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A pandemia “foi um peso amarrado nas pernas” das companhias nos últimos anos. Afinal, a recessão causada pela abrupta parada da economia mundial dizimou as margens de lucros e de crescimento do mercado. O resultado? Quem não fechou as portas perdeu suas expectativas de crescimento. No entanto, a Cogna (COGN3) parece ter virado essa página.
A Cogna voltou a registrar crescimento de receita em base anual após três anos. Nos primeiros três meses de 2022, ela subiu 6,4%, para R$ 1,17 bilhão. É a primeira vez que isso acontece desde o quarto trimestre de 2019. Houve ainda avanço na rentabilidade, como pôde ser visto na linha do Ebitda recorrente, com a margem subindo de 29,3% para 34,1%, e o Ebitda crescendo 24%, a R$ 401,6 milhões.
A companhia fechou o trimestre com um prejuízo líquido de R$ 13,1 milhões, uma redução de 61,3% em relação à perda no mesmo intervalo do ano anterior, com a melhora do desempenho operacional prejudicada pela linha financeira, pressionada pelo aumento da Selic e outros itens não recorrentes. Em termos ajustados, a Cogna teve lucro de R$ 55,3 milhões, aumento de 59%. Segundo Valério, os resultados mostram que a Cogna está se recuperando dos efeitos da pandemia e dos custos de transformar seu modelo de negócios que, entre 2015 e 2017, estava muito calcado no Fies, programa federal de crédito estudantil.
A Kroton, responsável por cerca de 70% do resultado da Cogna, registrou um aumento de 22% na captação de alunos. Combinado com a redução de um ponto percentual na taxa de evasão, a 16,3%, a empresa atingiu a marca de 1 milhão de alunos matriculados em graduação no primeiro semestre, número que não era alcançado desde 2015. O grupo também registrou alta de 6,3% na receita com novos alunos, o que Valério atribui à melhora do perfil do público.
“Nos últimos dois anos, fizemos uma série de esforços para melhorar a adimplência, tentando trazer alunos de melhor qualidade financeira e que estejam dispostos a cursar as aulas”, afirma o CEO da Cogna.
Valério ressalta que a aposta no ensino a distância, um dos pilares do plano de reestruturação, também é um dos responsáveis pelo bom desempenho no período. Nos dois últimos anos, a Kroton registrou uma redução de receita principalmente em razão da mudança na base de alunos, que migrou do presencial para o híbrido. Diante desta tendência, a Kroton reduziu a quantidade de campi de 176 para 124 e aumentou os polos parceiros do ensino a distância, de 1.544 para 2.517, nos últimos 12 meses, que apresentam boas margens.
O esforço resultou no quinto trimestre consecutivo de crescimento da margem Ebitda, que expandiu 4,3 pontos percentuais, chegando a 33,9%, com o Ebitda recorrente somando R$ 238 milhões, alta de 9%.
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