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O Brasil enfrenta um cenário alarmante de desperdício de vacinas, com um valor superior a R$1,7 bilhão já registrado neste ano. Esse número, alcançado antes mesmo do término do segundo ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), coloca o país em uma situação crítica no combate à pandemia de Covid-19 e outras doenças. O valor total de vacinas desperdiçadas em 2024 já se aproxima do recorde anterior de R$1,96 bilhão, ocorrido durante o governo Lula 2.
O levantamento, realizado por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), revela que, até o momento, o governo atual já perdeu 58,7 milhões de doses de vacinas vencidas, número que supera em 22% o desperdício registrado nos quatro anos do governo Jair Bolsonaro, quando 48,2 milhões de vacinas foram descartadas. Em termos percentuais, as perdas de vacinas aumentaram consideravelmente, o que reflete uma falha no sistema de distribuição e armazenamento dos imunizantes.
“Este desperdício de vacinas é um reflexo de uma série de falhas logísticas e de gestão de estoque que precisamos corrigir com urgência. Estamos tomando medidas para evitar que isso continue a ocorrer”.
afirmou o Ministério da Saúde, em nota oficial ao Jornal O Globo.
Recorde de desperdício e mudanças na distribuição
A perda de vacinas se tornou ainda mais evidente após a escassez de doses de vacina contra a Covid-19 em pelo menos 18 estados brasileiros. Em resposta ao problema, o Ministério da Saúde, comandado pela ministra Nísia Trindade, anunciou mudanças no processo de distribuição de vacinas. A principal medida será a implementação de entregas parceladas, o que permitirá maior controle sobre o estoque e reduzirá o risco de vencimento.
Além disso, o governo afirmou que será possível realizar trocas de vacinas que ainda não foram usadas por versões mais atualizadas, aprovadas pela Anvisa, como forma de garantir que as doses sejam sempre eficazes e seguras para a população.
Ministério atribui parte das perdas à administração anterior
Em um comunicado, o Ministério da Saúde apontou que parte das vacinas perdidas em 2023 foi decorrente de estoques herdados da administração anterior. “As vacinas vencidas em 2023 são resultado de doses que foram deixadas para trás e que não foram utilizadas no tempo adequado. Além disso, as campanhas de desinformação também contribuíram para a baixa adesão da população”, justificou a pasta.
Os dados confirmados pelo jornal Gazeta do Povo indicam que, em 2024, o Ministério da Saúde já incinerou 2,3 milhões de frascos de vacinas, o que representa 1,72% do total de vacinas distribuídas desde o início do ano. Considerando que alguns frascos contêm mais de uma dose de vacina, o número real de doses descartadas pode ser ainda maior.
Medidas imediatas e expectativas para o futuro
Com o foco na minimização dos desperdícios, o Ministério da Saúde destacou que, além da entrega parcelada e da troca de vacinas, outras iniciativas, como campanhas de conscientização e ações para combater a desinformação, serão priorizadas. A expectativa é que, com essas novas medidas, o Brasil consiga reduzir significativamente o desperdício de vacinas nos próximos anos.
Em um cenário de luta contra doenças transmissíveis, como a Covid-19 e a gripe, a eficiência na distribuição e utilização das vacinas é fundamental para o sucesso de qualquer campanha de saúde pública. O governo federal espera que as ações em curso possam reverter o quadro de desperdício e, consequentemente, melhorar a adesão da população às campanhas de imunização.
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