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Dólar dispara para R$ 5,73 com Trump, China e Fiscal no radar

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  • Valorização do dólar: O dólar subiu em relação ao real, ultrapassando 5,73 reais. Contudo, impulsionado pela força da economia dos EUA e pelas expectativas de vitória de Donald Trump nas eleições
  • Dados positivos dos EUA: Indicadores de emprego e consumo nos Estados Unidos reduziram as expectativas de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve. Assim, elevando os rendimentos dos Treasuries
  • Impacto global: A valorização do dólar se refletiu em outras moedas emergentes, com os preços de commodities. Como petróleo e minério de ferro, se recuperando após estímulos econômicos da China
  • Ajustes nas projeções: O Banco Central revisou para cima suas projeções para a Selic e a inflação, com a expectativa de que a taxa básica de juros chegue a 11,25% ao final de 2024. Assim, aumentando as preocupações com a inflação no Brasil

O dólar apresentou uma alta significativa em relação ao real nesta segunda-feira, ultrapassando a marca de 5,73 reais, alinhando-se ao desempenho global das moedas. Às 9h44, o dólar à vista registrava uma elevação de 0,52%, sendo cotado a 5,7301 reais na venda, o que representa o maior fechamento desde 1º de agosto. No mercado futuro, o contrato de dólar para o primeiro vencimento também acompanhou a tendência de valorização, subindo 0,46% e sendo negociado a 5,733 reais.

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Essa valorização da moeda americana é impulsionada pela percepção crescente de que a economia dos Estados Unidos está se fortalecendo, especialmente após a divulgação de dados positivos sobre emprego e consumo. Esses indicadores têm reduzido as expectativas de um afrouxamento monetário mais agressivo por parte do Federal Reserve, elevando os rendimentos dos Treasuries. O rendimento do Treasury de dez anos, que serve como referência global, subiu 5 pontos-base, alcançando 4,126%, refletindo um ambiente favorável para o dólar.

Apostas na vitória de Trump

Além disso, as apostas em uma possível vitória de Donald Trump na próxima eleição presidencial nos EUA estão contribuindo para a valorização do dólar. As políticas econômicas prometidas por Trump, que incluem tarifas e cortes de impostos, são vistas como potencialmente inflacionárias, o que poderia resultar em juros mais altos por parte do Fed, favorecendo ainda mais a moeda americana.

“Estamos vendo os holofotes sendo redirecionados para os EUA, onde os mercados temem não apenas o retorno de Trump à Casa Branca, mas também uma vitória em massa do Partido Republicano em todo o Congresso. Esse cenário seria, sem dúvida, o menos favorável para os mercados emergentes”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Apesar da pressão sobre o dólar, alguns fatores no cenário global também estavam a favor das moedas de mercados emergentes. Especialmente com a recuperação dos preços de commodities, como petróleo e minério de ferro, após novos anúncios de estímulos econômicos pela China. O país cortou suas taxas referenciais de empréstimos, uma medida já prevista, após reduções em outros juros no mês anterior

Valorização do dólar

No contexto regional, o dólar também se valorizava em relação ao peso mexicano e ao peso chileno, refletindo a força da moeda americana. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda em relação a uma cesta de seis outras divisas, subiu 0,12%, alcançando 103,580.

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No cenário interno, os agentes financeiros permanecem cautelosos em relação aos esforços do governo brasileiro para equilibrar as contas públicas. Com a expectativa de que o Executivo detalhe suas medidas para cumprir as regras do novo arcabouço fiscal após as eleições municipais do dia 27 de outubro, a atenção do mercado está voltada para essas promessas de contenção de gastos.

Analistas ajustaram as projeções para a taxa Selic para cima, refletindo preocupações com a inflação. De acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central, a mediana das expectativas para a taxa básica de juros ao final de 2024 subiu de 11,00% para 11,25%. Além disso, a previsão para a inflação medida pelo IPCA também aumentou, passando de 4,39% para 4,50% neste ano, atingindo o teto da meta, e a projeção para 2025 subiu de 3,96% para 3,99%. Essas revisões indicam um ambiente de inflação persistente e menos espaço para cortes na taxa de juros nos próximos anos.

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