatizando a necessidade de uma revisão crítica da legislação em vigor.

Leia mais  Lula adia anúncio de ajustes fiscais e troca cortes por “ajustes”

A movimentação da CNC reflete um debate mais amplo sobre as implicações das apostas online, que, embora prometam significativas receitas para o Estado, também levantam questões sobre os riscos associados ao endividamento e ao bem-estar das famílias. Assim, a ação no STF pode abrir um caminho para uma reavaliação do marco regulatório e de suas consequências para a sociedade brasileira.

“Levando parte significativa da sociedade a um comportamento financeiro de altíssimo risco, e prejudicando consideravelmente a economia doméstica, o comércio varejista e o desenvolvimento social”, afirmam os advogados da entidade.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) observa que, após a implementação da nova legislação, houve uma clara mudança no comportamento dos consumidores das classes C, D e E. Esses grupos deixaram de investir na economia local e passaram a destinar uma parte significativa de sua renda para jogos de apostas online, na expectativa de encontrar uma solução para suas dificuldades financeiras.



Nos siga no Google News

DICA: Siga o nosso canal do Telegram para receber rapidamente notícias que impactam o mercado.

Leia mais

Epidemia: Brasil já tem 52 milhões de apostadores em bets

Rodrigo Mahbub Santana

Senacon restringe publicidade de sites de apostas online no Brasil

Paola Rocha Schwartz

Gastos com funcionalismo batem recorde sob Lula

Rodrigo Mahbub Santana

Ashmore aumenta participação na Oi (OIBR3) para 9,48% em movimento estratégico

Paola Rocha Schwartz

Lula adia anúncio de ajustes fiscais e troca cortes por “ajustes”

Rodrigo Mahbub Santana

Dólar sobe com expectativas fiscais no Brasil e dados de inflação nos EUA

Rodrigo Mahbub Santana

Deixe seu comentário