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Brasil pode se beneficiar de retomada no setor de fusões e aquisições nos EUA, diz especialista

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A retomada no setor de fusões e aquisições (M&A) nos Estados Unidos pode beneficiar negócios e investimentos brasileiros. No entanto, o apetite de investidores ficou mais seletivo: o crescimento acelerado que se viu no setor de tecnologia tem sido substituído pela busca por quem apresenta resultados e planos de médio e longo prazo. É o que avalia Carlos Lobo, sócio do escritório Hughes Hubbard & Reed LLP.

“Os ajustes de mercado que afetaram setores mais sensíveis, como streaming e as áreas de tecnologia, foram acompanhados por um movimento de consolidação a partir de fusões e aquisições. E o Brasil pode se beneficiar disso, seja em território nacional, seja em operações na América Latina”, explica Lobo.

Para o especialista, a consolidação de negócios pode abrir novas oportunidades para o país e deve se reforçar depois das eleições. As operações de M&A podem ser vantajosas para empresas do próprio setor de tecnologia que visualizam um ganho após severos impactos no primeiro semestre.

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No entanto, as empresas brasileiras de tecnologia que planejam levantar capital nos EUA devem estar preparadas para exigências mais rigorosas, como EBITDA positivo e planos concretos de expansão.

Outro aspecto que pode aquecer o mercado é uma tendência nos Estados Unidos de aproximar cadeias de suprimento e reforçar sua participação entre os vizinhos.

“Como as relações com a China têm ficado mais complicadas, é natural que os EUA olhem para o Brasil e a América Latina como um todo. O capital americano deve investir na região para estruturar cadeias de fornecimento e mercados de forma a reduzir sua dependência dos chineses”.

Investimento em camelos

O especialista destaca que os ajustes também direcionam os investimentos para setores tradicionais e empresas mais maduras do ponto de vista de negócio. Diferentes dos unicórnios, as empresas “camelo” não são particularmente conhecidas como inovadoras, mas apresentam resultados consistentes e planos de crescimento mais sóbrios. Ganharam o apelido por ‘resistirem ao deserto até chegarem aos objetivos’.

“Companhias que conseguirem se adaptar e desenvolver planos mais conscientes serão fortes candidatas para fundos de private equity e outros investidores”, diz Lobo.

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