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O retorno de Donald Trump à Casa Branca gerou grandes expectativas no setor de criptomoedas, com a promessa do novo presidente de tornar os Estados Unidos a capital mundial das criptomoedas. A vitória de Trump é vista como uma oportunidade para reposicionar o país no mercado global de moedas digitais, que tem enfrentado uma regulação rigorosa sob o governo de Joe Biden.
Em sua campanha, Trump arrecadou cerca de 245 milhões de dólares (R$ 1,41 bilhão), com uma parte significativa desse montante sendo destinada a atacar opositores, especialmente os democratas, que não favorecem o desenvolvimento de criptomoedas. Segundo o Washington Post, após sua vitória, o magnata republicano começou a buscar profissionais favoráveis às criptomoedas para posições-chave em seu futuro governo, com o objetivo de entender e regular o mercado de criptomoedas de forma mais favorável.
Bitcoin dispara com a vitória de Trump
A perspectiva de uma nova presidência de Trump fez com que o bitcoin, a criptomoeda mais popular, experimentasse uma alta significativa, ganhando mais de 25% em uma semana e superando, pela primeira vez, os US$ 90.000 (R$ 519,3 mil). Trump, que inicialmente era cético em relação ao setor, tem demonstrado um novo interesse e apoio às criptomoedas.
Uma das ações mais esperadas é a substituição de Gary Gensler, o atual presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), que tem sido criticado por adotar uma abordagem rigorosa e repressiva para as criptomoedas. Gensler foi responsável por processar plataformas de câmbio como Binance, Coinbase e Kraken, além de algumas start-ups do setor. Essa postura de regulamentação severa tem sido apontada como um dos fatores que forçou empresas de criptomoedas a migrarem para outros países com políticas mais amigáveis, como Cingapura e Suíça.
O futuro regulatório sob Trump
Uma proposta de lei que está atualmente sob análise no Senado dos EUA sugere que a CFTC (Commodity Futures Trading Commission) seja o principal regulador das criptomoedas, uma mudança que poderia trazer uma abordagem mais pragmática e menos dogmática, beneficiando o setor com regras mais claras e incentivando a inovação. Simon Peters, analista da eToro, acredita que essa mudança aceleraria a aprovação de novos produtos de investimento e aumentaria o fluxo de capitais para o ecossistema de moedas digitais.
Enquanto isso, Chandra Duggirala, titular da incubadora Tides.Network, espera que a presidência de Trump marque uma ruptura com a política de Biden, que é vista como desfavorável ao setor. Duggirala destacou ainda a pressão sobre os bancos tradicionais para que não colaborassem com empresas de blockchain, algo que seria menos provável sob a presidência de Trump.
Memórias de um possível conflito de interesse
Embora o entusiasmo com as políticas favoráveis às criptomoedas de Trump seja grande, Michael Cahill, especialista financeiro, levantou preocupações sobre um possível conflito de interesse. Trump e seus filhos têm vínculos com a plataforma de criptomoedas World Liberty Financial, lançada em parceria com líderes do setor. Medidas favoráveis ao mercado de criptomoedas poderiam beneficiar diretamente esse empreendimento familiar.
Além disso, a Coinhouse sugeriu que o governo Trump incentivasse o uso de stablecoins, criptomoedas lastreadas em moedas tradicionais como o dólar, o que poderia reduzir a volatilidade do mercado. Além disso, o governo dos EUA já possui uma reserva de 210.000 bitcoins (cerca de 18 bilhões de dólares), provenientes de apreensões judiciais, que poderia se tornar um ativo estratégico sob uma presidência mais favorável às criptomoedas.
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