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Com a aproximação do final do ano e das férias escolares, muitos brasileiros que estão planejando viagens internacionais vêm se preocupando com a variação do dólar. A moeda americana tem se mostrado volátil nos últimos meses, com picos de alta e o cenário para os próximos meses é incerto. Para se ter uma ideia, no último dia 30, a moeda atingiu os R$ 5,76, maior patamar desde 2021.
“O dólar vem sendo influenciado por diversos fatores, tanto internos quanto externos. Internamente, a alta na taxa de juros e o aumento da dívida pública geram incertezas para o investidor estrangeiro, o que pode resultar na saída de capital e, consequentemente, na valorização da moeda americana. Externamente, eventos como as eleições nos Estados Unidos podem impactar ainda mais a cotação”, explica o especialista Douglas Ferreira, Head de FX Desk da Planner Corretora de Valores.
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Comprar dólar: quando e como?
Mas, afinal, para aqueles que já estão com uma viagem marcada para o exterior no fim do ano, como se preparar? Ainda vale se antecipar e comprar a moeda americana? Ou faz mais sentido realizar os gastos diretamente no cartão (aguardando, assim, a cotação do fechamento da fatura) quando já estiver em viagem? A recomendação, segundo Ferreira, é a de, mesmo faltando pouco mais de dois meses para o final do ano (e supondo uma situação de alguém que vá viajar no início de janeiro), ir adquirindo a moeda aos poucos, fazendo um preço médio.
“Dessa forma, o viajante minimiza o impacto das oscilações, evitando comprar tudo de uma só vez em um momento de alta. Mesmo havendo a possibilidade de uma eventual queda do dólar depois da compra, essa estratégia faz sentido, na medida em que reduz a exposição a variações bruscas”, aconselha.
Conta no exterior, cartão ou dinheiro em espécie?
Entre as opções de pagamento no exterior, Ferreira aponta que a compra de dólar em espécie ou a abertura de uma conta no exterior são as mais vantajosas. Ele lembra que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compras de dólar “em cash” e nas transferências de mesma titularidade para contas no exterior é de 1,1%, enquanto o uso de cartão de crédito internacional tem uma alíquota mais alta, de 4,38%. “Sempre vale a dica de, se possível, evitar o uso excessivo de cartão de crédito durante a viagem, pois a variação cambial do fechamento na data da fatura pode pesar no bolso”, ressalta.
Fundos cambiais
Segundo Ferreira, outra opção de proteção contra um alta repentina do dólar é investir em fundos cambiais, que aplicam 80% em ativos ligados à moeda americana. “Essa pode ser uma forma de se proteger contra as oscilações do câmbio e garantir maior tranquilidade durante a viagem”, explica. “Com o cenário cambial incerto, a melhor estratégia é o planejamento financeiro, dividindo a compra da moeda em várias etapas e buscando opções que minimizem o impacto do IOF”.
Fora dos EUA
E, para quem vai para países que não sejam os Estados Unidos e que, portanto, não possuem o dólar americano como moeda? Segundo Ferreira, mesmo nesses casos, a aquisição da moeda americana pode ser uma boa opção.
“O dólar é a moeda de maior liquidez no mundo. Se o viajante vai para um país fora do eixo Estados Unidos-Europa, é recomendável a aquisição de dólar espécie. Um dos principais destinos dos brasileiros, a Argentina, por exemplo, está com a moeda muito desvalorizada. Então, o ideal é adquirir dólares ou mesmo reais para demandas da viagem. É necessário analisar o contexto do país, se a moeda está desvalorizada, o ideal é adquirir dólares”, conclui.
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