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Aneel publica nova Nota Técnica sobre concessões de distribuidoras e abre audiência pública

O documento traz atualizações sobre a renovação das concessões de distribuição e estará em consulta pública por 45 dias.

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  • A ANEEL divulgou a Nota Técnica #1.056/24, detalhando as diretrizes para a renovação das concessões de distribuição de energia elétrica (DisCos)
  • O documento estabelece as condições que irão orientar os novos contratos de concessão e passará por consulta pública durante 45 dias
  • De acordo com análise da XP, a nova nota técnica não introduz mudanças relevantes em comparação com as diretrizes anteriores definidas pelo governo

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) divulgou a Nota Técnica #1.056/24, detalhando as diretrizes para a renovação das concessões de distribuição de energia elétrica (DisCos). O documento estabelece as condições que irão orientar os novos contratos de concessão e passará por consulta pública durante 45 dias. Dessa forma, permitindo a participação de consumidores, empresas e demais interessados.

De acordo com análise da XP Investimentos, a nova nota técnica não introduz mudanças relevantes em comparação com as diretrizes anteriores definidas pelo governo. A ANEEL se baseou em princípios já delineados em um decreto governamental sobre a renovação das concessões. Assim, confirmando que esses pontos serão integrados ao novo contrato. As concessionárias terão 30 dias para formalizar o interesse e solicitar a renovação, após o encerramento do período de audiência pública.

“Consideramos esse desenvolvimento positivo, pois não apresenta riscos adicionais e sugere que o processo de renovação em 2025 pode prosseguir com o mínimo de interrupção”, avaliam os analistas.

A estrutura do novo contrato de concessão será similar à utilizada nas renovações realizadas a partir de 2015. Tais, que envolveram principalmente empresas estatais e pequenas concessões municipais. A iniciativa, contudo, reflete o esforço de padronizar regras e garantir uma transição eficiente para o novo ciclo de concessões, especialmente diante da crescente privatização do setor.

Ajustes contratuais

A nova proposta da ANEEL apresenta uma série de ajustes contratuais e operacionais com o objetivo de garantir maior eficiência e sustentabilidade às distribuidoras. Os principais aspectos destacados incluem:

  • Qualidade e Desempenho: Reforço nas métricas de desempenho, com exigências mais rigorosas para a qualidade dos serviços prestados.
  • Sustentabilidade Financeira: Manutenção de indicadores financeiros sólidos, garantindo a viabilidade econômica das operações e a continuidade do fornecimento.
  • Flexibilidade no Mercado Livre: Introdução de mecanismos que permitam aos consumidores adquirirem energia no mercado concorrencial de forma mais transparente e competitiva.
  • Diferenciação Tarifária: Implementação de tarifas diferenciadas para regiões de maior complexidade operacional, visando reduzir perdas não técnicas (como furtos e inadimplência).
  • Unificação de Índices de Reajuste: Adoção do IPCA como único indexador para reajuste tarifário, eliminando o uso do IGP-M, que já não reflete adequadamente os custos do setor.
  • Controle de Distribuição de Lucros: Em caso de descumprimento das metas de qualidade ou sustentabilidade financeira, a ANEEL poderá impor restrições ao pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), respeitando os limites mínimos previstos em lei.
  • Modernização das Relações Contratuais: Previsão de maior flexibilidade nos contratos para atender às novas demandas do setor, considerando a expansão do mercado livre de energia e o crescimento de fontes renováveis.

Importante momento para o mercado

A renovação das concessões acontece em um momento importante para o mercado de energia brasileiro. Este, que está em transformação, com o aumento da participação de consumidores no mercado livre e a digitalização de redes. Para as empresas, a adoção de métricas mais rigorosas e o controle sobre a distribuição de dividendos representam um desafio, mas também incentivam uma gestão mais eficiente e sustentável.

A padronização dos contratos e a transição para o IPCA como índice de reajuste devem proporcionar maior previsibilidade para investidores e concessionárias. Assim, reduzindo a volatilidade financeira do setor. Ao mesmo tempo, a flexibilização para atender consumidores no mercado livre reflete a necessidade de adaptação a um mercado mais dinâmico e competitivo.

“Uma vez que o Decreto original foi um desdobramento positivo a nosso ver, a publicação desta nota técnica não altera esse cenário, pois o processo de renovação está sendo implementado em ambiente técnico e, felizmente, dentro do prazo para sua conclusão no 1S25”, concluem os analistas da XP.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