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- Pelo 10º ano consecutivo, os Estados Unidos surgem na primeira posição do ranking de atratividade de investimentos diretos estrangeiros; Alemanha e Canadá aparecem em seguida, nesta ordem.
- Melhor colocação do Brasil se deve à recuperação econômica puxada pelo elevado preço de matérias-primas e à diminuição das restrições da Covid-19.
- Brasil, China, Emirados Árabes e Qatar são os únicos quatro mercados emergentes na lista das principais economias.
O Conselho de Políticas Globais de Negócios da Kearney divulgou hoje a edição 2022 do seu Índice de Confiança para Investimento Direto Estrangeiro — 2021 Foreign Direct Investment (FDI) Confidence Index®. O ranking lista os 25 principais destinos de investimento estrangeiro no mundo.
Considerando que a pesquisa estava em campo em janeiro de 2022, o ranking revela uma recuperação do otimismo dos investidores sobre a economia global.
No entanto, suas visões sobre a economia, os planos para aumentar o investimento direto, as pontuações crescentes dos países no ranking e a crença de que a maioria das economias do Índice veria suas perspectivas econômicas de três anos melhorar sugerem que o conflito na Ucrânia teria pego os investidores de surpresa, como fez com grande parte do mundo.
“Ao ingressar no terceiro ano da pandemia, os investidores pareciam muito mais esperançosos em relação à economia global e aos fluxos de IDE do que há um ano”, diz Paul A. Laudicina, fundador do FDI Confidence Index® e do Conselho de Política Empresarial Global de Kearney. “Eles, no entanto, temiam que um aumento nos preços das commodities, tensões geopolíticas crescentes e inflação persistente fossem realidade no próximo ano. De fato, em poucos meses do ano, essas previsões se concretizaram e foram reforçadas pelas ações militares russas na Ucrânia”.
Os resultados do FDI Confidence Index® deste ano ilustram tanto as áreas que podiam receber projeções dos líderes empresariais, quanto aqueles pontos cegos não previstos no horizonte imediato.
Embora os resultados não traduzam diretamente as mudanças no humor dos investidores desde o início do conflito, várias descobertas sugerem que provavelmente veremos contínuas melhoras no índice para os mercados desenvolvidos, capitalizando destinos marcados pela transparência, estabilidade regulatória e baixa corrupção.
De fato, os investidores citam a transparência das regulamentações governamentais e a falta de corrupção como os fatores gerais mais importantes ao escolher onde fazer investimentos estrangeiros diretos.
Assim, de acordo com os especialistas da Keanrey, não surpreende que os Estados Unidos ocupem o primeiro lugar no Índice pelo 10º ano consecutivo. Alemanha e Canadá ficam em segundo e terceiro lugares, respectivamente.
Na verdade, os mercados desenvolvidos representam 21 das 25 posições no Índice, incluindo as nove primeiras. Esses mercados continuam mostrando sua força na pesquisa em períodos de crise, representando mais segurança para os líderes empresariais cujas estratégias e resultados foram abalados pela pandemia.
Apenas quatro mercados emergentes estão no Índice deste ano: China, Emirados Árabes Unidos, Brasil e — pela primeira vez na história do ranking — Catar.
A China subiu duas posições, passando do 12º lugar no ano passado para o 10º, talvez um reflexo da forte recuperação econômica do país em 2021 e das contínuas projeções de crescimento sólido nos próximos três anos. O Brasil, que na última edição do levantamento ocupava a 24ª colocação, este ano surge em 22º lugar.
“A economia brasileira deu sinas de recuperação no final de 2021, puxada pela alta no preço das matérias-primas e commodities e pela diminuição das restrições da Covid-19”, avalia Sachin Mehta, sócio da Kearney Brasil.
Brasil
Depois de ter deixado o ranking em 2019, o Brasil ressurgiu em 2020, em 22º lugar. Em 2021, caiu para 24ª posição, puxado pelos desafios nos ambientes político e econômico brasileiros, além do efeito natural da pandemia. E este ano recupera a confiança dos investidores — a nota do País passou de 1.64 para 1.71 (acima do 1.64 registrado em 2020).
O levantamento da Kearney revela que o otimismo dos investidores é relativamente forte na região das Américas, onde o Brasil representa uma economia-chave.
Segundo o relatório, 50% dos entrevistados afirmam estar mais otimistas com a região este ano do que em 2021. Para 40%, o nível de otimismo não mudou, enquanto 10% estão mais pessimistas.
ESG
O relatório deste ano também inclui uma seção temática que reflete como os investidores veem os compromissos ambientais, sociais e de governança (ESG) de suas empresas, bem como de seus investidos estrangeiros.
“Os investidores estão claramente entusiasmados com a busca de compromissos ESG”, diz Erik Peterson, diretor administrativo do Global Business Policy Council e coautor do estudo.
De fato, impressionantes 94% dos investidores afirmam que suas empresas desenvolveram uma estratégia para cumprir seus compromissos ESG, 89% veem esses compromissos em suas organizações como uma fonte de vantagem competitiva e 73% disseram que seus compromissos ESG se tornaram mais fortes nos últimos três anos.
Eles também apontam o papel que o ESG pode desempenhar na melhoria dos problemas da cadeia de suprimentos e no aumento da produtividade como um dos fatores mais importantes que impulsionam os esforços ESG em suas empresas. No entanto, Peterson acrescenta: “Os investidores ainda estão frequentemente divididos sobre quais metas ESG priorizar e como medi-las”.
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