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CRA O que é? Saiba tudo sobre o Certificado de Recebíveis do Agronegócio

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Investimentos em Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) tem ganhado cada vez mais adeptos, tendo em vista a vantagem de seu risco-retorno.

Em síntese, CRA é um título de renda fixa atrelado a direitos creditórios de negócios. Então, são ativos emitidos por empresas privadas – por securitizadoras – com lastro em operações de crédito ligadas ao agronegócio.

O que é e como funciona o Agronegócio?

Antes de tudo, necessário entender o que é agropecuária. Em suma, o termo significa a junção da agricultura com a pecuária. Logo após, para que possa girar na economia, forma ao setor do agronegócio.

Em outras palavras, o agronegócio é o conjunto de operações produtivas e comerciais que envolvem a agropecuária, como fabricação de insumos, produção de unidades agropecuárias, processamento da matéria-prima, distribuição, consumo dos produtos “in natura” ou industrializados.

Dessa forma, o agronegócio é caracterizado como a soma de quatro segmentos:

  • insumos para a agropecuária;
  • produção agropecuária básica (ou primária);
  • agro indústria (processamento) e agrosserviços.

Então, este conjunto é analisado sobre o aspecto do ramo agrícola (vegetal) e do pecuário (animal), que cuja soma se pode chegar, em geral, à análise do agronegócio.

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Importância Econômica do Agronegócio no Brasil

Primeiramente, o agronegócio é, sobremaneira, o motor da economia e vem crescendo a níveis recordes nos últimos anos. Em outras palavras, o agronegócio é reconhecido como o vetor crucial para o crescimento econômico brasileiro.

Assim, o agronegócio, sobretudo a produção agropecuária, nos últimos anos, vem atendendo positivamente às expectativas. Em resultado, tem sido âncora para os programas econômicos governamentais, além de salvar a balança comercial brasileira.

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Saldo da Balança Comercial Brasileira de 2010 a 2020 (em US$ bilhões) (fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA)

PIB do Agronegócio Brasileiro

Somente em 2020, o total de produtos e serviços gerados pelo agronegócio representaram o montante de R$ 1,98 trilhão, o que representa cerca de 27% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Ao passo que, dos segmentos do agronegócio, fica no topo do ranking o setor agrícola, que representa a 70% deste valor (R$ 1,38 trilhão), conforme dados CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

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Fonte: Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA

Logo após, em 2021, o PIB do agronegócio brasileiro atingiu níveis recordes. Somando os anos de 2020 e 2021, se chega a um dos melhores PIBs da história do agro no Brasil. De acordo com estudo do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA, estima-se que o PIB Agro fique na marca de 26,24% em 2022, pouco menor que os 27,6% de 2021.

Por fim, o estudo também mostra que no primeiro trimestre de 2022, houve uma queda de 0,80% no PIB do Agronegócio, comparando ao mesmo período do ano anterior. Percentual que representa o montante de -R$20 bilhões. Esta queda se deu, especialmente pelo aumento dos custos com insumos, tanto na agropecuária quanto na agroindústria.

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Fonte: Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA

Cadeias produtivas e cadeias de valor; entenda o que são

Acerca dos segmentos dos sistemas agroindustriais, ou também chamados de cadeias produtivas ou cadeias de valor, é a visão integrada entre os diversos segmentos que compõem e suas atividades.

Desse modo, esta integração é realizada através dos segmentos “antes da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira”, conforme entenderá a seguir.

“Antes da porteira”

Sobretudo, o segmento antes da porteira se caracteriza pelos insumos principais, imprescindíveis para a produção agropecuária em geral. Como, por exemplo: maquinário agrícola, equipamentos, água, energia, fertilizantes, compostos orgânicos, rações e produtos veterinários.

Do mesmo modo, inclui-se as fases iniciais, que envolvem fabricação e distribuidores de insumos agropecuários. Materializando, vemos isso com a utilização de máquinas e insumos para preparação do solo que será utilizado para agricultura.

