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O relatório da CPI da Americanas (AMER3) trouxe à tona conclusões sobre as atividades da antiga diretoria-executiva da varejista, apontando para a ocorrência de fraude. No entanto, os acionistas de referência da empresa, Jorge Paulo Lemann, Alberto Sicupira e Marcel Telles, não foram considerados participantes da fraude. O relator da CPI, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), afirmou que não vê envolvimento dos bancos e das auditorias nos atos fraudulentos.
Embora o relatório da CPI tenha evidenciado irregularidades cometidas pela antiga diretoria-executiva da Americanas, não há indícios de envolvimento do trio de acionistas de referência. Jorge Paulo Lemann, Alberto Sicupira e Marcel Telles, conhecidos por sua atuação em diversos negócios, incluindo o mercado de varejo, foram considerados isentos de participação nas atividades fraudulentas descobertas pela comissão.
A CPI da Americanas está prevista para encerrar em breve, no dia 14, mesmo com solicitações para prorrogação por pelo menos mais duas semanas. O relator destacou que a decisão de não ouvir os acionistas de referência foi motivada por preocupações sobre as repercussões no mercado de capitais e possíveis utilizações políticas que poderiam prejudicar outras empresas do grupo.
O presidente da comissão, deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE), não incluiu o requerimento para ouvir os acionistas na pauta, e houve divergências entre os deputados quanto a essa questão. A preocupação em preservar a estabilidade do mercado de capitais e evitar impactos negativos em outras empresas do grupo influenciou a decisão de não convocar os acionistas de referência.
A condução dos trabalhos da CPI da Americanas reflete a complexidade de investigações que envolvem não apenas questões empresariais, mas também impactos econômicos e políticos. O relatório final evidencia a importância de considerar não somente os resultados da investigação, mas também as implicações mais amplas que uma decisão pode ter sobre o mercado e o ambiente empresarial como um todo.
O rombo é “maior do que parece”? Americanas (AMER3) adia novamente publicação de resultados
Errata: A KPMG não é mais a auditora da Americanas e sim a BDO. Texto corrigido em (1/9).
A empresa Americanas (AMER3) anunciou nesta quinta-feira (31) que precisará de mais tempo para apresentar seus resultados financeiros de 2022 e corrigir os erros contábeis de 2021, que somaram mais de R$ 20 bilhões. A companhia, que já havia adiado a divulgação dos balanços em fevereiro e em julho, alegou que enfrenta dificuldades operacionais e de auditoria para concluir o processo.
A situação da Americanas se agravou em janeiro deste ano, quando a empresa revelou que havia identificado inconsistências em suas demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2020. Segundo a empresa, os erros foram causados por falhas nos sistemas de informação e nos controles internos, que afetaram principalmente as contas a receber, os estoques e os impostos.
A Americanas informou que contratou uma consultoria independente para apurar as causas e os responsáveis pelos erros, bem como para recomendar medidas para evitar que se repitam. A empresa também disse que está trabalhando com sua auditoria externa, a BDO, para revisar e ajustar as informações financeiras de 2020 e 2021.
No entanto, a Americanas não conseguiu cumprir os prazos estabelecidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a entrega dos balanços. A empresa deveria ter publicado o balanço do quarto trimestre de 2020 até o dia 31 de março de 2021, e o balanço do primeiro trimestre de 2021 até o dia 31 de maio de 2021. A empresa solicitou à CVM duas prorrogações desses prazos, mas não obteve autorização.
Com isso, a Americanas está sujeita a sanções administrativas da CVM, que podem incluir multas, suspensão ou cancelamento do registro de companhia aberta. Além disso, a empresa pode enfrentar processos judiciais de acionistas e credores que se sentirem prejudicados pela falta de transparência e pela desvalorização das ações da companhia.
As ações da Americanas (AMER3) acumulam uma queda de mais de 70% desde janeiro, quando a empresa revelou as inconsistências contábeis. Nesta quinta-feira, os papéis fecharam em baixa de 4,5%, cotados a R$ 4,23. O valor de mercado da empresa é de cerca de R$ 8 bilhões, bem abaixo dos R$ 28 bilhões registrados no início do ano.
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