
- Primeiras canetas injetáveis brasileiras para obesidade e diabetes começam a ser vendidas hoje.
- Medicamentos têm preços a partir de R$ 307 e serão distribuídos nas principais redes de farmácia.
- EMS planeja lançar versão nacional da semaglutida, princípio ativo do Ozempic, após fim da patente em 2026.
As primeiras canetas emagrecedoras fabricadas no Brasil chegam hoje às farmácias. Produzidas pela EMS, uma das maiores farmacêuticas do país, elas prometem tornar o tratamento contra obesidade e diabetes mais acessível.
As novas versões nacionais, chamadas Olire e Lirux, usam o princípio ativo liraglutida, mesmo presente em medicamentos como Victoza e Saxenda, da Novo Nordisk. A empresa aposta em tecnologia de síntese química para oferecer mais pureza e menor custo.
Primeiras canetas nacionais começam a ser vendidas
A EMS confirmou que 100 mil unidades da Olire e 50 mil da Lirux estarão disponíveis a partir de hoje nas redes Raia Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco. As vendas ocorrerão nas regiões Sul e Sudeste, com expansão gradual para o restante do país nas próximas semanas.
Ademais, a Olire será voltada ao tratamento da obesidade e tem dose diária máxima de 3 mg. Já a Lirux, indicada para diabetes tipo 2, terá dose de até 1,8 mg por dia. Ambas exigem prescrição médica retida na farmácia, como determina a Anvisa desde junho.
Portanto, os preços variam entre R$ 307 (1 caneta) e R$ 760 (3 canetas). Os medicamentos não são genéricos, mas similares aos importados. Assim, a EMS espera vender 250 mil unidades até o fim do ano e alcançar 500 mil canetas até agosto de 2026.
Tecnologia brasileira aposta em inovação
A principal inovação está na forma de produção. Enquanto as versões importadas utilizam bactérias geneticamente modificadas para criar o hormônio GLP-1, a EMS usa peptídeos sintéticos produzidos por síntese química.
Além disso, segundo a empresa, esse processo garante maior rendimento e pureza. Além disso, está alinhado com os padrões da FDA e da Anvisa. A tecnologia também torna possível a produção em larga escala com custos menores.
A EMS investiu mais de R$ 1 bilhão na fábrica de peptídeos construída em Hortolândia (SP), inaugurada em 2024. Desse modo, a planta permitirá o fornecimento estável e competitivo para o mercado nacional.
Aplicações e recomendações médicas
As canetas funcionam ao imitar o GLP-1, hormônio intestinal que sinaliza saciedade ao cérebro. Isso reduz o apetite, aumenta a produção de insulina e estabiliza o nível de glicose no sangue.
Ademais, a aplicação é simples e feita uma vez ao dia na coxa, abdômen ou braço. Jovens a partir de 12 anos podem usar a Olire no tratamento da obesidade. A Lirux atenderá crianças a partir de 10 anos com diabetes tipo 2.

Portanto, mesmo com a facilidade de uso, é essencial o acompanhamento médico. Isso garante o ajuste correto das doses e o monitoramento de possíveis efeitos colaterais.
“Ozempic brasileiro” só deve chegar em 2026
Embora o lançamento de hoje seja importante, o mercado ainda aguarda a chegada da semaglutida, princípio ativo do Ozempic e Wegovy. Essa substância exige apenas uma aplicação semanal, o que atrai maior interesse dos pacientes.
Além disso, a EMS pretende lançar sua versão nacional no segundo semestre de 2026, após o fim da patente da Novo Nordisk no Brasil. A empresa dinamarquesa tenta estender judicialmente o prazo de exclusividade.
Desse modo, com a liberação, a EMS poderá viabilizar a entrada do medicamento no SUS. A Secretaria de Saúde do Rio já estuda usá-lo na rede pública. Por fim, a rival Hypera também mira a produção da semaglutida nacional, prevista para o mesmo período.