“Dentro da porteira”

Neste ponto se relaciona a produção agropecuária propriamente dita, em seus subsegmentos: agricultura (produção agrícola) e pecuária (criação de animais).

Em suma, a referência à “dentro da porteira” é a relação para dentro das fazendas, onde acontece o início das atividades de preparação. E, logo após, começar a produção dos produtos agropecuários, “in natura”, que serão encaminhados para comercialização.

“Fora da porteira”

Agora, a produção agropecuária passará a industrialização pertinente. Todavia, por óbvio, cada produto exige operações particulares, conforme a cadeia de cada indústria.

Então, os produtos deixam de ser commodities e as marcas das empresas assumem seu papel na industrialização até o consumidor final.

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O que são Certificados de Recebíveis?

Desde já, saiba que direitos créditos são, basicamente, direitos de créditos que uma empresa possui a receber, seus créditos vincendos. Como, por exemplo, receberá o pagamento pela venda de seu produto de forma parcelada. Em geral, são direitos de créditos de todas as partes envolvidas na cadeia produtiva e de valor do agronegócio. Como, por exemplo, produtores agrícolas e cooperativas.

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Todavia, para poder ter o valor antecipado, sobremaneira para geração de fluxo de caixa para seu negócio, o empresário vende este direito creditório. Em contrapartida, arca com custos menores do que seriam os advindos de um financiamento ou empréstimo bancário, por exemplo.

Então, estes créditos se transformam em títulos, por meio da securitização, ou titularização. Que, em síntese, é a atividade financeira que agrupa diversos ativos financeiros e os transforma em títulos negociáveis no mercado de capitais. Em resultado, desta transferência de direito sobre dívidas, o investidor, na forma de títulos, pode adquiri-lo.

CRA o que é | Certificados de Recebíveis do Agronegócio o que é

Então, diante desta transação, como investidor de CRA, você está comprando um ativo atrelado a créditos do setor do agronegócio e recebe seus rendimentos. Assim, faz girar a economia do setor agro, pois o capital deste investimento retornará ao fluxo de créditos do segmento.

Desse modo, poderá investir em Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs), títulos emitidos por securitizadoras. Assim, terá a segurança de um título de renda fixa lastreado em recebíveis.

Os CRAs são originados do setor agrícola, diante das transações realizados por seus produtores rurais, como, por exemplo, financiamentos para angariar recursos para produção. Em outras palavras, os CRAs emitidos são transformados em dívidas, como empréstimos e financiamentos, para o setor do agronegócio.

Ainda mais, os CRAS podem ser tanto prefixados como pós-fixados, além de ter o benefício fiscal de isenção de imposto de renda para pessoa física.

Nesse ínterim, existem também os LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio). Ao passo que, semelhante ao CRA, também é um título de renda fixa. Porém, neste caso a emissão é realizada por instituições financeiras, assim, possuem garantia do FGC, diferente do CRA.

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CRA, como funciona? | CRA o que é

Você entenderá facilmente por um exemplo: a empresa “X” precisa de capital para comprar maquinários para o plantio e, consequentemente, aumentar o seu faturamento. Tendo em vista sua falta de recursos, esta empresa contrata uma companha securitizadora que irá lhe adiantar o valor. Semelhantemente aos empréstimos realizados em instituições financeiras.

Mas, lembre-se, securitizadora é diferente de instituição financeira. Uma securitizadora realiza o processo para criar títulos garantidos por ativos que, então, em geral são negociados no mercado de capitais.

Portanto, este processo de securitização cria liquidez à empresa, pois os títulos latreados nos seus ativos podem ser vendidos à investidores.

Em contrapartida, uma instituição financeira são aquelas responsáveis pelo bom e velho empréstimo. Modelo de negócio para capitação de receita com a cobrança de juros sobre as operações realizadas. Ou seja, você faz um empréstimo e pagará taxas e juros para instituição financeira.

