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Bolsa Brasileira fecha em alta mesmo com Guerra em Israel

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A Bolsa brasileira fechou em alta nesta segunda-feira (9), superando o clima de cautela que se instalou em parte dos mercados internacionais devido à deflagração da guerra entre Israel e o Hamas. O Ibovespa subiu 0,86%, atingindo os 115.156 pontos, com uma virada positiva por volta das 14h (horário de Brasília). A situação, que inicialmente havia feito o índice cair durante boa parte do dia, viu um renascimento graças ao desempenho das petroleiras.

A análise do mercado revela dois lados distintos desse movimento. Por um lado, as empresas mais ligadas ao mercado interno sofreram quedas devido à projeção de que as taxas de juros permanecerão elevadas por um período mais prolongado. Por outro lado, as petroleiras proporcionaram suporte ao principal índice brasileiro.

Em Nova York, a tendência positiva também se fez presente, com os principais índices – Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq – encerrando o dia em alta, após uma oscilação negativa durante a maior parte do dia. O índice VIX, conhecido como o “índice do medo”, inicialmente disparou quase 7%, mas posteriormente a preocupação foi amenizada, resultando em uma alta final de 1,43%, fechando em 17,70 pontos.

O analista Alex Carvalho, da CM Capital, destaca que a notícia de que o Hamas está buscando uma possível trégua após “alcançar seus objetivos” aliviou o medo dos investidores. Ele ressalta que, embora não haja clareza sobre o impacto do conflito Hamas-Israel na economia mundial, os investidores se concentraram no que tem um impacto imediato, superando a aversão inicial ao risco que causou perdas iniciais nas bolsas. Além disso, o economista Alexsandro Nishimura, sócio da Nomos, aponta que o impacto se concentrou principalmente no petróleo, que teve uma alta significativa devido às tensões na região, já que estão próximas aos grandes produtores.

Alex Lima, estrategista-chefe da Guide Investimentos, enfatiza que é muito cedo para entender as repercussões da guerra, mas observa que a possível entrada do Irã no conflito, como financiador do Hamas, é uma questão em aberto que justifica a alta do preço do petróleo. Ele ressalta que Israel não é um grande produtor de petróleo, mas o estreito de Ormuz, próximo à região do conflito, é responsável por 20% da produção mundial de petróleo. Assim, qualquer escalada da guerra pode resultar em aumentos adicionais nos preços do petróleo, potencialmente levando a um choque inflacionário e medidas de política monetária mais rígidas nos Estados Unidos.

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As ações das empresas brasileiras do setor de petróleo registraram fortes ganhos, mesmo com a redução dos riscos. Os papéis ordinários da PetroRecôncavo (RECV3) subiram 8,70%, os da PRIO (PRIO3) avançaram 8,78%, e os da 3R Petroleum (RRRP3) tiveram um aumento de 6,01%. As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) também tiveram altas significativas, registrando 4,10% e 4,30%, respectivamente.

Por outro lado, as empresas que enfrentam pressões inflacionárias e a alta do petróleo continuaram a sofrer no mercado. As ações ordinárias do Grupo Casas Bahia (BHIA3), que está passando por um processo de reestruturação, recuaram 4,92%. Já as preferenciais da Azul (AZUL4), que depende muito do dólar e do preço do petróleo, caíram 2,97%, mas ainda longe das mínimas, enquanto as ações da Gol (GOLL4) encerraram estáveis.

Além da incerteza global relacionada ao conflito entre Israel e o Hamas, os especialistas destacam outros fatores que influenciaram o mercado. O vencimento de contratos futuros do Ibovespa na quarta-feira foi mencionado como um elemento que poderia afetar a bolsa brasileira.

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As declarações do vice-presidente do Fed, Phlip Jefferson, também tiveram impacto positivo no mercado ao sugerir que o núcleo de inflação dos EUA desacelerará mais e que o BC americano adotará uma abordagem cautelosa após a recente alta dos treasuries.

No Brasil, o Boletim Focus do Banco Central não trouxe mudanças significativas nas projeções econômicas, com a inflação esperada para 2023 mantendo-se em 4,86% e a de 2024 subindo ligeiramente de 3,87% para 3,88%. O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, observou que a instituição estará atenta aos efeitos do conflito entre Israel e Hamas nos preços dos ativos e na inflação, mas, por enquanto, manterá sua posição de corte gradual da taxa básica Selic.

Além disso, o real se fortaleceu em relação ao dólar, que caiu 0,62%, atingindo R$ 5,13 na compra e na venda, refletindo a calma dos investidores em meio às incertezas globais.

EmpresasPreço Atual R$Maior alta R$Maior baixa R$Preço de aberturaVariação desde abertura %
PETR337,8638,0637,0537,12,05%
PRIO348,4548,7446,0846,085,14%
RRRP330,1630,4829,0829,52,24%
ITUB427,6627,7527,427,650,04%
SANB1127,4327,4326,9227,11,22%
BBDC414,3414,4114,214,4-0,42%
AMER30,770,780,720,726,94%
MGLU31,861,871,711,737,51%
BBAS348,5948,9148,2348,540,10%
CPLE68,428,438,228,261,94%
AMBP320,220,319,3619,682,64%
OIBR30,60,620,580,61-1,64%
ITUB427,6627,7527,427,650,04%
VALE366,3866,3865,3965,730,99%

Em resumo, a Bolsa brasileira conseguiu superar o clima de cautela causado pelo conflito entre Israel e o Hamas, graças ao desempenho das petroleiras e às perspectivas positivas em relação à inflação nos EUA. No entanto, a situação continua incerta, e os investidores estarão atentos às próximas evoluções no cenário internacional e às decisões de política monetária nos próximos dias.

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