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As empresas envolvidas na recuperação judicial do Grupo Oi perderam R$ 486 milhões em julho e R$ 429 milhões em agosto e apresentaram queima de caixa. Os dados apareceram no relatório periódico do administrador judicial da empresa ao tribunal na semana passada. Em termos de investimentos, a Oi investiu R$ 133 milhões em julho, um aumento de R$ 28 milhões em relação a junho. Os investimentos caíram R$ 19 milhões para R$ 114 milhões em agosto.
Em julho, a Oi recebeu R$ 1,041 bilhão em receitas, segundo relatório do administrador Arnoldo Wald. Em agosto, foi de 1,052 bilhão de reais. Por outro lado, seus custos nos respectivos meses foram de 1,39 bilhão de reais e 1,36 bilhão de reais. Segundo a empresa, há despesas especiais relacionadas ao pagamento de bônus, que aparecem na rubrica “Pessoal” e totalizam 10 milhões de reais.
O Banco BTG Pactual anunciou que está revisando a tese de investimento na Oi (OIBR3). Além disso, está atualizando o modelo e rebaixando a ação para “neutro”.
“Nosso preço-alvo revisto derivado do fluxo de caixa descontado de R$ 0,40 reflete o atraso na conclusão das vendas de ativos (prejudicando sua posição de caixa), um custo de capital mais alto, estimativas de crescimento mais baixas no segmento da ClientCo e resultados piores do que o esperado das negociações da Anatel e da venda da empresa de infraestrutura e ativos móveis.”
Compartilhou o Banco BTG
De acordo com o banco, apesar da previsão de queda do Capex após as vendas realizadas, o consumo de caixa ainda deve ser alto por alguns anos. O BTG destacou os principais pesos para o fluxo de caixa da empresa:
- investimentos para modernizar os sistemas e ajustar sua estrutura corporativa;
- despesas relacionadas a depósitos judiciais e passivos de fundos de pensão;
- despesas financeiras volumosas.
Atritos na venda da Oi Móvel
A Oi Móvel foi vendida para Claro, TIM e Vivo em 2020, mas o negócio ainda gera atritos. Após pedido de arbitragem, a justiça deferiu uma medida cautelar em favor da Oi. Assim, houve a determinação para depósito de R$ 1,52 bilhão pelo trio. A decisão foi do Juízo da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial da Oi.
No entanto, recentemente o trio pediu que o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro suspenda a liminar. O pedido de tutela de urgência argumenta que o processo ameaça qualquer venda de ativos substanciais numa recuperação judicial.
A venda do braço de telefonia móvel é importantíssima para a reestruturação da Oi, que foca agora em serviços fixos por fibra óptica. Além disso, a operadora também vendeu torres, data centers e até mesmo sua carteira de TV por assinatura.
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