Superado este aspecto, volte ao CRA. Esta securitizadora fará com que essa dívida se transforme em título de renda fixa e disponibilizará para venda à investidores. Sendo esta negociação realizada na forma de títulos, por meio do mercado de capitais, conforme já explicado acima.

Neste ínterim, estes títulos que são ofertados no mercado financeiro recebem, então, o nome de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).

Estrutura do CRA e tipos | CRA o que é

Como viu, o setor do agronegócio é imensamente diversificado, desta maneira, não seria diferente com os títulos que envolvem o segmento. As estruturas dos CRAs são diferenciadas conforme a necessidade do produtor, ou empresa. Além de também ser levado em conta os diferentes riscos do respectivo investimento.

Portanto, antes de serem transformados em títulos pelas securitizadoras, há avaliação dos aspectos referentes à relação devedor-produtor rural. Sobremaneira ao aspecto financeiro, seu risco-retorno. Importante enfatizar que este risco é da securitizadora, o que faz com que esta análise seja realizada por uma equipe estruturada de risco.

Para você, na figura de investidor, deve se ater a esta estrutura negocial antes de aplicar o seu capital. Afinal, isso irá refletir diretamente na rentabilidade de seu investimento. Não se esqueça que todo investimento tem seus riscos, ainda que sejam caracterizados como de renda fixa, como os CRAs.

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Ao que se refere aos tipos estruturais, voltados ao risco da operação, as securitizadoras utilizam-se, especialmente, de duas estruturas:

  1. CRA Corporativo: nesta operação, o risco é vinculado a somente uma empresa ou um único produtor. Isso significa que a securitizadora utilizou somente de um devedor para emitir o título CRA. Este fato deve ser de grande atenção, pois diversos fatores podem fazer com que o ativo declina rapidamente. Como condições climáticas, projeção de crescimento do negócio, resultados do balanço da empresa, economia nacional e mundial, dentre outros;
  2. CRA Diversificado: nesta estrutura de negócios o risco é menor, pois o título é vinculado a uma carteira de dívidas, de créditos de vários devedores. Em geral, são de 2 a 200 devedores do setor do agronegócio. Nesta estrutura há um limite de operação por devedor, sujeito ao valor da emissão do título. Comumente, essa limitação é de 3% para cada devedor que for inserido na negociação. Em outras palavras, a dívida de cada um não pode superar 3% do valor referente a emissão do título.

CRA o que é | Vantagens e desvantagens do CRA

Não se esqueça que todo investimento tem seus riscos, ainda que sejam caracterizados como de renda fixa, como os CRAs. Então, segue abaixo as principais vantagens e desvantagens dos ativos de CRA:

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Vantagens:

  • Segurança dos ativos de renda fixa;
  • Diversificação da carteira de investimentos;
  • Pouco dinheiro para investir;
  • Isenção de IR (Imposto de Renda) e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras);
  • Liquidez no mercado secundário;
  • Maior rentabilidade, em comparação a outros ativos de renda fixa. Como, por exemplo, títulos públicos do Tesouro Direto;
  • Sem taxas de administração, performance ou custódia da intermediadora da aplicação. Estas cobranças somente podem ocorrer pelas securitizadoras.

Desvantagens:

  • Sem proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC);
  • Baixa liquidez no mercado primário;
  • Vencimentos dos títulos de médio a longo prazo.
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Quanto rende os CRAs? | Como funciona a rentabilidade dos CRAs? | CRA O que é

Investidores de Certificados de Recebíveis do Agronegócio são aqueles que pretendem diversificar suas carteiras de investimentos, sobremaneira às suas aplicações em renda fixa.

Em primeiro lugar, leve sempre em conta o seu perfil de investidor, conservador, moderado ou arrojado. Assim como quais são seus objetivos financeiros, de curto, médio ou longo prazos.

Saiba que os CRAs, em sua maioria, são títulos para longo prazo. Porém, como dito, comparando com os outros títulos de renda fixa disponíveis no mercado, sua rentabilidade os supera.

