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A maturidade das empresas brasileiras na gestão de riscos aumentou nos últimos dois anos, e o nível considerado avançado nesses processos subiu de 8% para 21%. No mesmo período, houve uma queda importante de 37% para 28% das empresas classificadas no nível fraco, o mais baixo deles. Além disso, houve uma relativa estabilidade da amostra nas camadas intermediárias desse quesito: sustentável de 8% para 5%; maduro de 40% para 38%; e integrado de 7% para 8%. Ainda assim, uma parcela das organizações não aderiu ao modelo de gestão de riscos alinhado às boas práticas de mercado, o qual suporta estrategicamente a tomada de decisão. Essas conclusões estão na terceira edição da “Pesquisa de Maturidade do Processo de Gestão de Riscos no Brasil”, conduzida pela KPMG entre junho e agosto de 2022 com dezenas de empresas de 17 segmentos.
“Nos últimos anos, uma série de acontecimentos acelerou ainda mais as transformações da sociedade e as disrupções das empresas, forçando respostas ágeis e assertivas dos executivos. Esse cenário desafiador reforçou a relevância de processos de gestão de riscos cada vez mais maduros e adequados às necessidades dos negócios. O objetivo é executar estratégias mais robustas, um direcionamento mais assertivo de investimentos, e proporcionar mais agilidade para a tomada de decisões”, afirma Fernando Lage, sócio-líder de Governança, Riscos e Compliance da KPMG no Brasil (GRCS).
A pesquisa destacou ainda a proporção de empresas classificadas no nível maduro de gestão de riscos nos seguintes segmentos: Transporte, Viagens e Turismo (55%); Serviços Financeiros (52%); Tecnologia da Informação (48%); Químico (45%); Logística e Distribuição (43%); Automotivo (39%); Varejo (38%); Energia, Recursos Naturais e Saneamento (38%). Os demais segmentos também atingiram nível maduro, conforme a seguir: Alimentos e Bebidas (37%); Manufatura (37%); Farmacêutica (35%); Educação (33%); e Bens de consumo (32%). No nível predominantemente fraco de maturidade estão, com os seguintes indicadores: Construção e Imobiliário (57%), Saúde (50%), e Agronegócio (40%).
Os principais influenciadores para a implementação da gestão de riscos também constam na publicação: melhoria nas práticas de governança corporativa e visibilidade internamente e para o mercado (75%); desejo de reduzir a exposição ao risco em toda empresa (71%); necessidade de atendimento a requisitos regulatórios (51%); necessidade de evitar escândalos éticos e de reputação (34%); e motivação para melhorar o desempenho corporativo (33%). Sobre os cinco obstáculos mais citados para a implementação da gestão de riscos, estão: existência de outras prioridades (55%); falta de clareza em relação aos benefícios potenciais (50%); abordagem teórica, complexa e não direcionada a ajudar no alcance dos objetivos estratégicos (37%); baixa demanda pelo Conselho de Administração (22%); falta de apoio dos executivos (21%).
“Os benefícios agregados na gestão dos riscos são evidentes, mas as empresas brasileiras precisam entender se estão realmente usufruindo desses benefícios. A gestão de riscos disseminada e alinhada com a cultura organizacional, fortemente conectada com o futuro e a governança, permite construir e preservar valor, potencializa a inovação e empodera o negócio para um crescimento sustentável”, afirma Thais Mendonça, sócia-diretora e líder de Gestão de Riscos da KPMG no Brasil.
A pesquisa da KPMG também destacou que o gerenciamento de dados de riscos fornece informações relevantes para a tomada de decisões e o aprimoramento de controles, o que inclui o desenvolvimento e a implantação de ferramentas, softwares, bases de dados e sistemas que tornem o processo dinâmico, ágil e interativo. Segundo a publicação, o nível de maturidade das empresas brasileiras para aspectos de dados e tecnologia é o seguinte: avançado (0%), integrado (0%), maduro (44%), sustentável (0%), e fraco (56%).
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