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Em meio ao cenário de elevada volatilidade na Bolsa Brasileira e ganho de atratividade da renda fixa com a alta dos juros, internacionalizar o portfólio ficou mais interessante aos olhos do investidor em 2021: segundo levantamento da Santander Asset Management (SAM) com base em dados da Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a captação líquida dos fundos que investem no exterior da gestora mais do que dobrou entre 2020 e 2021, ao avançar de R$ 1,1 bilhão para R$ 2,7 bilhões.
Em toda a indústria de fundos de investimento no exterior, o avanço dos depósitos, já deduzidos dos saques, foi igualmente expressivo na mesma comparação, de 65%, também de acordo com números da Anbima.
Dentro dessa estratégia, dois fundos offshore da Santander Asset, do Santander (SANB11), ficaram entre os melhores em multimercados no ano passado, de acordo com ranking elaborado pela Economatica. O Go Global Equity ESG Reais Mult IE FI acumulou rentabilidade nominal de 29,49% em 2021. Já o Sant Global Equi Dolar Mas Mult Ie Fc teve retorno nominal de 23,65% de janeiro a dezembro.
Destinado a investidores qualificados, o Go Global Equity ESG aplica seus recursos em uma carteira de cerca de 40 ações internacionais que tenham critérios sólidos de sustentabilidade, com maior posição em papéis americanos. O produto conta com hedge cambial, ou seja, está protegido das oscilações da taxa de câmbio.
O Global Equities Dólar Master, por sua vez, é um fundo que investe em outros fundos disponíveis no mercado internacional. Também voltado a investidores qualificados, tem exposição diversificada entre setores e regiões do mundo, com o objetivo de entregar aos seus cotistas retornos superiores ao índice MSCI World. O produto não possui proteção cambial.
“2021 foi um excelente ano para as ações das grandes empresas dos países desenvolvidos. Ações globais foram um dos poucos ativos cuja rentabilidade superou o índice de inflação IPCA”, aponta Daniel Castro, portfolio manager da SAM. O indicador oficial de inflação do país encerrou o ano com alta de 10,06%, maior variação desde 2015.
Segundo Castro, investir no exterior é sempre uma boa tática em momentos de incerteza como o atual, que deve se acentuar com a aproximação das eleições presidenciais. A vantagem para o investidor local, no caso de optar por produtos sem proteção cambial, é poder ficar comprado em moedas fortes, como o dólar, explica. E, mesmo escolhendo opções protegidas do risco cambial, o diferencial da taxa de juros entre os EUA e Brasil ainda garante boa rentabilidade. “O investidor paga a taxa de juros dos Fed Funds, e recebe a taxa Selic”, explica.
Na visão da SAM, a recuperação da economia global, aliada a condições monetárias estimulativas, criaram um ambiente propício para esta classe de ativos. E estas condições serão mantidas, em boa medida, também em 2022. Nas estimativas da gestora do Santander, o PIB global vai crescer 3,9% este ano.
Para a gestora, o contexto é positivo e compatível com boas oportunidades no mercado externo, especialmente nas bolsas de países desenvolvidos. “Mas o quadro requer alguma cautela, em razão da inflação americana e dos próximos passos do Fed, além da dinâmica da covid-19”, alerta Castro.
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