Assim, considerando estes aspectos, passe a analisar qual a maneira de rentabilidade do ativo. Os CRAs podem ter seus rendimentos de maneira:

Prefixada

Como o próprio nome já diz, nesta categoria o investidor sabe, previamente, qual será a taxa de retorno do seu investimento. Ou seja, você saberá o valor exato que irá receber no momento do resgate de sua aplicação em CRA. Como, por exemplo, CRA com vencimento em 5 anos, com rendimento prefixado de 10% ao ano.

Investimentos pré-fixados são mais vantajosos quando a economia está com uma forte tendência de alta taxa de juros, como neste ano de 2022.

Neste ínterim, em sendo seu investimento com rendimento prefixado, a instabilidade econômica em nada interferirá em sua rentabilidade.

Pós-fixada

Nos ativos pós-fixados o investidor pode ter uma previsão de quanto poderá receber ao vencimento. Entretanto, diferentemente dos ativos prefixados, não há possibilidade do rendimento. Sendo assim, o risco de perda existe, mesmo que seja um título classificado como de renda fixa. Ou seja, você somente irá saber quanto irá ganhar no vencimento do título, no momento do seu resgate.

Em geral, os ativos pós-fixados são atrelados a um indicador. Como, por exemplo, ser atrelado ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que possui rentabilidade aproximada da taxa Selic.

Por oportuno, saiba que no mercado financeiro o CDI, em geral, fica 0,10 ponto percentual menor que a Selic (taxa básica de juros da economia).

Em resumo, você não saberá com certeza quanto irá receber, porém, pode ter uma projeção. Como, por exemplo, título CRA com rentabilidade de 100% do CDI.

Além disso, também encontrará opções de CRA atrelados aos demais indexadores econômicos, como IPCA e IGP-M. E, até mesmo, os CRAs podem ser indexados ao dólar (USD).

Híbrida

Em síntese, a rentabilidade híbrida é composta pela junção de determinado índice de preços mais um rendimento prefixado. Em outras palavras, é a mistura das duas categorias acima. Por exemplo, IPCA + 4% ao ano, em outras palavras, terá a certeza da rentabilidade de 4% ao ano, somado ao rendimento da inflação do período.

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Tributação dos CRAs | Benefício Fiscal | Taxas

A legislação tributária, como forma de estimulação ao agronegócio, dá ao investidor isenção de Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Sendo este um dos principais atrativos da escolha de títulos de renda fixa.

Porém, este benefício fiscal somente ocorrer para o investidor pessoa física. Quanto às aplicações em CRA por pessoas jurídicas, segue normalmente com a aplicação da tabela regressiva do IR, qual seja:

Prazo Alíquota
0 até 180 dias 22,5%
de 180 até 360 dias 20%
de 361 até 720 dias 17,5%
Mais de 721 dias 15%

Preciso declarar no imposto de renda?

O investimento ter isenção tributária não significa que ele não deve constar em sua declaração de Imposto de Renda. Desde já, saiba que todos os seus investimentos em renda fixa devem ser informações na declaração de IR.

Mas não se preocupe, o procedimento é simples. Basta inserir o saldo total de sua aplicação em CRA, no campo “Rendimentos Isentos e não Tributáveis”, na ficha de preenchimento da sua declaração de IR.

Como investir em CRA?

Agora que já sabe o que é CRA, o que é Certificado de Recebíveis do Agronegócio, precisa entender como investir. Em suma, existem duas maneiras de investir em CRA:

  1. Em sua própria corretora de valores: diretamente na plataforma de investimentos de sua corretora, localizará opções de títulos CRA, basta escolher e aplicar.
  2. Bolsa de Valores: por meio do mercado de capitais poderá escolher fundos que focam em investimentos de títulos CRA. Como, por exemplo, comprar cotas de Fundos de Investimento em Cadeias Produtivas Agroindustriais (FIAgro).

