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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou na última terça-feira (12) a nomeação do bilionário Elon Musk para comandar o futuro Departamento de Eficiência Governamental, órgão que será criado no início de seu mandato em 2025. O empresário Vivek Ramaswamy também integrará a liderança da nova agência, cuja missão será “desmontar a burocracia governamental” e implementar uma “abordagem empreendedora no governo”.
De acordo com Trump, o novo departamento terá como foco “reduzir regulamentações excessivas, cortar gastos desnecessários e reestruturar agências federais”. Em comunicado oficial, o presidente eleito afirmou que espera “um choque de gestão capaz de transformar a máquina pública americana”. A expectativa é que os trabalhos sejam concluídos até 4 de julho de 2026, data do 250º aniversário da independência dos Estados Unidos.
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“Máxima transparência” e cortes trilionários
Em publicação no X (antigo Twitter), Musk garantiu que sua gestão no novo departamento será marcada pela “máxima transparência”. Ele ressaltou a urgência de reestruturar o governo: “Ou conseguimos tornar o governo eficiente, ou a América vai à falência. É disso que se trata”, declarou o bilionário, acrescentando que pretende implementar cortes de até US$ 2 trilhões, principalmente na burocracia federal.
Musk reconheceu que as mudanças podem gerar “dificuldades temporárias” para a população, mas garantiu que o esforço será necessário para evitar um colapso financeiro no futuro.
O bilionário também deve pressionar o governo por maior desregulamentação em setores estratégicos como inteligência artificial e criptomoedas, áreas nas quais suas empresas têm investido intensamente.
Investimento bilionário e conflito de interesses
A relação de Musk com Trump vai além do campo político. Durante a campanha presidencial, Musk doou cerca de US$ 200 milhões (R$ 1,15 bilhão) para a candidatura republicana, de acordo com a agência Associated Press. Empresas do empresário, como a Tesla e a SpaceX, possuem contratos bilionários com o governo americano.
Críticos apontam que a nomeação de Musk para um cargo estratégico pode representar um conflito de interesses, já que ele terá acesso direto a dados e decisões relacionadas aos gastos federais. Especialistas destacam que a iniciativa pode enfrentar resistência no Congresso, principalmente entre os Democratas.
Parceria com Vivek Ramaswamy
Musk dividirá o comando do novo departamento com Vivek Ramaswamy, também bilionário e ex-candidato à presidência pelo Partido Republicano. Conhecido como “Novo Trump” durante as primárias, Ramaswamy é fundador de uma empresa de biotecnologia e defende políticas de imigração mais rigorosas, incluindo a deportação em massa de imigrantes ilegais.
A parceria entre Musk e Ramaswamy é vista como uma aposta de Trump em líderes empresariais com visões de mundo alinhadas ao mercado. Trump declarou que a dupla representa “a força necessária para conduzir reformas que a política tradicional falhou em realizar”.
Plano ainda nebuloso
Apesar das promessas de cortes trilionários e reformas profundas, detalhes sobre o funcionamento e financiamento do Departamento de Eficiência Governamental permanecem incertos. Analistas políticos destacam que a proposta enfrenta desafios logísticos e legais, sobretudo em um cenário de polarização política nos EUA.
Howard Lutnick, copresidente da equipe de transição de Trump e apontado como um dos principais nomes para liderar o Tesouro, já está trabalhando com Musk nos primeiros esboços do departamento. A intenção é aplicar a mesma estratégia de austeridade que Musk utilizou na reestruturação do Twitter, rebatizado como X, após sua aquisição em 2022.
A nomeação de Musk para o governo marca um novo capítulo em suas aspirações políticas. Durante a campanha de Trump, o bilionário deixou claro que o envolvimento na campanha de 2024 seria apenas o início de sua atuação no cenário político.
Em uma transmissão ao vivo no dia da eleição, Musk comentou que vê a política como “uma extensão de suas responsabilidades como empresário”. Ele reforçou que sua prioridade é “salvar a América da ineficiência e do desperdício”.
Enquanto apoiadores celebram o pragmatismo da dupla Musk e Ramaswamy, opositores veem a iniciativa como um experimento arriscado que pode aprofundar divisões no país.
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