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A disparada do preço médio do aluguel no Brasil tem causado uma certa preocupação por parte dos locatários que precisam renovar seus contratos com os respectivos proprietários de casas e apartamentos. No acumulado de 12 meses — entre abril de 2022 e março de 2023 -, a alta no país chega a 17,18%, de acordo com o último Índice FipeZap. Se o morador for um bom inquilino, a possibilidade de se fechar um acordo até abaixo desse percentual é muito maior numa negociação, apontam especialistas do setor.
O acumulado no período é três vezes maior que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A inflação oficial do país nos últimos 12 meses é de 4,65%. Ou seja, é a maior variação para o período desde dezembro de 2011.
Os dados desse índice mostram ainda que o aumento da locação no Brasil foi de 1,75% somente em março. Em um ano, as capitais que registraram a escalada de preços mais acentuada foram Florianópolis (SC), com 36,75%, e Goiânia (GO), de 31,53%. Já Rio de Janeiro registrou 20,23% e São Paulo, 15,14%.
Apesar dessa escalada, muitos proprietários de imóveis preferem manter os locatários que são responsáveis e pagam o aluguel rigorosamente em dia, mesmo com um reajuste inferior ao praticado pelo mercado, avalia Diego Amaral, advogado especializado em Direito Imobiliário. “Muitos locadores preferem diminuir esse valor porque estão satisfeitos com aquilo que recebem e prezam muito mais por um bom inquilino”, analisa.
Para o especialista, esse percentual de escalada nos preços do aluguel deve ser somente aplicado pelos donos dos imóveis em caso de novas locações. Dificilmente isso ocorrerá com os contratos já existentes e em fase de renovação.
“O aumento só acontecerá nesse caso a não ser que o contrato prevê isso tendo em vista o pactuado entre as partes”, esclarece.
O advogado explica que a escalada dos preços do aluguel ocorreu agora porque muitos locadores seguraram o reajuste durante a pandemia da Covid-19. Dessa forma, eles não repassaram para os locatários ou diminuíram o percentual de direito conforme previsto em contrato.
“Os locadores estão buscando esse reajuste no momento atual, não apenas de um, mas de dois e três. Também tem a valorização do mercado imobiliário no Brasil inteiro com o grande número de lançamentos de novos empreendimentos. Isso puxa as outras áreas do mercado imobiliário, como a própria locação” destaca.
Para fechar um bom acordo de renovação, o advogado dá as seguintes dicas:
Bom senso na negociação
O especialista ressalta que as negociações vão depender de muito bom senso e do interesse entre as duas partes. “Como muitos proprietários prezam mais por um bom inquilino, muitos deles abrem mão necessariamente de alguns percentuais ou de um valor maior para manter o recebimento do aluguel. Isso precisa ser bem conversado entre ambos”, detalha Amaral.
Demonstre as qualidades do inquilino
Outra dica do advogado é a necessidade de o proprietário demonstrar ao locatário que ele sempre foi um bom inquilino. Na sua avaliação, isso facilita bastante no fechamento da renovação do contrato junto ao morador que sempre está em dia com seus pagamentos.
“É bom a pessoa deixar isso claro, principalmente junto a quem cuida do imóvel como se fosse dele próprio. Esses fatores pautam sempre uma boa conversa.”
Procure bom diálogo com a imobiliária
A terceira sugestão do especialista é para o locatário procurar sempre um bom diálogo com a imobiliária que administra o imóvel ou com o proprietário, caso a conversa seja sempre direta. A partir daí, o morador deve demonstrar sua situação financeira para continuar no imóvel.
“Fica interessante demonstrar toda a capacidade com declaração financeira e que está dentro do seu orçamento para cumprir as suas obrigações em dia e, dessa forma, continuar a se mostrar como um bom inquilino”, conclui Amaral.
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