Como funciona o resgate do CRA?

Conforme informado anteriormente, os ativos CRA são investimentos para um longo prazo. Sobremaneira pela impossibilidade de seu resgate de forma antecipada.

Ou seja, a liquidez destes títulos somente acontece no momento do rendimento, quando somente então você poderá efetuar o seu resgate. Como quase toda regra possui exceção, se realmente precisar vender, você tem uma saída: através do mercado secundário.

Entretanto, no mercado secundário deve haver uma contraparte que se interesse na compra do ativo. Em sendo efetivada a venda, você pode ficar no prejuízo, pois estará se sujeitando ao cenário da economia, que possivelmente será diferente do que à princípio foi contratado.

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Além disso, para ocorrer a venda do CRA do mercado secundário, é necessária uma intermediação, através de um assessor de investimentos.

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Afinal, vale a pena investir em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs)?

Se você tem uma carteira de investimentos focada no longo prazo, possivelmente o CRA é uma boa opção para seus ativos. Especialmente se a sua carteira for focada em sua aposentadoria, pois os CRA possuem prazos de vencimento longos, como, por exemplo, daqui 5, 10 ou 15 anos.

Além disso, ativos CRAs, em geral, possuem maior rentabilidade que outros investimentos em renda fixa. Entretanto, deve conciliar o risco-retorno do investimento no mercado financeiro, além de seus objetivos sobre suas finanças pessoais.

Dessa forma, se você possui baixa aversão a riscos e não tem o perfil de esperar longos períodos CRA pode não ser para você. Ou seja, se prefere rentabilidade prefixada e aplicações com possibilidade de resgate em um curto prazo (1-3 anos), possivelmente ativos CRA não atenderão às suas expectativas de negócios.

Outras formas de investir no agronegócio

Diante do crescimento exponencial do agronegócio, os ativos do setor chamam cada vez mais atenção. Dessa forma, existem outras opções, além do CRA, de investir no agro mesmo não sendo “do agro”. Então, confira as alternativas de investimento abaixo:

Ações de empresas do Agronegócio

Primeiramente, mesmo que sejam ações do segmento que move a economia, o Agronegócio, estamos no “terreno” mais arriscado da renda variável. Assim, antes de decidir pela compra das ações, deve analisar aspectos da empresa, como: potencial de crescimento do seu negócio, analisar indicadores, balanços, lucros, Ebitda, endividamento, entre outros.

Então, para começar sua análise, segue algumas empresas do agronegócio, listadas na Bolsa de Valores Brasileira (B3) e com alto volume de negociações:

Empresa Ticker
JBS JBSS3
Brasil Agro AGRO3
Raízen RAIZ4
Minerva BEEF3
Camil CAML3

Vale destacar que no topo da lista de negociações está a JBS (JBSS3). A empresa é líder mundial na produção de proteína animal. Conforme resultados financeiros do primeiro trimestre de 2022 (1T22), a empresa teve lucro líquido de 151%, comparando ao mesmo período do ano anterior. Equivalente ao montante de R$ 5,1 bilhões, segundo a companhia, atingiu seu recordo para o período.

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FIAgro (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais)

Basicamente, são fundos de investimentos voltados a aplicação de um conjunto de recursos destinados a cadeia produtiva do agronegócio. Os FIAgros surgiram no ano passado, inspirados nos Fundos Imobiliários (FIIs).

Em síntese, os FIAgros focam em ativos que envolvem o setor agroindustrial, como, por exemplo, compra de fazendas e participações em sociedades agrícolas.

Ainda mais, existem 3 categorias de FIAgros:

  1. FIAgro Imobiliário (FIAgro-FII): investimentos em ativos imobiliários voltados para o agronegócio;
  2. FIAgro de Direitos Creditórios (FIAgro-FIDC): fundos que investem em Direitos Creditórios agrícolas;
  3. FIAgro Participações (FIAgro-FIP): esta categoria de FIAgro é mais complexa e somente está disponível para um grupo seleto de investidores: Investidores qualificados (Instrução CVM nº 539); ou com mais de R$ 1 milhão em investimentos financeiros.

