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Chuva de falências: o que explica a disparada das recuperações judiciais?

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O ano de 2023 testemunhou um aumento significativo nos pedidos de recuperação judicial, com grandes nomes, incluindo Americanas e Light, enfrentando desafios financeiros. Explore as razões por trás desse aumento e as implicações para o cenário empresarial.


O ano de 2023 trouxe desafios significativos para várias empresas, com um aumento notável nos pedidos de recuperação judicial. Grandes nomes como Americanas, 123Milhas, Light e outros entraram em destaque devido a dificuldades financeiras. Vamos explorar as razões por trás dessa explosão de pedidos de recuperação judicial e suas implicações para o cenário empresarial.

A Explosão de Pedidos de Recuperação Judicial em 2023

Dados do Serasa Experian revelam que o terceiro trimestre de 2023 testemunhou um aumento expressivo no número de pedidos de recuperação judicial. Cerca de 40% dos pedidos registrados durante o ano ocorreram entre julho e setembro. Em setembro, 136 pedidos foram registrados, representando um aumento de 94,3% em relação ao mesmo período em 2022, um nível não visto desde agosto de 2019.

De acordo com a RGF Consultoria, 3.872 empresas encerraram o terceiro trimestre de 2023 em processo de recuperação judicial, um aumento de 1,3% em comparação com o trimestre anterior.

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As Razões Por Trás do Aumento

Cássio Cavalli, professor da FGV Direito SP, observa que, embora tenha havido um aumento relativo nos casos de recuperação judicial em comparação com o ano anterior, em números absolutos, o aumento não é tão expressivo. Ele explica que durante a pandemia, as empresas conseguiram rolar suas dívidas devido à injeção de recursos e subsídios governamentais, levando a uma redução no número de casos. No ano passado, houve um mínimo histórico de casos por mês.

No entanto, muitas empresas que rolaram suas dívidas durante a pandemia começaram a enfrentar vencimentos neste ano, sem terem caixa suficiente para lidar com essas obrigações, o que as levou a buscar renegociações. A permanência da taxa Selic em patamares elevados, em torno de 13,75%, por um período prolongado, também pressionou empresas, especialmente as de médio porte, a recorrerem à renegociação judicial para lidar com suas dívidas.

Cavalli prevê que o aumento nos números de pedidos de recuperação judicial pode continuar, uma vez que ainda há impactos das medidas tomadas durante a pandemia e dos altos juros. No entanto, ele observa que o volume total de pedidos está longe de alcançar os níveis alarmantes vistos durante a crise de 2014.

Grandes Nomes em Recuperação Judicial

No que diz respeito aos grandes nomes que entraram em recuperação judicial em 2023, como Americanas, 123Milhas, Light e outros, Cavalli destaca que esses casos são mais específicos e não necessariamente relacionados a um fator comum. Cada empresa enfrenta desafios e circunstâncias únicas que as levaram a buscar a proteção da recuperação judicial.

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Esses casos ilustram a complexidade e a diversidade de desafios enfrentados pelas empresas no cenário econômico atual. As estratégias de recuperação e as medidas para lidar com dívidas variam de empresa para empresa, destacando a importância da avaliação cuidadosa das circunstâncias individuais.

O aumento no número de pedidos de recuperação judicial em 2023, incluindo empresas de renome como Americanas e Light, reflete os desafios financeiros enfrentados por várias empresas no atual cenário econômico. Embora haja razões específicas para cada caso, a combinação de dívidas acumuladas durante a pandemia, altas taxas de juros e outras pressões econômicas contribui para esse aumento. À medida que as empresas buscam estratégias para lidar com seus passivos financeiros, fica claro que a recuperação judicial continuará sendo uma ferramenta importante no panorama empresarial.

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