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A CVC S.A. (CVCB3) fez publicação nesta terça-feira (1) informando a respeito dos resultados do quarto trimestre de 2019.
A explicação para a publicação desses resultados somente nesta data, na verdade se deve a problemas com a contabilidade da Agência de Viagens.
De acordo com fato relevante publicado em fevereiro, a companhia havia apontado equívocos na “contabilização de valores transferidos aos fornecedores de serviços turísticos referentes às receitas próprias de tais fornecedores”.
Após isso, foi constatado que as demonstrações financeiras tinham mais de R$ 362 milhões em erros e alterações contábeis, como mostra matéria completa do GDI.
Sendo assim, a empresa precisou refazer a apuração fiscal do período, bem como averiguar os responsáveis pelas irregularidades contábeis.
Relatório trimestral detalha erros e aponta prejuízo líquido para 2019
Segundo relatório, os R$ 362 milhões foram alocados da seguinte forma:
- Primeiramente, R$ 117 milhões referentes ao exercício de 2019, causando redução na receita líquida de R$ 97,5 milhões na controladora e R$ 111,8 milhões no consolidado e aumento da despesa de variação cambial de R$ 5,3 milhões na controladora e no consolidado.
- Em seguida, R$ 111,9 milhões foram alocados ao exercício de 2018, causando redução na receita líquida em R$ 97,7 milhões na controladora e R$ 104 milhões no consolidado e aumento da despesa de variação cambial R$ 7,9 milhões na controladora e no consolidado.
- Por fim, R$ 133,4 milhões referentes a exercícios anteriores a 2018, causando redução do patrimônio líquido em 1º de janeiro de 2018 neste montante.
A respeito dos resultados, a CVC (CVCB3) terminou atingindo para 2019 Prejuízo Líquido de R$ 1,87 milhão e Receita Líquida de R$ 1,71 bilhão de acordo com as Demonstrações Financeiras auditadas.
Paralelamente, em matéria de comparação, a Demonstração Financeira não auditada indicava lucro de R$ 47 milhões além de receita de R$ 1,76 bilhão para o mesmo período.
Quanto ao resultado trimestral, a Receita Líquida atingiu R$ 265,1 milhões, queda de 32,9% comparando os R$ 395,2 milhões vistos um ano antes.
Ainda, o documento aponta que para 4T19 o EBITDA normalizado foi negativo em R$ 111,9 milhões, ante resultado positivo de R$ 116,7 milhões no mesmo período de 2018.
Vale dizer que os resultados do primeiro e segundo trimestres desse ano devem sair até o fim de setembro.
CVC (CVCB3) toma medidas para irregularidades e COVID-19
Diante de tal situação, a CVC (CVCB3) tem de lidar com dois problemas: as irregularidades contábeis e os impactos do COVID-19 no negócio.
De acordo com a Agencia de Viagens, a apuração dos fatos relacionados as distorções foi finalizado e caberá ao grupo de conselheiros averiguar os responsáveis.
Quanto a isso, a empresa aguarda “avaliar a possibilidade de responsabilização das pessoas envolvidas e as medidas legais cabíveis de que modo que o assunto possa ser devidamente reportado aos acionistas da companhia e, se for o caso, submetido à assembleia geral”.
Ademais, vale dizer que um dos destaques apontados foi uma mudança na gestão com o anúncio de novo CEO e CFO, além de novo Conselho de Administração.
Sobre o COVID-19, os efeitos da pandemia sobre o negócio geraram o equivalente em R$ 96 milhões de pedidos de cancelamento de passagens, segundo relatório.
Aliado a isso, o primeiro trimestre de 2020 apontou aumento da inadimplência correspondente a R$ 72 milhões com baixa expectativa de recuperação.
Por fim, a expectativa da CVC (CVCB3) sobre impacto em decorrência da COVID-19 sobre os resultados é da ordem de aproximadamente R$ 950 milhões.
Ações destacadas pela Agência de Viagens
Como forma de mitigar os efeitos, a companhia tomou as seguintes medidas:
- Redução da jornada de trabalho de 50% a partir de 1° de abril até 1° de julho para todos os colaboradores, exceto em casos pontuais, de pessoas que estejam atuando em temas emergenciais
- Redução de 50% de salário da Diretoria Executiva e Conselho de Administração a partir de 1° abril até 1° de julho
- Suspensão de novas contratações e promoções
- Congelamento de vagas
- Congelamento do banco de horas e proibição de horas extras adicionais
- Postergação de todos projetos e investimentos não prioritários
- Suspensão de todos os investimentos em marketing
- Renegociação de termos e prazos de pagamentos a fornecedores
- Devolução de todos fretamentos até 31 de maio de 2020
Para acessar documentos na íntegra, acesse aqui, aqui e aqui.
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