Saiba tudo sobre FIAGROs e seu potencial nesse vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=MTXJO1ndk4Q

Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)

LCA e CRA se assemelham por serem títulos que financiam as atividades do agronegócio. Além disso, são ativos de renda fixa e possuem isenção de imposto de renda aos investidores pessoa física. Entretanto, eles se diferem em alguns pontos específicos.

As LCAs são emitidas por bancos ou cooperativas de crédito, que levantam recursos para financiar o setor do agronegócio. Ou seja, é se refere a créditos rurais.

Em contrapartida, os CRAs relacionam a operações de recebíveis, como explicitado neste artigo. Desse modo, um CRA utiliza-se do mercado de capitais para que possa gerar antecipação de valores, que correspondem as suas contas a receber.

Em outras palavras, quem aplica em LCA está “emprestando” seu capital a um banco. Em resultado, o risco do seu investimento envolve a inadimplência deste banco. Quanto ao CRA, o investidor transfere seu dinheiro para capitação de recursos para determinada empresa. Ou seja, o risco de empresas não quitarem seus recebíveis é sobremaneira maior do que dos bancos adimplirem às suas dívidas.

Além do mais, como LCA é atrelado a instituições bancárias, possuem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), como acontece com os CDBs (Certificados de Depósito Bancário).

Portanto, antes comprar ativos de LCA ou CRA, saiba suas principais semelhanças e diferenças:

LCA CRA
Garantia FGC Design sem nome 4 1
Isenção de IR Design sem nome 4 1 Design sem nome 4 1
Investimento de curto prazo Design sem nome 4 1
Emissão por instituições bancárias Design sem nome 4 1
Maior rentabilidade Design sem nome 4 1
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Últimas dicas para investir em CRA

Primeiro, não invista todo seu dinheiro em um CRA. Isso vale para todo e qualquer investimento. Afinal, não se pode “colocar todos os ovos na mesma cesta”. Nesse sentido, é primordial que pulverize seu capital, diversificando sua carteira de investimentos.

Embora o CRA não conste com a garantia do FGC, você pode se proteger consulta os CRAs em agências de “rating”, conhecidas também como agências de classificação de riscos. Estas são empresas que avaliam, de maneira independente, o nível de risco de emissores de títulos quanto ao adimplemento de suas obrigações financeiras.

Afinal, CRA é um bom investimento? Como muitas coisas na vida, depende. Sobretudo, antes de efetivar sua compra, você deve fazer um checklist dos seguintes pontos:

  • entender todas as características do ativo;
  • analisar a expectativa daquele mercado;
  • consultar todo histórico financeiro das empresas envolvidas, como balanço patrimonial, demonstrativos contáveis, resultados financeiros.
  • conferir se o seu perfil de investidor é compatível com o ativo de CRA;
  • suas expectativas financeiras frente ao investimento;
  • analisar todos os riscos atinentes ao produto;
  • verificar risco-retorno do investimento no mercado financeiro;
  • qual é o momento do setor agrícola que envolve aquele CRA;
  • escolher entre rentabilidade prefixada, pós-fixada ou híbrida.

Embora a lista pareça longa, veja que são características simples que devem ser analisadas ao investir em CRA. Vale reiterar que, como qualquer investimento, o CRA também possui seus riscos. Assim, analisa-los atentamente fará uma grande diferença na lucratividade de sua carteira de investimentos.

Por fim, neste ponto é possível concluir que investimentos no agronegócio podem ganhar um destaque em sua carteira. Sobremaneira os ativos em CRA, que concilia a segurança de um título de renda fixa, isenção tributária, retorno maior que outros títulos de renda fixa. Além de tudo, estará investimento no maior setor da economia brasileira: O Agronegócio.

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