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Em decorrência do momento econômico, companhias de todos os portes estão adequando seus recursos humanos e operacionais, mas continuam considerando o país estratégico para ampliar seus negócios. Esse cenário se reflete também nas startups, com o intuito de otimizar sua infraestrutura e viabilizar seu crescimento futuro
Esta é a avaliação da Pryor Global, uma das líderes no mercado brasileiro em suporte a empresas internacionais que atuam no Brasil, que é a representante legal de mais de 1.500 companhias internacionais com operações no território nacional.
“Temos observado o comportamento das empresas e investidores estrangeiros e realmente há uma maior preocupação com a viabilidade do negócio a longo prazo, que tem exigido uma avaliação mais estratégica dos recursos necessários para operar e requerido redução de custos”, diz Eduardo Todeschini, CEO da Pryor.
O cenário econômico global está complicado, afetado por uma crise logística gerada pela pandemia, pela guerra na Ucrânia e pela alta dos juros, que resulta em baixa liquidez e menor expectativa de crescimento entre as nações.
“O Brasil tem sofrido a influência destes acontecimentos e está em um momento político de definição, o que traz uma certa insegurança e torna ainda mais importante ter um bom controle de todos os custos operacionais e buscar maior produtividade e assertividade nas decisões”, acredita Todeschini.
Nesse contexto é natural e recomendável que as startups, que vinham em um modelo de expansão meteórica, antes da geração de receitas, tenham começado a colocar o pé no freio para aprimorar seus negócios e mostrar seu real valor aos investidores. Segundo recente pesquisa da Mckinsey, as startups unicórnio levavam em média oito anos para se tornarem lucrativas no Brasil, mas ampliavam suas estruturas em mais de 100% muito antes deste período.
“No meu ponto de vista, uma companhia com mais de três anos de existência, mesmo que seja de inovação, com tecnologias disruptivas, não pode mais ser considerada uma startup, pois já é uma empresa constituída e precisa garantir produtividade e lucratividade. Por isso, acredito que está ocorrendo uma revisão de conceitos pelo mercado, que está mais consciente e cuidadoso, ou seja, reduzindo os riscos para manutenção dos negócios a longo prazo. Só é possível ampliar a infraestrutura e o capital humano, quando há demanda mercadológica, caso contrário é desperdício de dinheiro e de recursos”, considera Todeschini.
Segundo ele, as organizações estrangeiras continuam vendo o grande potencial do Brasil para geração de negócios, afinal o País tem um dos maiores mercados consumidores do mundo, sua população é ávida por tecnologia e usuária em larga escala de novos aplicativos, além do país contar com um bom ecossistema de inovação e diversidade para crescimento de oferta de soluções nos mais variados setores.
“Os investidores só estão planejando mais antes de abrir novas empresas no território brasileiro e avaliando melhor o real potencial delas, em especial das startups, em relação à qualidade de gestão operacional, administrativa e financeira, para colocar seu capital. Esse é um posicionamento mais adequado e promissor, pois os negócios que se mostrarem realmente viáveis e com bom potencial de crescimento vão ter o capital necessário para isto”, avalia o CEO da Pryor Global.
O foco agora são empresas com modelos mais orgânicos e sustentáveis de crescimento, que tenham políticas sérias de ESG (governança, preservação do meio ambiente e de bem-estar social).
“A boa notícia é que, a partir de agora, a tendência é que as empresas tenham mais solidez e que os novos empregos gerados sejam mais qualitativos, porque elas estarão mais bem estruturadas para gerar novos negócios e oferecer excelência em produtos e serviços, a custos equalizados”, acredita Todeschini.
Nos próximos dois anos, com cenário político definido, com crescimento do PIB, ainda que a percentuais tímidos, e fim do aperto monetário, a tendência é que os investimentos estrangeiros ampliem suas apostas no Brasil, voltando a investir nos mais variados negócios, o que contribuirá para geração de novos e maior desenvolvimento socioeconômico.
“Porém, para isto, nosso país precisa fazer sua lição de casa, investindo em educação e capacitação profissional para termos talentos prontos a responder as demandas geradas pelo crescimento. Isso porque uma coisa é certa, o olhar do investidor continuará atento a gestão das empresas como um todo, ao controle de custos e busca por resultados efetivos em termos comerciais e financeiros”, conclui. Todeschini.
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