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Dados do BC indicam ascensão de pagamentos digitais no Brasil

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A adoção de pagamentos digitais no Brasil tem testemunhado um crescimento notável nos últimos anos, impulsionado por fatores como a pandemia da COVID-19 e a introdução do sistema Pix pelo Banco Central do Brasil em 2020. O aumento no uso de cartões de crédito e débito, assim como a expansão de terminais de pagamento, evidencia uma mudança substancial nos padrões de transações financeiras no país.

De 2010 a 2019, observou-se um aumento significativo no uso de cartões de crédito, passando de 164.691 para 222.498, e de débito, de 227.784 para 348.808, segundo dados do Banco Central do Brasil. Paralelamente, as instalações de terminais de pagamento em empresas de comércio triplicaram, atingindo 10.519 em 2019.

Este cenário reflete uma clara preferência por transações eletrônicas em detrimento dos tradicionais cheques bancários. O aumento no uso de cartões de débito e crédito está intrinsecamente ligado ao crescimento da posse de contas bancárias no país, impulsionando os pagamentos digitais.

Comércio eletrônico como catalisador

O crescimento do comércio eletrônico desempenha um papel fundamental na ascensão dos pagamentos digitais. Os cartões de crédito viram uma redução nas transações presenciais de 94% em 2010 para 76% em 2019.

As dinâmicas de mercado recentes, impulsionadas por esforços regulatórios para promover competição e transparência, moldaram ainda mais o cenário de pagamentos digitais. Desde 2020, o mercado brasileiro viu a entrada de diversos novos participantes, como o Pix, que transformou a forma como os brasileiros realizam pagamentos, alcançando uma adoção rápida e tornando-se o método de pagamento mais popular no Brasil.

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Em 2022, o Pix já contava com a participação de mais de 118 milhões de pessoas físicas e jurídicas. Segundo o presidente da Federação Brasileira de Bancos, o meio de pagamento já havia acumulado 14 bilhões de transações, com R$ 7,5 trilhões de volume financeiro.

Facilidade favorece o Pix como meio de pagamento

O Pix ultrapassou cartões de débito e crédito, tornando-se o método preferido para pagamentos e transferências no Brasil. A popularidade do sistema de transferência instantânea pode ser atribuída à sua facilidade de uso, com a configuração de uma conta levando apenas minutos.

Um estudo realizado pela ENV Media destaca essa preferência no mercado de jogos de cassino, que tem ganhado popularidade no Brasil. Segundo respondentes de uma pesquisa, o Pix é o método preferido por 81% dos apostadores, enquanto cartões de crédito são escolhidos por 46%, boleto por 14%, criptomoedas por 8%, e carteiras digitais por 6%.

O questionário da empresa, parceira do site de apostas KTO, revelou que a segurança é o fator mais importante, seguida pela rapidez nas transações. A conveniência também é destacada, evidenciando a preferência por métodos amigáveis ao usuário. Taxas de transação e a integração tecnológica também influenciam, enquanto a anonimidade e a privacidade são fatores considerados por alguns respondentes.

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Impacto em instituições financeiras e perspectivas

A aceitação do sistema foi impulsionada por políticas governamentais que compeliram grandes bancos e fintechs a aderirem à plataforma. Durante a pandemia, o governo também determinou que os pagamentos emergenciais fossem realizados através do sistema, proporcionando uma experiência de pagamento digital para até 30 milhões de brasileiros não bancarizados.

O sucesso do Pix teve um impacto notável nas instituições financeiras, refletido na diminuição das taxas de serviço de contas correntes dos cinco maiores bancos do Brasil em quase 2,7 bilhões de reais em 2021 em comparação com o ano anterior. Contrariando expectativas, o número de transações com cartões de crédito continuou a crescer, indicando que o Pix não apenas substitui outros métodos de pagamento sem dinheiro, mas também os complementa.

Embora o Pix tenha enfrentado alguns desafios, como o aumento de sequestros relâmpago e greves no Banco Central, suas limitações estão sendo abordadas. Planos para expandir o Pix incluem torná-lo disponível offline, integração mais profunda ao open banking e a possibilidade de realizar pagamentos parcelados. Há também planos para tornar o meio de pagamento disponível internacionalmente, facilitando remessas e pagamentos transfronteiriços.

Inovações e tendências

O Banco Central anunciou a permissão de pagamentos automáticos para contas de água, luz e empréstimos por meio do Pix automático a partir de outubro de 2024. Diferentemente do débito automático convencional, esta inovação dispensará convênios individuais, representando um avanço significativo na acessibilidade aos serviços financeiros.

A liderança do Brasil na adoção de novos meios de pagamento é evidenciada por um estudo da Accenture. Impulsionado pelo sucesso do Pix, o país ultrapassou a média global no uso de cartões de débito, crédito e pagamentos instantâneos. Além disso, a pesquisa destaca o Brasil como líder no uso de carteiras digitais, consideradas a “opção de meio de pagamento de próxima geração mais popular” no momento.

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Apesar de um cenário desafiador marcado por preocupações com segurança, as carteiras digitais continuam a prosperar. A aceleração da digitalização durante a pandemia e os avanços tecnológicos são fatores catalisadores desse crescimento. Em junho, uma pesquisa da Abecs apontou um aumento significativo de 10,8% no uso de carteiras digitais no e-commerce em 2023. Estimativas otimistas da EBANX indicam que globalmente, 4 bilhões de consumidores adotarão essa forma de pagamento este ano.

A próxima geração de QR Codes, baseada no protocolo EMV 3D Secure, também surge como uma promissora evolução nos pagamentos digitais. Prevista para ganhar força no Brasil no segundo semestre, esses códigos dinâmicos não apenas reduzem fraudes, mas também proporcionam interoperabilidade entre diferentes carteiras digitais, facilitando a inclusão de usuários de smartphones sem NFC.


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