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Desde os anos 90, o IGP-M (Índice Geral de Preços — Mercado) foi referência para reajustes de aluguéis. Mas, com a pandemia e a alta do dólar, o índice disparou, e subiu 0,87% em dezembro, após variar 0,02% no mês anterior. Entre janeiro e dezembro de 2021, o índice acumulou alta de 17,78%, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O novo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) aponta que os aluguéis residenciais ficaram em média 1,86% em janeiro, contra 0,66% em dezembro.
Ele foi lançado pela instituição FVG, para medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil e acompanhar os preços de contratos assinados entre locadores e proprietários em quatro capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Segundo Thomaz Guz, CEO da Nomah, startup de locação flexível, esse novo índice tem como objetivo trazer veracidade aos aluguéis residenciais.
“Historicamente, os contratos de locação são reajustados pelo IGPM, mas nos últimos doze meses, ele teve um salto muito expressivo, de mais de 50%, o que acabou inviabilizando a maior parte dos contratos, ainda mais em um momento de crise econômica”, explica Guz.
Por se tratar de um novo índice no mercado, ainda não se sabe qual será a aceitação do meio imobiliário, porém, ele é um forte candidato a substituir o IGP-M nos contratos de aluguéis que, ainda é muito questionado em seu formato de funcionamento.
Para Thomaz, o melhor índice de reajuste de aluguel, diante do atual cenário econômico, continua sendo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
“Olhando para os principais indicadores, hoje a melhor opção é o IPCA, que tem um percentual, consideravelmente menor, quando comparado ao IGP-M. Mas com o surgimento do IVAR, pode ser possível que o proprietário e o inquilino possam negociar entre eles esse índice alternativo”, comenta o executivo.
O que se sabe é que não existe uma lei que obrigue a adoção de um índice específico para os aluguéis. Ele é escolhido nas negociações entre proprietários e inquilinos.
Com aumentos expressivos e o surgimento de novos índices, muita coisa ainda pode mudar no setor imobiliário e é preciso que acompanhemos de perto quais serão os impactos dessa movimentação.
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