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Nesta segunda-feira (5), a aversão ao risco tomou conta dos mercados globais, causando uma queda significativa no mercado de criptomoedas. O Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda por capitalização de mercado, despencou 22%, sendo negociado a US$ 2.262, seu pior preço desde meados de fevereiro, de acordo com dados do CoinGecko. No acumulado de sete dias, o ETH recuou 33%, refletindo a maior queda semanal em meses.
O acionamento do circuit breaker na bolsa do Japão, uma medida que interrompe as negociações em resposta a movimentos extremos de preço, foi um dos principais eventos que desencadeou essa liquidação. A queda do Ethereum se destacou no contexto de um mercado cripto que viu cerca de US$ 200 bilhões evaporarem de seu valor de mercado nas últimas 24 horas, reduzindo o total de US$ 1,99 trilhões para US$ 1,79 trilhões.
Justin D’Anethan, head de desenvolvimento de negócios da Ásia-Pacífico na formadora de mercado Keyrock, explicou à Bloomberg que a queda do Ethereum foi agravada por rumores de vendas institucionais de ativos relacionados ao token. Esses rumores contribuíram para um sentimento negativo mais amplo que se espalhou por todo o mercado de criptomoedas.
Impacto no mercado de altcoins
As altcoins, ou criptomoedas alternativas ao Bitcoin, também sofreram quedas acentuadas. O Lido DAO (LDO) registrou uma queda de 28,80%, enquanto as memecoins dogwifhat (WIF) e Pepe (PEPE) apresentaram perdas superiores a 20%. José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, afirmou que “as altcoins provavelmente enfrentarão quedas mais acentuadas, refletindo um realinhamento de risco mesmo dentro do universo cripto”.
A queda gerou uma onda de liquidações em massa no mercado de futuros de criptomoedas. Cerca de US$ 1 bilhão foram liquidados nas últimas 24 horas, segundo dados da plataforma Coinglass. Essas liquidações ocorrem quando uma corretora precisa fechar a posição alavancada de um trader à força devido a uma perda parcial ou total da margem inicial.
BTC tem maior perda semanal desde colapso da FTX em 2022
O Bitcoin (BTC) está enfrentando uma pressão significativa devido a uma crescente aversão ao risco nos mercados globais, resultando na maior perda semanal do maior ativo digital desde o colapso da exchange FTX em 2022. Na manhã desta segunda-feira (5), a criptomoeda caiu 15%, sendo negociada próximo de US$ 50.000 por volta das 8h. Nos últimos sete dias, o Bitcoin perdeu 26%, marcando sua maior queda desde o período turbulento da falência da FTX.
Como dito, essas quedas ocorrem em meio a uma liquidação global de ações que se intensifica, especialmente nas Bolsas asiáticas, refletindo as preocupações com as perspectivas econômicas e questionamentos sobre se os investimentos pesados em inteligência artificial atenderão às altas expectativas em torno dessa tecnologia emergente.
Além disso, as tensões geopolíticas estão aumentando no Oriente Médio, adicionando um nível extra de nervosismo aos investidores. Na semana passada, o aumento dos juros no Japão também contribuiu para o clima de incerteza. O financiamento barato no país, que era amplamente utilizado por traders para obter liquidez e investir em outros ativos, agora está comprometido. O Banco do Japão (BoJ) prometeu aumentar ainda mais os juros, deixando os investidores apreensivos.
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