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O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, declarou recentemente que as discussões sobre a criação de uma moeda única para o bloco econômico dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ainda são prematuras. Segundo Ryabkov, as diferenças nas regulamentações financeiras entre os países membros tornam difícil, neste momento, o desenvolvimento de uma moeda unificada. As declarações foram feitas durante uma conferência de imprensa realizada no dia 3 de outubro, em Moscou.
Ryabkov explicou que, apesar da importância do tema, ainda é cedo para pensar em uma moeda única para o bloco. O principal obstáculo são as divergências significativas entre os países quanto à regulamentação de saldos de pagamentos, mercados financeiros e metas de inflação. Segundo o vice-ministro, essas diferenças tornam desafiadora a criação de uma moeda comum no curto prazo.
“Ainda é cedo para falar de uma moeda única [nos BRICS] no sentido estrito da palavra,” afirmou Ryabkov. “A razão é que nossos países têm abordagens significativamente diferentes quanto à regulamentação dos saldos de pagamento, mercados financeiros nacionais e controle da inflação.”
Diante dessas disparidades, Ryabkov destacou que os esforços do bloco, por enquanto, estão mais voltados para fortalecer a soberania financeira de seus membros e para criar mecanismos de pagamento que possam suportar o aumento das trocas comerciais entre os países, ao mesmo tempo em que reduzem a vulnerabilidade a riscos externos.
Foco na soberania financeira e moedas nacionais
Em vez de buscar a criação imediata de uma moeda unificada, Ryabkov afirmou que os BRICS estão concentrando seus esforços em alternativas que promovam a soberania financeira de cada nação. A prioridade, segundo o vice-ministro, é explorar o uso das moedas nacionais nas transações comerciais entre os membros do bloco, reduzindo a dependência de moedas estrangeiras, como o dólar americano.
Essa questão foi amplamente discutida durante a Cúpula dos BRICS realizada em Johanesburgo, no início de 2023. Durante o encontro, os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais dos países membros receberam a missão de estudar maneiras de implementar o uso de moedas nacionais, plataformas de pagamento e instrumentos financeiros próprios nas operações comerciais entre os países do bloco.
“Os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais foram encarregados, na cúpula de Johanesburgo, de considerar questões sobre o uso de moedas nacionais, instrumentos de pagamento e plataformas nas operações comerciais mútuas,” explicou Ryabkov durante a coletiva.
A meta principal desses esforços é ampliar a utilização das moedas locais nas transações comerciais entre os membros do BRICS, o que permitiria maior autonomia financeira e a redução da exposição aos riscos das flutuações cambiais globais.
Resultados concretos
Ryabkov também enfatizou que, apesar das dificuldades de criação de uma moeda unificada, os países do BRICS estão fazendo avanços significativos na integração de seus mercados financeiros. Segundo o vice-ministro, grupos de trabalho já estão ativos, e os países estão colaborando em iniciativas que visam conectar seus mercados financeiros de maneira mais eficiente.
Ele acrescentou que alguns resultados práticos dessas colaborações já estão visíveis, sem, no entanto, especificar quais são esses resultados.
“As autoridades relevantes e grupos de trabalho estão colaborando ativamente na conexão dos mercados financeiros, e já temos resultados concretos em andamento,” afirmou Ryabkov, destacando o progresso nas discussões e nos projetos conjuntos.
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