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O setor aéreo prevê transtornos com o fim da isenção de vistos para tripulantes dos EUA, Canadá e Austrália, afetando voos para o Brasil.
O setor aéreo brasileiro está em alerta devido ao decreto do governo Lula que retoma a exigência de vistos para cidadãos dos Estados Unidos, Austrália e Canadá, incluindo tripulantes de voos internacionais. Esta medida, que entra em vigor em 10 de janeiro, revoga a isenção de visto que estava em vigor desde 1995.
Entidades da aviação, como Alta, Iata, A4A e Jurcaib, enviaram uma carta ao governo expressando preocupação com os impactos potenciais dessa nova exigência.
Exigência de Visto para Tripulantes Pode Causar Desordem no Transporte Aéreo
O setor aéreo brasileiro enfrenta um possível cenário de caos com a recente decisão do governo Lula de retomar a exigência de vistos para cidadãos dos Estados Unidos, Austrália e Canadá, incluindo tripulantes de voos internacionais. A medida, que entra em vigor em 10 de janeiro, põe fim à isenção de visto que estava em vigor desde 1995, gerando preocupações significativas entre as companhias aéreas.
Entidades representativas do setor, como Alta, Iata, A4A e Jurcaib, enviaram uma carta aos ministros Rui Costa (Casa Civil), Silvio Costa (Portos e Aeroportos), Flávio Dino (Justiça), Geraldo Alckmin (Indústria) e Celso Sabino (Turismo) alertando para os potenciais impactos negativos dessa mudança. Eles destacam que a exigência de visto para tripulantes pode resultar em uma série de cancelamentos e atrasos de voos, prejudicando o transporte aéreo de passageiros e cargas entre o Brasil e a América do Norte. Isso é particularmente preocupante durante a alta temporada turística.
“Os passageiros são de inúmeras nacionalidades, inclusive uma ampla maioria de brasileiros e, no final, todos poderiam ser prejudicados por situações que obrigassem cancelamentos ou gerassem atrasos devido às exigências de vistos para tripulantes”, afirmam em carta a Alta (Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo), A4A (Airlines for America), IATA (International Air Transport Association) e Jurcaib (Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil).
Atualmente, mais de 60% da oferta de voos diretos entre Brasil e América do Norte é explorada por empresas estrangeiras. No Canadá, 100% dos voos são operados por uma empresa canadense. A nova regra também pode afetar outros destinos internacionais, pois há tripulantes dos Estados Unidos, Canadá e Austrália voando em diversas companhias.
Além do impacto nos passageiros, a medida afeta a carga aérea, especialmente o envio de cargas urgentes. As associações explicam que a escala de trabalho com o voo-destino é liberada ao profissional poucas semanas antes do voo, e a exigência de visto para tripulantes tende a dificultar o trabalho das empresas, reduzindo a capacidade de substituição de tripulantes.
O portal especializado AEROIN tem recebido reclamações e vídeos de vários tripulantes americanos que entram no site da Embaixada do Brasil em Washington, mas o formulário de pedido simplesmente não carrega (por má programação de código e não sobrecarga do servidor) e o telefone da Embaixada não atende em nenhum horário.
Com isso, existe um temor sobre o que acontecerá a partir do dia 10 de janeiro, quando o decreto de reciprocidade total, que foi recebido de maneira negativa no setor de turismo, começará a valer.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informou que está monitorando e avaliando os impactos do decreto, e o tema é discutido na Conaero (Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias). O setor aéreo aguarda uma resposta do governo para mitigar os potenciais transtornos que essa mudança pode causar.
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