Continua após o anúncio
- Dólar fecha em queda de mais de 1%, cotado a R$ 5,78.
- Declarações de Haddad sobre corte de gastos influenciaram a queda.
- Na sexta-feira, dólar havia fechado em alta de 1,53%, a R$ 5,8694.
- Haddad afirmou que pacote de cortes será anunciado ainda nesta semana.
- Reunião no Planalto envolveu Lula, Haddad, Simone Tebet e Rui Costa.
- Expectativa de medidas fiscais trouxe alívio ao mercado cambial.
- Projeção de inflação para 2024 e 2025 foi elevada no Relatório Focus.
- Mercado atento às eleições nos EUA e decisões do Federal Reserve.
O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira (4) em queda de mais de 1%, cotado a R$ 5,78, após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o pacote de corte de gastos públicos. A moeda norte-americana chegou a atingir a mínima de R$ 5,75 durante o pregão, refletindo a expectativa do mercado pelo anúncio das medidas fiscais ainda nesta semana.
Na última sexta-feira (1), o dólar havia fechado em alta de 1,53%, cotado a R$ 5,8694, a segunda maior cotação nominal da história. A alta foi impulsionada pela incerteza em torno do cenário fiscal brasileiro e pelas expectativas em relação às eleições presidenciais nos Estados Unidos, que ocorrem nesta terça-feira (5). A moeda norte-americana acumulou uma valorização de mais de 20% em 2024. Pela manhã, Haddad afirmou que o pacote de corte de gastos públicos deve ser anunciado ainda nesta semana.
“Como as coisas estão muito adiantadas do ponto de vista técnico, acredito que nós estejamos prontos para anunciar”, disse o ministro em entrevista a jornalistas.
disse o ministro em entrevista a jornalistas.
Haddad cancelou uma viagem à Europa, prevista para esta semana, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a reação negativa do mercado à demora no anúncio das medidas fiscais.
Reunião no Palácio do Planalto
Durante a tarde de hoje, Haddad voltou ao Palácio do Planalto acompanhado do secretário-executivo Dario Durigan e do secretário de Política Econômica Guilherme Mello para uma reunião com Lula. Também participaram do encontro os ministros do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e da Casa Civil, Rui Costa. A reunião teve como objetivo finalizar os detalhes do pacote de corte de gastos e alinhar as estratégias de comunicação do governo.
O alívio na taxa de câmbio veio após as declarações de Haddad e a expectativa de que o governo anuncie em breve seus planos para redução das despesas. “O simples fato de Haddad ter ficado em Brasília já abriu espaço para uma correção de baixa do dólar e das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros)”, afirmou um analista econômico. No exterior, o dólar também perdeu força em meio ao recuo dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos e à expectativa pelas eleições presidenciais americanas.
Expectativas para a Selic
Em segundo plano, o mercado repercutiu o Relatório Focus do Banco Central. Os agentes financeiros elevaram, mais uma vez, a projeção de inflação para este ano de 4,55% para 4,59% e para o próximo ano de 4,00% para 4,03%, ambos acima do centro da meta de inflação de 3%. As estimativas para a taxa básica de juros também foram ajustadas, refletindo as expectativas de um cenário fiscal mais desafiador.
Além do cenário fiscal brasileiro, o mercado está atento às eleições presidenciais nos Estados Unidos e às decisões de política monetária do Federal Reserve, que serão divulgadas na quinta-feira (7). As apostas do mercado financeiro são de uma vitória de Donald Trump, o que pode levar à implementação de medidas inflacionárias, como tarifas e redução de impostos. “A possibilidade de um cenário em que o republicano saia vitorioso tem desvalorizado as moedas de países emergentes, como o Brasil”, explicou um especialista em câmbio.
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